Gestão

Comunicação direta e clara

de Joyce Baena em 4 de fevereiro de 2015
Comunicação direta e clara / Crédito: Getty Images
Crédito: Getty Images

É comum, nos dias de hoje, nos depararmos com duas questões que chamam muito a atenção: as empresas têm disputado bons profissionais “a tapa” e a rotatividade desses entre as corporações é enorme.

Esse cenário tem provocado nas organizações uma preocupação em ampliar a atuação dos profissionais de RH, que passam a cumprir uma função mais estratégica: ser uma extensão do crescimento de cada profissional da organização e, assim, diminuir a rotatividade.

O novo RH ou departamento de gestão de pessoas ou treinamento e desenvolvimento (T&D) é, cada vez mais, peça fundamental nas universidades corporativas, área que vem crescendo substancialmente dentro de grandes empresas.

Em sua nova função, o RH é responsável por pesquisar, identificar possíveis gaps no desenvolvimento dos profissionais, planejar, organizar e desenvolver ações que integrem e inspirem as equipes, contribuindo tanto na criação da cultura empresarial quanto no fortalecimento da missão e valores que fazem com que a empresa cumpra seus objetivos.

Nos modelos organizacionais mais horizontalizados, ao invés de lutarem pelo poder, todos trabalham em prol das metas da companhia, por isso, investir em capacitação é primordial para que todos disponham das ferramentas e habilidades necessárias para alcançar suas metas.

A Universidade Corporativa cons­trói a base de conhecimento da empresa, forma especialistas e traz diferenciais competitivos para a organização, além de ser um resgate da integração entre teoria e prática, que veio se perdendo no Brasil ao longo dos anos.

Em minha experiência, trabalhando com comunicação, mais especificamente com o tema “apresentação”, junto a outras empresas, percebi alguns problemas que dão muita dor de cabeça para o RH. E muitos desses desafios estão justamente nas questões relacionadas à comunicação.

Por meio de uma abordagem andragógica (educação voltada aos adultos) e participativa é possível ensinar um jeito novo de pensar e fazer apresentações em uma empresa, e isso envolve uma mudança de raciocínio e comportamento drástica. A pessoa praticamente nasce de novo, e consegue comprovar isso efetivamente, ainda em sala, utilizando um método cujo resultado é muito eficaz. Mesmo assim, é difícil agradar a todos.

Começamos a perceber que muitos alunos já chegam irritados na aula por terem sido obrigados a participar sem ao menos saber por que estão ali. Outros querem participar, mas seus chefes não dão trégua e a todo tempo precisam se ausentar para resolver problemas. Alguns ficam animados com o aprendizado, mas ao mesmo tempo deprimidos ao pensar que não conseguirão aplicar o que aprenderam por causa do pensamento fechado de seus superiores.

Essas questões nos deixaram intrigados. Qual a origem desses problemas? O que fazer para resolver? Criamos então um Café de Ideias, hoje em sua 3ª edição, onde reunimos profissionais de RH de empresas tais, como: Coca-Cola, TAM, Bradesco, Itaú, FGV, Tivit e Accor, entre consultores, clientes e fornecedores, para discutir e trocar experiência sobre o assunto comunicação.

A cada encontro aprendemos muito e, aqui, venho dividir alguns aprendizados:

* Percebemos que muitas empresas não elaboram um convite com o real objetivo do treinamento, outras sequer alinham as necessidades do colaborador antes de enviá-lo para um treinamento. É questão fundamental, ao promover aprendizado para adultos, pensar em como gostamos de receber informações. Adulto já tem repertório, já viveu muitas coisas e pode saber até mais que o instrutor. Seu interesse depende disso. “Enfiar” conteúdo goela abaixo jamais.

* Adulto gosta de ser ouvido e quer reconhecimento. Esses são, inclusive, alguns dos princípios seguidos pela andragogia, arte ou ciência de orientar adultos a aprender. É preciso levar em consideração a utilidade do aprendizado para resolver problemas e aumentar a autonomia do profissional, para as tomadas de decisão.

* Sendo assim, é muito importante pesquisar e alinhar as expectativas do colaborador antes de propor treinamentos. O profissional deve se sentir parte da construção do aprendizado.

 

Dicas

* Ao invés de enviar o convite por e-mail, faça uma palestra/ bate-papo com a equipe. Isso aumenta o interesse e esclarece dúvidas.

* Evidencie a importância do aprendizado, mostre o que vai mudar e garanta que tudo aconteça.
Não seja técnico demais na comunicação. Conte histórias dos próprios colaboradores
para gerar identificação. Conquiste o lado emocional das pessoas.

* Visual faz diferença. Quanto mais clean e objetivo, mais as pessoas vão perceber profissionalismo e levarão mais a sério o treinamento.

* A empresa pode até ter um template de convite padrão, mas o conteúdo deve ser customizado para cada situação.

* Esses alinhamentos simples ajudam a inspirar o colaborador, pois ele se sente reconhecido, entende a importância da ação e se vê como parte do processo de crescimento da companhia.

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