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Uma enquete realizada recentemente no site da Revista Melhor RH constatou que 66% das empresas consultadas possuem entre 50% e 100% de mulheres em seu quadro de funcionários. Mesmo sendo maioria entre os profissionais ativos no mercado de trabalho, entre os que cursam o ensino superior e os que já estão formados, elas ainda enfrentam problemas para assumir posições em conselhos e na presidência das empresas. Muitas mudam ou direcionam o foco de sua carreira para suprir necessidades pessoais, como maternidade e família, outras estacionam em determinadas posições devido aos prejulgamentos, que colocam em xeque sua capacidade para assumir cargos importantes.
Mas, aos poucos isso está mudando. Atualmente, temos bons exemplos no Brasil e no mundo que reafirmam o sucesso da gestão feminina, sejam em cargos governamentais ou à frente de grandes empresas. Todo esse processo de galgar posições no mercado de trabalho está amparado nas discussões sobre o emponderamento feminino e nas cotas para mulheres em conselhos de empresas. Existem diversos grupos de mulheres que discutem e pleiteiam a adoção dessas políticas nas organizações, entre eles está o Fórum Mulheres em Destaque.
Cristina Kerr, sócia-diretora da CKZ eventos e organizadora do Fórum explica que muitos paradigmas têm sido quebrados, e diversas corporações passaram a compreender a relevância do tema. “Temos tido uma evolução lenta, mas as empresas estão reconhecendo a importância da equidade de gênero para consolidação da alta performance.”
Prova disso, é a iniciativa de algumas organizações em investir em projetos de mentoring para auxiliar a evolução de carreira de suas profissionais. Mara Turolla, diretora da Career Center explica que “o mentoring pode ajudar as mulheres a abrir novas perspectivas de como olhar e planejar a carreira na empresa onde estão. É por meio dele que elas poderão identificar que fatores culturais devem ser considerados, quais apoios precisam conquistar e quais os caminhos possíveis para alcançarem seus objetivos.”
Equidade e cotas para elas
Mesmo com diversas discussões e iniciativas sobre a equidade de gênero e a implantação de cotas em conselhos, no Brasil, a presença masculina ainda prevalece no topo da liderança. Na Noruega a história é diferente. Lá, desde 2008, está previsto, por meio de lei, que empresas de capital aberto tenham 40% do seu contingente executivo formado por mulheres. Por aqui, proposta semelhante para cota em conselhos de administração de empresas será entregue, ao Congresso Nacional ainda este ano pelo “Grupo Mulheres do Brasil”, liderado pela Luiza Helena Trajano, Presidente do Magazine Luiza.
Já a equidade de gênero é uma realidade nos cargos de média gestão (gerência), porém, segundo Cristina, da CKZ eventos, há ainda muito trabalho a ser feito para que possamos aumentar o número de mulheres na alta gestão. “A equidade de gênero é realmente um fator de desempenho financeiro e as empresas que querem fazer negócios com inteligência devem desenvolver programas de liderança feminina para reter as mulheres em cargo de diretoria e c-level. Só assim será possível alavancar o talento delas em cargos gerências, para que elas possam chegar aos cargos de liderança.”