Bom Angelo, da Lazam/MDS: companhias que constroem relações saudáveis com seus públicos duram mais |
A longevidade de uma empresa, ou seja, a perenidade de um negócio, está diretamente associada à preocupação da organização em construir relações saudáveis com públicos como acionistas, empregados, fornecedores e sociedade. No entanto, essa crença não pode se limitar ao discurso e deve ter como suporte modelos de gestão que considerem a efetividade dessas relações por meio de indicadores claramente estabelecidos. A opinião é de Eduardo Bom Angelo, diretor superintendente da Lazam/MDS Gestão de Seguros, e que está no CONARH 2009 com a palestra Modelos de gestão de empresas .
“De modo geral, as empresas tratam os indicadores de gestão isoladamente, até porque vários deles são promovidos por áreas diferentes como RH, marketing ou operações. As pesquisas sobre clima organizacional acabam tendo pouca relação com indicadores de satisfação de clientes ou avaliação de desempenho e satisfação de fornecedores. O que é preciso evidenciar é que a longevidade de uma empresa está associada ao modo como as companhias conseguem articular esses indicadores em um todo harmônico, que garanta a permanência das empresas em seus segmentos de atuação”, explica Bom Angelo.
O diretor assinala que, mesmo entre as maiores empresas do mundo, o índice de sobrevivência é muito baixo, algo como 25% ao longo de 25 anos, o que representa uma significativa perda de valor para a sociedade, pois não só as empresas desaparecem, mas com isso perdem-se empregos, reduzem-se salários, eliminam-se competidores e opções.
“No mercado, vemos empresas com vocações distintas. Há aquelas que sonham ser corredores de 100 metros, que largam forte, correm muito, mas terminam rápido, até porque seu foco de relacionamento era muito limitado. Mas há aquelas com as quais me identifico mais, que atuam como maratonistas, têm estruturas enxutas e se preparam para longas corridas, com a certeza de que, ainda por cima, chegarão inteiras ao final”, explica.
Para ele, empresas que visam a longevidade e a permanência no mercado precisam construir modelos de gestão que considerem todos os seus públicos, definindo e medindo indicadores relacionados não só à lucratividade gerada ao acionista, mas também à satisfação e desempenho dos empregados, ao bom relacionamento com fornecedores e à construção de uma efetiva integração com a sociedade, tornando-se, assim, relevante para todos os públicos onde atua. “Está provado, por inúmeras pesquisas conduzidas na Europa, EUA, América do Sul e Ásia, que empresas que atuam construindo relações saudáveis com seus públicos, e avaliando o desempenho destas relações a longo prazo, duram mais, lucram mais, e se tornam referência em seus segmentos de atuação”, alerta.