A discussão sobre o ambiente organizacional e a carreira dos seus profissionais está indo além da carreira em Y, segundo Roseli Rodrigues, Head de Recursos Humanos da Neoway, empresa do setor de tecnologia e especializada na criação de soluções de inteligência de mercado e prevenção de perdas.
Ela explica que algumas empresas buscam criar novas possibilidades com a inserção de uma nova trilha, a carreira em “W”, geralmente vista como uma alternativa para a carreira na gestão mais técnica, porque apenas um determinado modelo já não corresponde aos atuais desafios e expectativas dos jovens profissionais.
Para a executiva, a liberdade de poder de atuação é fundamental e é importante ressaltar a flexibilização na realização de atribuições distintas de uma determinada trilha para que o profissional se sinta mais pleno no desenvolvimento de suas competências e possa experimentar novas possibilidades.
“Quando damos a liberdade de experimentação de atribuições adicionais ou mesmo diferentes de sua trilha, este jovem profissional acaba, em muitas situações, fazendo escolhas diferentes em sua carreira. Com esta cultura aberta, ocorre a ampliação do leque das competências de nossos profissionais, bem como de nossa organização. Percebemos também que ocorre uma maior empatia entre os profissionais, devido a esta possibilidade de experimentação das demais atribuições de outras trilhas”, afima.
Acompanhe a entrevista com Roseli Rodrigues, Head de Recursos Humanos da Neoway.
1 – Qual a importância e os benefícios de uma empresa ter um modelo de carreira bem delineado?
Quando trabalhamos com um processo forte de autogestão, com metodologias ágeis, times de alta performance, a clareza das responsabilidades é um fator determinante não apenas no quesito produtividade, mas sobretudo na questão de relacionamento interpessoal destes times. Cada um identifica a sua contribuição, bem como o impacto no resultado do todo.
2 – A “cobrança” por um modelo de carreira é mais característica em funcionário de qual faixa etária?
De forma geral as novas gerações estão buscando desafios em detrimento de nomenclaturas. As novas gerações são aceleradas, e não é um cargo que segura um profissional. Quando empresas se preocupam exclusivamente em carreira, deixando para segundo plano o clima organizacional e o ambiente desafiador, pode-se gerar um enfoque exagerado em cargo e se o colaborador não consegue esta mudança em um pequeno período de tempo frustra-se, pois acaba sendo o atrativo principal a ser percebido e buscado. Na Neoway, o colaborador gosta de estar aqui pelos desafios que temos, pelo ambiente que possuímos, tendo claras as responsabilidades na posição que está naquele momento. Este é o nosso drive de Pessoas.
3 – Há quanto tempo a Neoway tem adotado o modelo de carreira W? Quando essa necessidade foi percebida e como ela foi adotada pela empresa?
Considerando o DNA da Neoway, sempre muito voltado a inovação e com uma cultura aberta a participação de seus profissionais, este processo iniciou-se de forma muito natural, incentivada pelo estilo de gestão de seu fundador e atual CEO da Empresa. Quando a Neoway iniciou em 2002, já possuía técnicos especialistas atuando em papéis de liderança. No início este processo se deu de maneira mais informal, com profissionais que já eram vistos como referência técnica nos times.
4 – Quais os resultados dessa mudança na Neoway?
Os líderes técnicos passaram a ampliar seu background, desenvolvendo competências comportamentais voltadas principalmente ao coaching, contribuindo assim no melhor desenvolvimento e direcionamento destes times. O resultado é que temos líderes mais preparados, contribuindo para times de alta performance com pessoas satisfeitas de estarem aqui.