Em 2011 surge, cunhado na Feira de Hannover pelos alemães, o conceito da Indústria 4.0, caracterizada pela inovação e automação da manufatura, criando novos postos e estruturas de trabalho. Com isso, o mercado cada vez mais exige um novo perfil de profissional, com maior pensamento crítico, capacidade de resolver problemas complexos, empatia, criatividade e colaboração, que vem refletindo nos RHs das empresas. O departamento, que antes tinha uma posição mais tática, passa a ser um núcleo estratégico dentro das companhias, segundo avaliação de Naomi Scuratovski Wernli, coach de carreira com mais de 10 anos de experiência, que idealizou o projeto Amiga da Meta Coaching & Consultoria para apoiar profissionais.
“Garantir a conformidade dos valores e preservar a cultura da companhia não pode ser o único foco do RH no mundo atual. É preciso moldar essa cultura, pensando em novas formas de suportar processos mais ágeis, e isso exige uma nova forma de atuação deste setor”, afirma Naomi. A fim de garantir o sucesso nesta transição, a especialista diz que o RH deverá desenvolver habilidades de coaching para apoiar gerentes e colaboradores com conversas cotidianas, visando departamentos mais integrados e conectados. O uso de tecnologia para a área de gestão de pessoas como o people analytics – a coleta, organização e análise de dados para reter e mapear talentos de forma mais precisa – garante a agilidade nos processos e tomadas de decisão.
A especialista ressalta que quem está entrando no mercado de trabalho procura, mais do que boa remuneração e benefícios, engajamento e significado. “A geração Y tem buscado propósito no que faz e as empresas devem se atentar a isso. Não só com a intenção de reter talentos, mas vivenciá-los na prática, no dia a dia corporativo. É essencial ser transparente”, pontua a idealizadora da Amiga da Meta.
A transformação do RH depende da mudança de mindset da alta administração das empresas, que precisa encontrar estratégias para impulsionar as equipes e traçar planos de negócio de acordo com o momento econômico. “Enxergar que vivemos em um mundo diferente é fundamental para formar equipes mais capacitadas, reter talentos, reduzir custos e, finalmente, melhorar a reputação da marca empregadora no mercado”, arremata a coach.