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Por que líderes “Câmara de Eco” não devem estar na sua empresa?

O desafio da liderança nesse contexto é sair da zona de segurança onde contratam e promovem apenas pessoas com ideias e opiniões parecidas

Como ser uma boa líder? Como engajar o time? Fazer o negócio crescer? Gerar impacto na sociedade?

Essas são apenas algumas das perguntas que vêm à cabeça das pessoas que exercem liderança dentro das empresas. Veja, falo de liderança que quer fazer a diferença legitimamente, não de chefes que apenas ditam regras.

É desafiador lidar com toda a complexidade do mercado de trabalho e as mudanças exponenciais que estamos vivendo. É como se tudo tivesse saído do controle – aquele que tanto nos agrada, nos dá segurança ou pelo menos nos faz senti-la. E é exatamente aqui, nesse lugar quentinho, onde nos sentimos seguros, que mora o perigo.

Nós, seres humanos, buscamos aprovação em tudo o que fazemos. Alguns têm mais consciência disso, outros menos. Queremos nos sentir confortáveis e apoiados. Queremos dialogar com pessoas com as quais nos reconhecemos e nos compreendem e, inconscientemente, projetamos uma força muito poderosa para as nossas câmaras de eco.

Câmaras de eco? É quando nossas ideias e crenças são reforçadas por aqueles que nos cercam fazendo com que nossas atitudes e pensamentos sejam validados, nos deixando felizes. Ok, é normal que isso aconteça em certa medida, afinal nos atraímos por valores e crenças semelhantes. O problema é quando nos afastamos de tudo que apresenta uma opinião contrária à nossa e, a partir disso, criamos uma barreira para não encararmos o que existe fora da nossa bolha. Você deve conhecer alguns “líderes câmara de eco”, que fazem de tudo para impor a própria opinião. Infelizmente, são ainda muito comuns.

Diversidade vale a pena

Certo, mas o que há fora da bolha? Uma série de ideias inteligentes formadas por perspectivas muito diferentes de mundo e que quando unidas de forma sinérgica podem fazer uma grande diferença dentro das organizações. Afinal, queremos inovação, não? Então é preciso pensar diferente!

Estudo da Mckinsey que ouviu mais de 3,9 mil funcionários em mais de 1,3 mil empresas da América Latina, indica que há um engajamento consideravelmente maior dos colaboradores quando a diversidade é estimulada: 72% dos entrevistados percebem melhora consistente na forma como a empresa realiza suas atividades. A análise indicou também que a diversidade torna as empresas 14% mais propensas a superar seu desempenho do que os pares da mesma indústria e esse número chega a 93% quando os funcionários percebem a empresa como gênero-diversa.

O desafio da liderança nesse contexto é sair do quentinho, da zona de segurança onde contratam e promovem apenas pessoas com ideias e opiniões parecidas, com históricos acadêmicos e culturais idênticos e que buscam por “clones” dentro dos seus times. Nem sempre isso é consciente e é exatamente por isso que precisamos falar sobre o tema e perceber a importância da diversidade para o mercado complexo e desafiador em que estamos inseridos.

A marca que queremos deixar

Dá trabalho ouvir diferentes lados, desenvolver competências e comportamentos de pessoas, dar feedback e ter que refletir sobre nosso posicionamento e nossos padrões para sermos melhores todos os dias. 

A forma como lidamos com a diversidade e como engajamos as pessoas para que a inclusão de fato ocorra é uma decisão importante para mostrar o que realmente queremos com a nossa liderança e qual é a marca que queremos deixar.

Novos negócios e profissões serão criados em uma velocidade significativa e a internet possibilitará uma integração global do mercado de trabalho. Por outro lado, apenas surfaremos essa onda se quebrarmos os paradigmas e preconceitos para nos comunicarmos dentro de um mercado mais diverso e verdadeiramente inclusivo, onde ideias e experiências diferentes são bem-vindas. Liderança inclusiva é aquela que democratiza as oportunidades e enxerga as ideias diferentes como forma de evolução, sem o comodismo e as limitações da Câmara de Eco.

Dá trabalho, né? Então melhor começar agora!

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Maria Eduarda Silveira

Sócia-fundadora da consultoria de recrutamento e desenvolvimento BOLD HRO