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Qualidade de vida do colaborador importa

Com o burnout sendo classificado pela OMS como doença do trabalho, é fundamental que o RH assuma de vez o seu papel de guardião de pessoas

de Bruno Carone em 21 de junho de 2022
Drobotdean/ Freepik.com

Como proporcionar saúde mental para os funcionários? Esse tem sido o desafio da área de Recursos Humanos de diferentes empresas. O assunto se torna ainda mais urgente diante da notícia de que o burnout foi classificado pela OMS como doença do trabalho e de indícios de que a ansiedade e a depressão estão prestes a explodir no Brasil. Nesse cenário, cabe ao RH, o guardião de pessoas dentro do negócio, criar formas de contribuir para o bem-estar do seu time. E é sobre isso que vou falar nesse artigo.

De acordo com estudo da The School of Life em parceria com a Robert Half, mais de 50% dos líderes e liderados entrevistados já deixaram de produzir ou se engajar no trabalho por estarem emocionalmente abalados. Do total, cerca de 14% não têm se cuidado, quase 29% afirmam que a empresa na qual trabalham não oferece nenhum apoio para essa questão e 37% relatam nem sentir liberdade para abordar o assunto com seus empregadores.

Entendo que o ambiente e os acontecimentos externos, seja do ambiente corporativo, da vida ou do mundo, impactam as pessoas de maneira distinta. Porém, o RH das organizações pode contribuir muito para a qualidade de vida dos profissionais do seu time quando demonstra empenho genuíno em:

1. Equilibrar a carga de trabalho

A regra de fazer mais com menos colaboradores segue como realidade em muitas organizações. Mas isso só funciona de maneira efetiva quando não significa sobrecarregar o time. Nesse sentido, o RH, juntamente com os gestores das áreas da empresa, devem manter atenção com relação a justa divisão das tarefas. Será que, por exemplo, em períodos de pico de trabalho ou de ausência de profissionais, não vale a pena reorganizar as demandas ou contratar um profissional temporário? Vale a reflexão.

2. Flexibilidade

A experiência no home office acendeu nos profissionais um desejo antigo: a flexibilidade. Dessa forma, ainda que a sua organização opte pelo retorno ao modelo presencial de trabalho, avalie a possibilidade de oferecer o trabalho remoto em alguns dias da semana, implementar horários de entrada, almoço e saída mais flexíveis. A ideia aqui é valorizar mais a qualidade das entregas do profissional do que propriamente as horas de expediente, enquanto incentiva a saúde mental nas empresas.

3. Incentivar os momentos de descanso

Os seres humanos não são máquinas e, portanto, precisam de pausas para descansar e recarregar as energias. Do contrário, a tendência é de que tenham muita dificuldade para dar o melhor de si durante o trabalho, produzirem de maneira adequada e se manterem criativos. Por isso, é tão importante que a organização estimule a desconexão dessas pessoas após o término do expediente, aos finais de semana e no período de férias. É papel do RH, aliás, fazer o planejamento de férias dos funcionários. Na busca da resposta sobre como proporcionar saúde mental para os funcionários, algumas organizações mais maduras levam esse assunto tão a sério que já incluíram créditos para viagens no pacote de benefícios corporativos, visando ter mais uma ferramenta útil, eficiente e inovadora para atrair e reter talentos, além de diminuir o turnover.

4. Abrir espaço para o diálogo sobre saúde mental das empresas

Por mais que o tema saúde mental nas empresas tenha evoluído no ambiente corporativo, ainda há muito espaço para evoluirmos nesse quesito. Nesse sentido, muitas organizações têm criado canais para que os colaboradores possam acessar psicólogos e psiquiatras para questões emergenciais. Outras têm promovido ações de conscientização sobre o tema. Há, ainda, as que estão treinando suas lideranças para, sem julgamento ou preconceito, acolher os profissionais que enfrentam algum desafio de saúde mental e, então, direcionar essas pessoas para um tratamento ou aconselhamento com especialistas. As ferramentas são diversas. Mas o mais importante é que as pessoas precisam ser ouvidas e sentir liberdade para se expressar, sem esquecer de que os gestores também enfrentam desafios e precisam desse acolhimento.

5. Valorizar o autocuidado

Ciente de que as pessoas, juntamente com sua inteligência e a sua mão de obra, são o principal bem de uma companhia, o RH deve incentivar o seu time a cuidar de duas máquinas tão poderosas: o corpo e a mente. Isso pode ser feito com a oferta de plano de saúde e de orientações sobre as vantagens e as boas práticas no uso desse benefícios; ou de incentivo financeiro para frequentar academias, estabelecimentos que promovam ações de bem-estar físico ou visitas a psicólogos e psiquiatras.

Investir preventivamente no bem-estar físico, mental e emocional do colaborador, sem dúvida é muito mais eficiente, econômico e simples do que promover ações emergenciais para recuperar o melhor nível de produtividade e engajamento.

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Bruno Carone

Cofundador da startup Férias & Co.