Atento ao modelo empresarial do século 21, de comprometimento com a sustentabilidade, com o endereçamento de questões diversas da sociedade e com a transparência da governança das organizações — pautas da agenda ESG —, o Fórum Melhor RH ESG e Comunicação discutiu o papel do RH frente a essa realidade. Participaram do debate, no painel “A voz dos Recursos Humanos”, Camilla Albani, gerente Executiva de Gente e Gestão da ComBio Energia; Fabiano Rangel, head de Desenvolvimento Organizacional e Institucional da Leão Alimentos e Bebidas; e Elizabeth Sousa Rodrigues, executiva de Gente e Gestão da Vedacit. O evento foi promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação no início de agosto, de forma online e gratuita.
Camila iniciou a conversa mostrando a importância de o RH conhecer a estratégia do negócio, suas diretrizes, trabalhando suas dores de forma atrelada ao desenvolvimento da agenda ESG. “É preciso sair da área de People e olhar o todo”, entende a executiva.
Rangel também aposta na transversalidade do departamento. Para ele, times devem se perguntar “qual o desafio ou oportunidade pode ser endereçado em sua área funcional, dentro do ESG?”. Mas “o RH é quem pode ajudar todas as outras áreas a se fazer essa pergunta”, destaca o executivo. O olhar deve resolver uma importante questão atrelada às ações ESG nas empresas, de que “muitas vezes não se gera valor nem para dentro nem para fora da organização”, ressalta.
Elisabeth, por sua vez, não desvincula a ação do RH e de toda a empresa, da estratégia do negócio, quando se trata de cumprir a agenda ESG. Cita o exemplo da Vedacit, que atua na área de construção civil, e adotou como foco estratégico da pasta tentar suprir, de alguma forma, e com sustentabilidade, o grande déficit habitacional que existe no país. Desenhadas na estratégia de negócios, “diretrizes foram ficando cada vez mais claras na agenda ESG”, lembra a executiva. “Fomentar essa agenda em todos os departamentos é papel do RH”, compreende.
Recrutamento também deve ser estratégico
Para alcançar qualquer objetivo, é necessário contar com o total comprometimento dos colaboradores. O recrutamento e a seleção devem ser alinhados aos valores que orientam a companhia no cumprimento de sua agenda ESG, buscando perfis que ecoem as causas apoiadas pela empresa. Eis mais uma missão para o RH, debatida no mesmo evento, desta vez no painel “Recrutamento estratégico”, com a participação de Adriana Alves, VP em Diversidade, Equidade e Inclusão do Banco BNP Paribas; Nathalia Sobral, Talent Acquisition Manager para América Latina da Cargill Agrícola; e Marli Soldera, gerente de RH da Affix Administradora de Benefícios.
Trabalhando com gestão de planos de saúde, a Affix passou a olhar para o ESG com mais intensidade durante a pandemia, acelerando vendas on-line e eliminando o uso do papel em suas operações. Hoje, 80% do time é feminino, com mulheres ocupando diversos cargos de liderança, pontua a executiva sobre estratégias da companhia em andamento. “É claro que é preciso mais, mobilizar toda a cadeia, clientes e fornecedores”, lembra Marli.
A empresa tem 130 funcionários — sobre isso, ela lembra que, apesar do impacto limitado pelo tamanho da organização, é importante que cada um faça sua parte. Atualmente trabalhando posicionamento e propósito da marca, engajamento interno e perfil dos candidatos alinhados à atual proposta têm sido ponto de atenção.
Já o compromisso contra o desmatamento, com fornecedores e parceiros sustentáveis é estratégia ESG alinhada ao negócio da Cargill, que possui estrutura focada em sustentabilidade em nível global. Nathalia comenta, ainda, o processo de contratação às cegas de Trainee, que aumentou indicadores de diversidade da empresa, bem como as vagas exclusivas para público trans, mulheres, entre outros. Nos processos de recrutamento em geral, a empresa é alvo da curiosidade dos candidatos.
“Eles buscam empresas alinhadas aos seus valores”, lembra, por sua vez, Nathalia, sobre entendimento que cada vez mais contribui para que empresas alinhem seus times à estratégia e propósito do negócio, bem como às estratégias ESG. Por outro lado, é preciso cada vez mais transparência.
BNP sempre teve uma agenda ESG, acumulando um legado anterior à visibilidade do tema, conta, por sua vez, Adriana. Em recrutamento e seleção, a executiva concorda com Nathalia, sobre o olhar criterioso dos candidatos, sobre qual empresa eles querem trabalhar. Por isso, ela conta, o trabalho no banco tem sido garantir que colaboradores estejam amparados desde a contratação, quanto ao desenvolvimento da carreira, nível de satisfação com a empresa, salário e, ainda, se grupos sub-representados têm tido o devido espaço e acolhimento. “A sensação, hoje, é de que estamos sendo escolhidos”, entende Adriana. Referindo-se aos mais jovens, guiados essencialmente por propósitos e valores ela questiona: “Estamos preparados para receber essa geração?”
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