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Movimento quiet quitting: está na hora de reagir!

Tendência que cresce especialmente nas redes sociais não tem nada a ver com pedir demissão. Entenda o movimento capaz de minar o engajamento das equipes e o desempenho das empresas

de Luiz Alexandre Castanha em 29 de setembro de 2022
Moça negra em fundo laranja sinalizando quiet quitting Wayhomestudio/ Freepik.com

Uma nova ideia tomou conta das redes sociais: quiet quitting (em português, demissão silenciosa). Essa tendência, que cresce especialmente nas redes sociais, não tem nada a ver com pedir demissão. Significa apenas fazer o que é necessário no trabalho. Sem horas extras, querer se destacar ou fazer mais pela empresa.   

Em crescimento principalmente entre trabalhadores mais jovens, a hashtag #QuietQuitting já acumulou mais de 354 milhões de visualizações apenas no TikTok. 

Alguns especialistas sugerem que é apenas um nome controverso para fazer  trabalho com limites saudáveis ​​​​de vida profissional, enquanto outros dizem que a dedicação ainda é importante para avançar em sua carreira ou mesmo uma maneira de lidar com o esgotamento.

A questão é que o ambiente corporativo não pode apenas olhar de cima a popularização desse movimento. Algo precisa ser feito – e o mais rápido possível.

O engajamento dos colaboradores se relaciona diretamente com o desempenho no trabalho. E, se os empregadores querem organizações saudáveis ​​e com desempenho, eles precisam intensificar a tarefa de atender às suas necessidades. E esse “combo” vai muito além de reconhecimentos, recompensas, compensações e as oportunidades de avanço que os funcionários possam merecer.  

A oportunidade de reconquistar a excitação do primeiro dia de trabalho está também no desenvolvimento de programas de capacitação especificamente voltados para esse fim. Quem defende esse movimento é John Bersin, um dos maiores pensadores mundiais quando o assunto é aprendizado corporativo.

E vale a pena acreditar no potencial de recuperação e retenção desses talentos. Afinal, empresas com funcionários altamente engajados superam seus concorrentes em impressionantes 147%, de acordo com o futurista Blake Morgan. 

Na verdade, os colaboradores são engajados quando sentem uma conexão emocional e paixão pelo trabalho e pela empresa. E esse sentimento não deve ser confundido com a satisfação dessas pessoas, que geralmente é determinada pelo pagamento e benefícios, entre outros pontos. 

O envolvimento exige que o funcionário sinta o significado em seu trabalho e que sua contribuição é importante e impactante. 

Mas qual caminho seguir quando o assunto é capacitação? 

O primeiro ponto é deixar de lado as metodologias tradicionais de ensino e migrar para a adoção de novas tecnologias. Muitas vezes, o aprendizado não é bem utilizado nas organizações porque não é personalizado o suficiente. 

A tecnologia pode ser utilizada na personalização do aprendizado. Por exemplo, a inteligência artificial (IA) é fundamental na personalização ou contextualização do aprendizado entregue, usando informações sobre as experiências anteriores e o histórico de uma pessoa e seus objetivos.

Outra questão importante é utilizar uma abordagem de microaprendizagem, tornando os materiais e recursos acessíveis por meio de dispositivos móveis. E as capacitações não podem ser algo imposto. 

É importante se concentrar em adotar um aprendizado social e informal. E é nesse ponto que os recursos de gamificação podem tornar o aprendizado mais divertido e envolvente.

Além de técnicas mais inovadoras e dinâmicas, que se aproximem ao máximo do colaborador sem ser maçante, o conteúdo abordado também precisa ser pensado em detalhes. 

Ele precisa ser relevante, focando principalmente em como poderá ser utilizado agora e amanhã por cada um. Até porque, para quem se sente desestimulado, será fácil ter a sensação de “tempo perdido”.  

O Quiet Quitting é mais uma questão a ser pensada por todos os tipos de empresas. Você continuará a ignorar esse movimento ou buscará novas maneiras de reacender a motivação e a produtividade dos colaboradores? 

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Luiz Alexandre Castanha

Administrador de empresas com especialização em gestão de conhecimento e storytelling aplicado à educação, coautor do livro Olhares para os Sistemas e é CEO da NextGen Learning.