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Comunicação interna assertiva e respeitosa é estratégia de inclusão

Comunicar-se com assertividade, livre de estereótipos e de forma a promover integração cultural torna-se essencial no apoio aos programas de D&I, entendem RHs e especialistas

de Redação em 7 de janeiro de 2025
Rawpixel.com via Freepik

A Comunicação Interna (CI) tem se consolidado como um pilar fundamental nas iniciativas de Diversidade e Inclusão (D&I) dentro das organizações. Em um cenário corporativo cada vez mais diverso, a forma como nos comunicamos é essencial para garantir uma cultura inclusiva e respeitosa, além de contribuir para uma inovação contínua. Uma comunicação assertiva, capaz de alinhar diferentes perspectivas e experiências, tem mostrado ser uma estratégia eficaz para promover transformações significativas nas empresas.

Esse foi o tema do debate que transcorreu no painel “Sem pisar em ovos – O papel da CI na construção de diálogos assertivos e respeitosos”, do 4° Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão, com a participação de Thalita Queiroz, responsável por Diversidade, Equidade e Inclusão na Pluxee; Carolina de Paiva, gerente Executiva de Comunicação Interna e Engajamento na TIM; Marcelo Cosentino, gerente de Comunicação Interna e Externa na Toyota do Brasil; e Carolina Prado, diretora de Comunicação para América Latina na Intel.

O Fórum, com seus painéis, foi realizado de forma online e gratuita, promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, em parceria com o Centro de Estudos da Comunicação (CECOM). Reuniu profissionais de Recursos Humanos, especialistas e líderes empresariais se para discutir como as organizações podem superar paradigmas ultrapassados e avançar em práticas de diversidade e inclusão. O evento explorou a importância de alinhar os avanços tecnológicos a uma mentalidade moderna e inclusiva, com a diversidade apontada como um motor de inovação fundamental para a transformação organizacional.

Assertividade como pilar inclusivo

O painel em questão discutiu como a comunicação interna pode ser uma aliada essencial na construção de ambientes corporativos mais inclusivos, com foco em uma comunicação assertiva que respeite e valorize a diversidade.

Thalita Queiroz, da Pluxee, iniciou a discussão destacando o papel crucial da comunicação assertiva no ambiente de trabalho, particularmente em contextos de diversidade. Ela enfatizou que uma comunicação bem trabalhada pode reduzir significativamente os conflitos internos e fortalecer a confiança entre os membros da organização. “Quando a comunicação é assertiva, ela reduz muito os conflitos internos e fortalece essa confiança”, explicou Thalita. Além disso, ela sublinhou a importância de evitar expressões preconceituosas, capacitistas ou racistas, de modo a criar um espaço seguro onde as mensagens sejam interpretadas corretamente. “Minimizar qualquer possibilidade de um ambiente inseguro, onde a mensagem possa ser mal interpretada, é essencial”, afirmou Thalita Queiroz.

Ao abordar o impacto da comunicação assertiva, Thalita Queiroz destacou que ambientes seguros, onde os colaboradores podem expressar suas opiniões de forma construtiva, são fundamentais para a promoção da inovação. “Quando temos uma comunicação bem estruturada e um ambiente seguro, o feedback positivo flui naturalmente, criando uma cultura de reconhecimento e valorização”, acrescentou.

Infotoxicação: como equilibrar a sobrecarga de informações

O painel também discutiu o fenômeno da infotoxicação, que ocorre devido ao excesso de informações e constantes interrupções causadas pela tecnologia. Carolina Prado, da Intel, refletiu sobre como lidar com esse desafio em um contexto onde a comunicação interna precisa ser eficiente sem sobrecarregar os colaboradores. “A cada cinco segundos, somos interrompidos por algo. A tecnologia é uma bênção, mas também uma maldição. Precisamos dosar essa informação”, comentou Carolina. Ela também explicou como a Intel tem adotado estratégias para reduzir a quantidade de e-mails e garantir que as informações sejam transmitidas de maneira clara e relevante. “Reduzimos a quantidade de e-mails e educamos os colaboradores sobre qual ferramenta usar em diferentes momentos. Não é sobre enviar mais e-mails, mas sobre ser assertivo nas informações”, destacou Carolina Prado.

O papel da liderança na transformação cultural

A liderança foi outro tema crucial abordado, pois é uma das chaves para a implementação bem-sucedida das iniciativas de diversidade e inclusão. Carolina de Paiva, da TIM, compartilhou a experiência da empresa na formação de líderes que compreendam e pratiquem esses valores. “Na TIM, desde 2019, temos trabalhado de maneira consistente para formar líderes que incorporam a diversidade no seu dia a dia”, afirmou Carol. Ela também explicou que a TIM realiza treinamentos, workshops e rodas de conversa para promover a liderança antirracista. “A liderança antirracista é um tema tratado o ano todo. Não é só uma ação pontual, mas um compromisso genuíno com a transformação”, disse Carolina de Paiva.

Na TIM, os colaboradores também são incentivados a participar ativamente de grupos de afinidade que contribuem para a promoção de ações inclusivas, com autonomia para propor iniciativas locais. “Identificamos pessoas em diversas áreas da empresa, desde o escritório central até as lojas, para ouvir suas experiências e promover ações que reflitam a realidade de suas localidades”, explicou Carol.

Transformação cultural: além da comunicação

Marcelo Cosentino, da Toyota do Brasil, lembrou que, embora a comunicação interna desempenhe um papel fundamental na transformação cultural, ela sozinha não é suficiente. “A comunicação pavimenta a transformação, mas não é a única ferramenta. Algumas pessoas acham que basta fazer uma campanha para promover a mudança cultural, mas isso é muito mais complexo e leva tempo”, afirmou Marcelo Cosentino. Ele destacou que a transformação cultural envolve uma série de outras ações, sendo a comunicação apenas uma das ferramentas necessárias para atingir esse objetivo.

Neste e em outros depoimentos, o painel deixou claro que, para promover mudanças significativas, é necessário, além dessa ferramenta, muito mais do que palavras – é preciso compromisso, ação e acompanhamento contínuos.

Para assistir ao evento completo:
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