Na era em que tudo se traduz em imagem, as telas se tornaram o novo ponto de contato entre marcas e pessoas. Só que o alvo da vez não é um produto, muito menos um serviço exibido no metrô ou no shopping: é comunicação interna na mais alta definição. Antes associada a outdoors e painéis em ambientes externos, a mídia OOH (Out of Home) está ocupando, cada vez mais, os espaços corporativos, especialmente em empresas com equipes pulverizadas e múltiplas unidades. A lógica de atrair a atenção continua a mesma, mas o propósito é bem diferente. Em vez de vender consumo, vende-se cultura – algo que, no processo, transforma o OOH em uma nova linguagem da comunicação interna, mais visual e dinâmica.
Mais do que uma tendência, esse movimento revela uma nova forma de pensar a comunicação, com as empresas assumindo, de fato, o papel de veículos de mídia. E se o objetivo é construir e difundir o próprio discurso entre os colaboradores, nada mais coerente do que aproximar a comunicação interna da mídia OOH, transformando as telas em pontes entre cultura e pessoas. Embora a TV corporativa não seja exatamente uma novidade, ela representa um desdobramento interessante desse conceito, já que as empresas também precisam conquistar a audiência onde quer que ela esteja. Mas, afinal, o que impulsiona esse mercado e o torna tão promissor?
OOH transforma a comunicação interna em experiência de marca
A resposta começa com uma distinção importante. Aqui temos um mercado de mídia publicitária, voltado originalmente ao público externo, aplicado seu know-how em ambientes corporativos. Esse movimento, como destaca quem faz o OOH acontecer, é resultado direto da convergência entre tecnologia, curadoria e comportamento. Empresas do setor, como NEOOH, Eletromidia e Kallas, com as quais conversamos, enxergam nesse formato uma evolução natural da comunicação interna, agora mais pautada por dados e pela lógica de rede.

da NEOOH
Antes de tudo, vale entender que, no caso delas, o que está em jogo não é apenas a ferramenta tecnológica, mas um modelo de negócio diferente. Hugo Vieira, COO (Chief Operating Officer) da NEOOH, explica que, em vez de oferecer apenas a vitrine, a empresa atua de ponta a ponta, do hardware à criação de conteúdo, trabalhando lado a lado com os times de RH e comunicação interna. “É isso o que considero mais estratégico. Nossa solução permite que a própria empresa crie e publique suas mensagens, mas vai além disso”, afirma. A proposta, segundo ele, é garantir que cada mensagem reflita a cultura e os objetivos estratégicos da organização, um processo que faz do OOH um canal vivo e engajador.
Tecnologia e dados impulsionam o avanço do OOH nas empresas
Não à toa, Joaquim Lopes, CEO da 4yousee, unidade de negócios da Eletromidia, resume a equação em duas palavras: know-how e robustez. Essa combinação, segundo ele, é o que garante que o conteúdo seja mais assertivo, relevante e personalizado, além de amplamente distribuído e constantemente atualizado.
A lógica de negócio também se diferencia: quando faz sentido, as mesmas telas podem abrigar anúncios de pequenas e médias empresas, da comunidade onde a organização está inserida, tornando o canal mais vivo e conectado à realidade local. “Cada vez mais a mídia OOH é comprada por audiência, e não por circuito, o que favorece a consolidação dos ambientes corporativos como parte natural do planejamento de mídia das marcas e suas agências”, completa.
Na prática, isso significa que o valor da tela não está mais no ponto físico, e sim em quem vê a telinha. Herbert Viana, CPO (Chief People Officer) da Kallas, faz a ponte entre esse novo cenário e o universo da TV corporativa, destacando que a principal diferença está na combinação entre expertise em mídia, dados e impacto visual. “Os diferenciais incluem softwares de gestão já testados em grandes redes de mídia OOH, além da integração com campanhas externas”, explica.
Aliás, para ele, essa convergência aponta para um futuro híbrido, com o OOH ganhando cada vez mais espaço na comunicação interna. A atualização em tempo real, o uso de dados internos e as experiências digitais interativas tornam o canal ainda mais dinâmico. “Acredito que o OOH deixará de ser visto apenas como mídia externa, para se afirmar como uma plataforma de comunicação digital, capaz de se adaptar a diferentes contextos: rua, transporte, lojas e também dentro das empresas”, projeta.
Ecossistema integrado
Não é por acaso que a lógica do OOH tem tudo a ver com o ecossistema corporativo. À medida que as empresas se tornaram mais pulverizadas, ficou claro que era preciso investir em novos canais de comunicação – sobretudo porque nem todos os colaboradores têm acesso ao celular ou ao computador. Assim como acontece no metrô, nos aeroportos e nos shoppings, uma mídia dinâmica, capaz de transmitir o recado em uma passada de olho, funciona muito bem. E por quê? Joaquim Lopes, da 4yousee, chama a atenção para um detalhe crucial dessa dinâmica: o OOH é, por natureza, a mídia que conversa com as pessoas quando elas estão fora de casa. Ou seja, qualquer ambiente de circulação pode se tornar um ponto de contato.

da 4yousee
Basicamente, o avanço do OOH para dentro das organizações, segundo ele, segue a mesma lógica do que já acontece nas ruas: relevância e contexto. “Qualquer ambiente em que haja circulação de pessoas se torna um ponto potencial de contato. No ambiente corporativo, essa lógica também faz sentido”, afirma Joaquim. O segredo está em acompanhar o ritmo de quem trabalha, com mensagens que não apenas causem impacto, como na publicidade, mas reflitam a cultura e o tom de voz da empresa. E isso é desafiador, já que os projetos precisam ser construídos para gerar valor. “Se o conteúdo for relevante, naturalmente as pessoas olharão para as telas e haverá audiência. E, a partir disso, cria-se a base para que esse espaço seja reconhecido como um canal de mídia”, explica.
Uma questão de contexto
E, aqui, vale um adendo: entender o contexto em que o colaborador está é essencial para que o OOH funcione como canal de comunicação interna. A mensagem exibida para quem está em movimento não pode ser a mesma de quem está em um momento de pausa. Joaquimlembra que o nível de atenção e concentração muda conforme o ambiente. “Se a pessoa está em movimento, o ideal é um conteúdo mais estático e objetivo; se está em um espaço de pausa, é possível usar mais movimento ou elementos de maior detalhamento”, observa. Essa adaptação é o que garante que a mensagem realmente chegue a quem precisa recebê-la.
OOH se tornou parte do dia a dia dos colaboradores
Mais do que ocupar novos espaços, o OOH corporativo já faz parte do dia a dia das pessoas. Seja no refeitório ou no elevador, as telas estão ali para alcançar o público interno de forma ampla e ágil. Um processo que, como Herbert Viana, da Kallas, bem observa, só foi possível graças à evolução tecnológica, que fez do OOH um canal de comunicação interna mais acessível e estratégico.
Com o apoio de dados e conteúdo de qualidade, não demorou muito para que esse ecossistema de mídia digital, como ele define, fosse reconhecido como um canal estratégico de diálogo com o colaborador. O desafio, entretanto, existe porque manter o equilíbrio entre visibilidade e relevância nem sempre é fácil. “O cuidado central é não ser invasivo, mas útil, com mensagens curtas, visuais e com valor direto para quem trabalha na organização”, orienta.

Extensão natural da comunicação interna
Com a consolidação desse modelo, o propósito também se expande. As telas não estão apenas em mais lugares – elas cumprem, hoje, um papel mais estratégico: conectar quem está longe, em tempo real, com linguagem visual e propósito compartilhado. “O OOH já é uma extensão natural da comunicação interna na maioria das grandes organizações. Não é mais tendência, e sim realidade”, complementa Hugo Vieira. Segundo ele, na NEOOH, essa aproximação com a comunicação interna começou há cerca de 15 anos e vem se intensificando com a necessidade crescente de gerar identificação cultural. “Telas digitais em halls, áreas de convivência e pontos de fluxo levam mensagens relevantes e em tempo real para toda a organização. É comunicação integrada que aproxima colaboradores da cultura da empresa, mesmo nos pontos mais distantes”, afirma.
O impacto é o mesmo que o da publicidade: criar conexão com a marca e permanência na memória. Mas, dentro das empresas, as regras precisam ser diferentes. Enquanto as campanhas externas do OOH tradicional têm caráter publicitário, as internas priorizam clareza, proximidade e propósito. E isso, de acordo com Hugo, transforma completamente a lógica de produção de conteúdo. “Internamente, o foco é engajamento, gestão à vista e alinhamento cultural. A diferença está no tom, no ritmo e na relevância da mensagem – ela precisa ser útil, natural e não invasiva”, explica.
Segmentação que engaja
Se nas ruas o desafio é falar com milhares de pessoas em movimento, dentro das empresas o foco é o oposto: entender quem é o público e o que realmente o mobiliza. Para o porta-voz da NEOOH, o OOH dentro da comunicação interna evoluiu a tal ponto que se tornou capaz de entregar mensagens sob medida, adaptadas por unidade, turno e perfil de colaborador. Essa personalização é o que torna o canal mais eficaz e empático. “Isso traz precisão, mensuração e interatividade, elevando a comunicação interna a outro patamar. Ou seja, a mesma tecnologia que mede impacto no consumidor mede, também, engajamento dos colaboradores”, explica.

Novo nível de inteligência
Além da segmentação por dados, o que já garante que cada tela cumpra um papel específico – seja informativo, cultural ou de engajamento –, a tecnologia adicionou um novo nível de inteligência ao OOH corporativo. Herbert Viana, da Kallas, destaca que as plataformas atuais permitem agendar, distribuir e atualizar conteúdos em tempo real, além de ampliar o engajamento com recursos interativos, como QR Codes.
Mas o verdadeiro salto, como explica Joaquim Lopes, da 4yousee – Eletromidia, está na precisão com que as mensagens podem ser direcionadas. “Hoje é possível segmentar por múltiplos critérios, incluindo horário, dia da semana, local, tipo de ambiente, seja um edifício corporativo vertical ou uma planta industrial horizontal”, observa.
Segundo ele, os espaços podem ser categorizados com tags que ajudam a direcionar cada campanha a contextos específicos, combinando dados internos e externos – desde fluxos de colaboradores até informações anônimas de circulação. O resultado é uma comunicação muito mais refinada, capaz de medir impacto, ajustar frequência e dialogar com cada público de forma natural, seguindo o mesmo padrão de sofisticação do OOH externo.
Ecossistema colaborativo
Toda essa inteligência, no entanto, só faz sentido quando está a serviço das pessoas. E é justamente aí que entra o papel estratégico das áreas de RH e Comunicação Interna, que passaram a atuar em conjunto com as empresas de mídia na construção de narrativas mais conectadas ao propósito organizacional. Hugo Vieira, da NEOOH, explica que o verdadeiro diferencial do OOH corporativo está nessa colaboração contínua. “Quando entendem o potencial disso, a integração flui naturalmente, com a nossa empresa ajudando a desenhar jornadas de comunicação internas mais significativas”, conta. O resultado é um canal feito sob medida para o cliente. Aliás, essa aproximação, segundo ele, torna o OOH corporativo um espaço de construção de propósito e pertencimento, e não apenas de informação.
Herbert Viana, da Kallas, por sua vez, reforça que essa integração é o que garante a coerência entre discurso e prática, já que as telas passam a refletir o que a empresa realmente é – e como quer ser percebida. Afinal, o colaborador percebe quando a comunicação é feita para ele, de forma genuína. “Esse tipo de iniciativa aumenta o engajamento e faz com que as pessoas enxerguem a comunicação de forma mais dinâmica e moderna”, destaca.
OOH e comunicação interna: tecnologia a serviço da cultura e do engajamento
Já na visão de Joaquim Lopes, da 4yousee, essa aliança entre tecnologia, comunicação interna e cultura é o que diferencia o OOH interno de uma simples rede de monitores. O valor está na inteligência por trás da operação. A própria Eletromidia, que até pouco tempo não atuava nesse segmento, viu na 4yousee uma oportunidade estratégica e passou a investir, também, em comunicação com colaboradores. “Não vejo barreiras nesse diálogo, pelo contrário. Temos observado uma demanda crescente de empresas interessadas em estruturar redes de telas para comunicação em ambientes corporativos”, afirma.
No fim, o resultado é um sistema vivo, capaz de traduzir o clima e o ritmo da empresa em tempo real – um canal que, como ele próprio define, “respira junto com a organização”. Para Joaquim, os efeitos vão além da estética: “colaboradores mais engajados, bem-informados e motivados tendem a atuar de forma mais assertiva, aumentando a eficiência e o valor que entregam no dia a dia.” Mais do que uma vitrine digital, o OOH se firma como um espelho das organizações – refletindo o que cada uma é, o que comunica e o que deseja construir.
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