De acordo com um novo estudo da ASTD Workforce Development Community em parceria com a VitalSmarts, tensões entre gerações Baby Boomers, de 49 a 67 anos, Geração X, de 34 a 48 anos, e Geração Y, de 13 a 33 anos, são muito comuns em corporações. A pesquisa mostra que 1 em 3 pessoas perdem cinco ou mais horas por semana, ou seja 12% de seu total de trabalho, com conflitos entre colegas de diferentes idades.
A pesquisa on-line, realizada com mais de 1.350 pessoas, mostrou que as duas gerações que têm mais dificuldade em trabalhar em conjunto são a Baby Boomers e a Geração Y, talvez pela maior distância de idade entre eles. Quando atuam juntas, os problemas que elas mais citaram foram:
• Perda de experiências passadas;
• Falta de disciplina e foco, ou seja, distração;
• Falta de respeito;
• Resistência a mudanças ou falta de vontade para inovar.
Mas o conflito não ocorre apenas entre os Baby Boomers e a Geração Y. O estudo revelou as percepções comuns e os ressentimentos latentes que os grupos de idade têm por seus colegas de trabalho. Que são:
• Baby Boomers reclamam que a Geração X e a Geração X têm falta de disciplina, foco e são distraídos. Acham que os jovens da Geração Y mostram falta de compromisso.
• A Geração X reclama que os Baby Boomers demonstram resistência dogmática em seus pensamentos, são defensivos, incompetentes, resistem a mudanças e mostram falta de criatividade. E acreditam que os da Geração Y são arrogantes.
• A Geração Y reclama que os Baby Boomers são defensivos, insensíveis, lentos para responder, resistentes a mudanças, incompetentes e também que demonstram falta de criatividade. E sobre a Geração X, acreditam que tem fraca habilidade para resolver problemas e são, em geral, morosos para responder.
Segundo Rodrigo Lobato, diretor da VitalSmarts Brasil, quando as pessoas atribuem suas reclamações às diferenças de gerações elas estão dando a elas mesmas uma justificativa para não confrontar o problema em questão. Os rótulos de gerações criados acabam se tornando profecias para eles: pessoas pensam que mau comportamento está ligado à idade, por isso elas não confrontam esse fato, então nada muda e, consequentemente, pode confirmar a conclusão ilusória na cabeça deles, que esse comportamento é realmente resultado da diferença de idade. “Isso é um clássico case de erro de atribuição ou de tendência em atribuir estereótipos de comportamento a alguém ao invés de fatores que posso influenciar”, explica Lolato. “Quando nós cometemos um erro de atribuição como esse, nos sentimos justificados para não confrontar as questões porque vemos nossos colegas como muito velhos ou muitos novos para sanar o problema ou criar um ambiente de trabalho produtivo, assim nos eximindo de qualquer responsabilidade de como contribuímos com a questão e, principalmente, como podemos ser parte da solução”, completa.
Entre todas as gerações, uma em cada quatro pessoas admitiu evitar conflitos com os colegas de diferentes idades ou disseram que quando resolvem falar, o fazem de forma genérica, dando voltas em torno da real questão. Outras tendências de falhas de comunicação entre as gerações incluem:
• As gerações mais novas hesitam em deixar as mais velhas responsáveis por algo;
• A Geração Y é a menos confiante em sua capacidade de lidar com uma conversa difícil;
• Os Baby Boomers, da geração mais velha, admitiram perderem a compostura com facilidade, sendo que
Uma em cada quatro afirmaram ficarem frustrados, tristes ou bravos durante uma conversa difícil.
Rodrigo explica que aprendendo algumas habilidades de falar com qualquer pessoa, independente de sua idade ou autoridade, as pessoas conseguem, de maneira amigável e respeitosa, resolver os conflitos e melhorar a produtividade em qualquer ambiente de trabalho. Para isso, ele dá quatro dicas iniciais:
• Faça de forma segura. Comece a conversa deixando claro seu respeito, assim como sua intenção em alcançar os objetivos mútuos.
• Comece com os fatos. Descreva primeiro os fatos de suas preocupações. Nunca inicie com seus julgamentos sobre a idade da outra pessoa ou suas conclusões sobre o porquê de ela se comportar daquela maneira. Comece descrevendo, sem julgar e com termos objetivos, o comportamento em questão que está criando problemas.
• Não bote pilha. Se o seu colega estiver na defensiva, dê uma pausa. Tranquilize-o mostrando suas intenções positivas e permita que ele expresse sua opinião e suas preocupações também.
• Convite ao diálogo. Após dividir suas preocupações, faça com que seu colega divida sua perspectiva sobre o assunto. Convidar ao diálogo irá resultar em ótimas aberturas