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A materialidade como desafio para a implementação de uma agenda ESG

Conceito refere-se à  identificação dos impactos e riscos que podem afetar significativamente a empresa e suas partes interessadas

de Roger Ramiro em 22 de junho de 2023
Freepik.com

O mundo está passando por uma grande transformação, e as empresas desempenham  um papel fundamental na construção de um futuro mais sustentável. Nesse contexto, o ESG – Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança) – surge como um  conjunto de práticas e critérios que promovem a responsabilidade corporativa e a criação de  valor de longo prazo. Para os profissionais de Recursos Humanos, compreender as tendências,  desafios e oportunidades relacionados ao ESG é fundamental para orientar as estratégias  organizacionais e promover um impacto positivo na sociedade. 

O ESG vai além das questões ambientais. Ele abrange também aspectos sociais, como  a equidade, diversidade e inclusão, e a governança corporativa, relacionada à transparência e  ética nos negócios. Ao adotar práticas alinhadas com esses pilares, as empresas não apenas  mitigam riscos, mas também fortalecem sua reputação e atraem investidores e talentos  engajados. 

Pesquisas mostram que colaboradores que se sentem conectados a um propósito têm  níveis mais elevados de engajamento, satisfação e produtividade. Além disso, empresas que  promovem um senso de propósito entre seus colaboradores têm maior retenção de talentos,  atraem profissionais qualificados e melhoram sua reputação no mercado. Essa é uma  oportunidade valiosa para os profissionais de RH engajarem os colaboradores e alinharem a  estratégia organizacional com as práticas ESG.

No entanto, o caminho para a implementação eficaz do ESG não é isento de desafios.  Um dos principais obstáculos é a identificação da materialidade dos aspectos ambientais,  sociais e de governança para a organização. A materialidade refere-se à importância e  relevância desses aspectos para o negócio e seus stakeholders. Em outras palavras, é a  identificação dos impactos e riscos que podem afetar significativamente a empresa e suas partes  interessadas. 

Por exemplo, no setor de alimentos e bebidas, a segurança alimentar pode ser  considerada uma questão de materialidade. Uma empresa desse ramo deve avaliar os riscos  associados à qualidade dos alimentos, às práticas de produção sustentáveis e ao tratamento  ético dos trabalhadores na cadeia de suprimentos. Ao identificar a materialidade dessa questão,  a empresa pode priorizar ações e investimentos para garantir a conformidade, aprimorar a  reputação e proteger a saúde dos consumidores. 

Cada setor de negócio terá suas próprias questões de materialidade específicas. Por  exemplo, em empresas de tecnologia, a segurança de dados e a privacidade dos usuários podem  ser aspectos materiais. Já em indústrias pesadas, a gestão de resíduos e a eficiência energética  podem ser consideradas questões de materialidade. Portanto, a análise cuidadosa e a  compreensão das questões materiais específicas de cada setor são fundamentais para a  estratégia ESG de uma empresa. 

Ao identificar e abordar adequadamente as questões de materialidade, as empresas  podem direcionar seus esforços e recursos para as áreas de maior impacto, demonstrando  responsabilidade e criando valor sustentável tanto para o negócio quanto para a sociedade como  um todo. É essencial realizar uma análise aprofundada para identificar quais questões são  relevantes para o negócio e para os stakeholders. A materialidade ajuda a priorizar as ações,  concentrando esforços nos aspectos mais significativos e que têm impacto direto nos resultados  e na sustentabilidade do negócio.

Outro desafio é a comunicação clara e transparente sobre as práticas e resultados  relacionados ao ESG. As empresas devem ser capazes de transmitir suas ações de forma  compreensível, evidenciando o progresso e os impactos positivos alcançados. Uma  comunicação autêntica e envolvente é essencial para engajar os colaboradores, clientes e  demais stakeholders, criando uma cultura organizacional voltada para a sustentabilidade e  responsabilidade social. 

Para ilustrar as oportunidades e inovações no campo do ESG, podemos destacar  exemplos concretos de empresas que estão praticando o ESG em suas operações. A Unilever,  por exemplo, lançou o “Plano de Vida Sustentável”, com metas ambiciosas para reduzir sua  pegada ambiental, promover a igualdade de gênero e melhorar a vida de milhões de pessoas  até 2030. A Patagonia, empresa de roupas outdoor, é conhecida por suas práticas de  sustentabilidade e seu compromisso com a transparência em toda a cadeia de suprimentos.  Essas empresas estão liderando o caminho, demonstrando que é possível alcançar o sucesso  empresarial enquanto se adota uma abordagem responsável e sustentável. 

No âmbito do ESG, o engajamento dos colaboradores desempenha um papel crucial.  Os profissionais de RH podem promover programas de capacitação e conscientização sobre as  práticas ESG, envolvendo os colaboradores em projetos sociais, incentivar o voluntariado e  criar espaços para que os funcionários compartilhem ideias e sugestões. Esse engajamento  fortalece a cultura organizacional e cria uma força de trabalho comprometida e alinhada com  os valores e propósito da empresa. 

Em suma, o ESG é uma abordagem que visa criar um futuro sustentável, equilibrando  as dimensões ambiental, social e de governança. Para os profissionais de RH, compreender as  tendências, desafios e oportunidades relacionados a essa temática é essencial para alinhar as  estratégias organizacionais, engajar os colaboradores e promover a sustentabilidade e o 

impacto positivo na sociedade. Ao adotar práticas ESG, as empresas estão construindo um  legado de valor, impulsionando sua reputação e contribuindo para um mundo melhor.

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Roger Ramiro

Possui formação em Engenharia Elétrica pela UERJ, pós-graduação em Administração de Empresas pela FGV e certificações em Marketing Digital Internacional pela ESPM-SP. É Master Practitioner em Programação Neurolinguística pelo Instituto Daudt. Life, Business and Leader Coach, Mentor de Carreiras, Analista Comportamental e palestrante. É Embaixador do movimento Capitalismo Consciente no Brasil. Foi executivo de Tecnologia de grandes projetos no Grupo Globo e apaixonou-se pelas áreas em que hoje atua, transicionando sua carreira para lidar com gente, gestão e sustentabilidade.