Por muito tempo, a gestão de benefícios foi vista como um campo essencial, porém quase invisível, dentro das organizações. Operações manuais, processos morosos, planilhas extensas e demandas recorrentes dos colaboradores ocupavam um tempo precioso das equipes de Recursos Humanos, que muitas vezes precisavam escolher entre manter o básico funcionando ou pensar em iniciativas estratégicas de valorização das pessoas.
A boa notícia é que esse cenário está mudando. E de maneira acelerada.
Hoje, os departamentos de RH estão no centro da transformação das organizações. Mais do que cuidar de folha de pagamentos, gestão de benefícios e movimentação de colaboradores, são eles que têm a missão de construir uma cultura saudável, aumentar o engajamento e criar experiências positivas para quem faz o negócio acontecer. Só que para isso, precisam de tempo. Não há mais espaço para processos travados.
É aqui que a transformação digital entra como aliada do RH. Uma pesquisa global deste ano da Deloitte, que entrevistou quase 10 mil líderes de empresas e responsáveis de RH em 93 países, mostra que as organizações que veem tecnologia como forma de ampliar a performance humana, e não apenas automatizar processos, estão construindo um círculo virtuoso entre inovação e capacitação das pessoas.
Outro levantamento, também recente, da Cornerstone, destaca os principais benefícios da transformação digital em RH, ressaltando ganhos como aumento da satisfação dos colaboradores, tomadas de decisão mais estratégicas, redução de custos e automação de tarefas operacionais. De acordo com o resultado da pesquisa, o acesso facilitado a benefícios e a automação pessoal aumentam a adesão e a lealdade dos colaboradores à empresa, com impacto positivo no engajamento em até 84%.
Autoatendimento já é realidade
Nesse contexto, o que antes era considerado um detalhe, como as ferramentas usadas pelo RH, a maneira como um benefício é acessado ou o tempo de resposta para uma solicitação simples, passou a ter peso estratégico. Cada ponto de fricção pode gerar insatisfação do colaborador ou um retrabalho do time de gestão de pessoas. Por isso, tem crescido a busca por soluções simples, com usabilidade real e que sejam rápidas. Autoatendimento, integração aos sistemas já utilizados e tecnologias que ajudem na tomada de decisões com base em dados já são realidade em muitas empresas.
Essa tendência reflete um comportamento mais amplo da sociedade. Queremos autonomia, agilidade e fluidez. Esperamos das ferramentas corporativas a mesma experiência dos aplicativos que usamos no dia a dia, como serviços de streaming, transporte ou delivery. Não é exagero. Se um colaborador consegue pedir uma refeição com dois toques no celular, por que não deveria conseguir acessar seu benefício com a mesma facilidade?
E é justamente dessa experiência digital ágil que a área de Recursos Humanos está em busca. O uso de ferramentas assim permite que os profissionais foquem menos em processos repetitivos e mais na estratégia, por meio de dados e insights.
Tecnologia se tornou commodity
A tecnologia deixou de ser um “plus” na gestão de benefícios para se tornar uma expectativa básica, tanto para quem oferece quanto para quem recebe. E é aí que as boas parcerias entram em cena.
Mais do que fornecedores, os parceiros do RH precisam atuar como extensões da equipe, trazendo soluções integradas, intuitivas e, principalmente, que evoluam junto com os desafios do negócio. Quando bem escolhidas, essas parcerias reduzem erros, trazem inteligência para os dados e, o mais importante, devolvem tempo para o RH se dedicar ao que realmente importa, cuidar das pessoas e construir um ambiente de trabalho melhor.
A transformação digital dos benefícios não é um luxo ou uma tendência passageira. É uma necessidade urgente para quem quer manter o RH no papel de liderança estratégica que ele merece ocupar.
