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A tecnologia a serviço da felicidade

Tecnologias como a IA e machine learning redefinem a antiga questão do homem x máquina. Especialistas dizem que essa dicotomia não existe mais

de Redação em 18 de agosto de 2023
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A tecnologia revoluciona os meios de produção, os serviços, e todas as práticas empresariais, além, é claro, estar presente fortemente em nossa vida pessoal. A área de RH assumiu sua condição tecnológica e diversos processos foram criado, além de produtos e serviços para melhorar a jornada dos colaboradores. O tema foi discutido no 3º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa – o novo tempo do trabalho, promovido pelo Cecom- Centro de Estudos da Comunicação e Plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH.

Dois painéis trataram do tema:  “Homem versus máquina – O impacto da Inteligência Artificial na obsolescência e na motivação”, com Ana Claudia Ramos de Oliveira, VP de Relações Humanas Brasil e Argentina da Continental Indústria Automotiva; Fabiano Rangel, Head de Desenvolvimento Organizacional e Institucional da Leão Alimentos e Bebidas; e Luciana Camargo, VP Global Liderança, Desenvolvimento e IBM para IBM.  Consulting. E o painel “Uma empresa para chamar de minha – Personalização: o futuro da experiência do funcionário”, com  Maria Paula Oliveira, diretora de Gente, Jurídico e Compliance da LG lugar de gente; Sandra Barquilha, diretora Global de RH para Divisão de Soluções Médicas da 3M; Karollyne Nogueira Félix, gerente Executiva de Comunicação, Cultura, Sustentabilidade e Educação Corporativa das Farmácias Pague Menos.

Homem e máquina: uma convivência inevitável

Em “Homem versus máquina“, Luciana começa contestando o título do painel pois diz que não é uma questão de homem versus máquina e sim “homem mais a máquina, homem mais a tecnologia”. Ela afirma que a tecnologia veio para “aumentar nossa inteligência, aumentar nossa capacidade de realização, e o grande desafio é como a gente acompanha essa evolução, estar aberto para aprender e abraçar o novo”. E acrescenta que já vivemos uma vida digital e isso já impactou nossa capacidade de aprender. Com isso esperamos que a experiência seja boa e a tecnologia viabilize tudo isso. “Há alguns anos falávamos do impacto de tudo isso no trabalho, no emprego, e na substituição de atividades repetitivas. Hoje, é justo falar que a tecnologia vai impactar todas as atividades, não importa qual nível de complexidade, do chão de fábrica até altos níveis hierárquicos”. Mas não é puramente achar que tudo isso é inevitável e deixar rolar. Ela diz que devemos ter censo crítico, por exemplo, “nas soluções mais sofisticadas, que já começam a aparecer, como o uso da inteligência artificial generativa, por exemplo. e lembrar que essas soluções não estão prontas. Precisamos garantir, como RH, as questões culturais e ética, saber, por exemplo, como são feitos os algoritmos, como a gente consegue tirar o preconceito da soluções, que a solução da tecnologia seja utilizada com responsabilidade. E ajudar a requalificação das pessoas. Como criar um ambiente inclusivo. Um papel muito importante na gestão das mudanças. O futuro depende da gente.

Ana Cláudia concorda e pontua: “Nao são homens versus máquina, são homens e máquinas.  E ninguém para pensar o que está por trás dessa tecnologia que a gente já acorda usando. A utilização e o avanço da inteligência artificial depende do humano. Não há dúvida que é um processo de evolução enorme para a sociedade. Mas o novo causa uma reação inicial em nós de angústia, de medo…por não saber aonde vamos parar com isso. Ao contrário, a tecnologia veio para resolver problemas e tantas dores que nós temos. Entendo que o RH tem que apoiar essa cultura que esta em transformação”. Existem problemas e desafios? Sim. Ana lembra que o último Fórum Econômico Social citou que 83 milhões de postos de trabalhos deixarão de existir devido a revolução tecnológica, mas 63 milhões de outras posições serão criadas. São informações que chegam as casas das pessoas e o RH precisa ajudar as pessoas a entender tudo isso, discutir o tema de forma clara e transparente. E teremos habilidades e competências diferente, o que envolve treinamento.

Fabiano Rangel percebeu o consenso dos participantes a respeito do tema, dizendo que a tecnologia foi se aproximando da nossa realidade, até quase sem percebermos objetivamente, “e foi trazendo soluções que fazia todo o sentido. É inexorável que isso vai acontecendo. A tecnologia quando bem dimensionada, bem aplicada, tem um alto potencial de expansão de nossas potencialidades, Por outro lado, concordo, que isso traz uma gama de ansiedades. E até ontem achávamos que somente atividades repetitivas poderiam ser complementadas pelas máquinas, Hoje, com a inteligência artificial, já estamos questionando se somente essas atividades repetitivas serão complementadas pelas máquinas. E aí questiono, como nós profissionais de RH estamos percebendo essa evolução dentro de nossas organizações, e como a gente interage e apoia essas atividades para um processo de aperfeiçoamento dos processos e das pessoas, e lidando para que elas lidem melhor com a ansiedade.

Essa empresa é realmente minha?

No painel “”Uma empresa para chamar de minha”, Maria Paula, da LG Lugar de Gente falou que a flexibilidade e a autonomia são caminhos sem volta. E precisamos encontrar um modelo que funcione melhor para nossas empresas. “Não existe receita de bolo, fórmula única, muitas empresas estão aprendendo por tentativa e erro porque nunca tivemos esse modelo”, avalia, falando do contexto da pandemia e pós-pandemia. “O pensamento antigo de mando e controle não funciona mais”, continua. “Para os funcionários serem genuinamente felizes, se engajarem, precisam ter essa flexibilidade. Gerenciar isso entre líderes e liderados é a dificuldade. Toda mudança traz um período de adaptação. A melhor maneira de lidar com isso é treinando as pessoas e os líderes, promovendo a conscientização das pessoas a comunicação aberta e a escuta dos colaboradores.

Sandra, da 3M, comentou que há alguns anos atrás seria impossível discutir o tema felicidade corporativa dentro das organizações, porque sempre emergem diversos temas na área e alguns evoluem, e outros só sobrevivem em determinados momentos. “De alguma forma motivação gera felicidade, e nós de RH temos que ter  uma consciência de como as práticas, ações e processos podem ajudar nesse processo. O tema felicidade corporativa é relativamente novo mas tem a ver com o que temos falado de propósito, de como as pessoas se conectam.  Outro ponto é o feedback, que é  uma política de transparência, com espaço para conversas difíceis. O feedback não e só aquela avaliação de final de ano e sim um processo constante, e deixou de ser algo entre funcionário e gestor; pode ser lateral, entre gestor e funcionário, pares, colegas. Simples, pontual, tem que acontecer com certeza e promove o ambiente inclusivo responsável pela segurança psicológica. E é totalmente ligado à felicidade corporativa, quando a gente se sente bem, se sente conectado com o proposito da empresa.

Nesse ponto Karollyne, da Pague Menos, lembra o aspecto da comunicação interna, pois “temos que conversar com todos os nossos colaboradores em diferentes áreas de negócios, e também apoiar todas as outras áreas da companhia. Não só isso, também tenho que dar voz ao meu colaborador, e entendo que, ter canais de comunicação estruturados é necessário para disseminar cultura, disseminar todos esses novos temas, como felicidade corporativa.  E saúde mental tem que fazer parte do desenvolvimento de liderança. Passamos recentemente por integração de bandeiras, de cultura, e tivemos que fazer um programa para integrar essas pessoas e sensibilizar nossas lideranças para esse acolhimento. Percebemos que as lideranças e toda a equipe precisavam entender melhor esse tema para o dia a dia”.

Opinião do apoiador

Jonas Carvalho, do Senac-SP

Jonas Rogério Carvalho, coordenador Comercial do Senac-SP,  instituição que apoiou o 3º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa, eventos como esse “têm um papel importante ao permitir a troca de conhecimentos e experiências sobre como podemos melhorar o bem-estar dos funcionários nas empresas”. Isso porque, “o tópico da Felicidade Corporativa tem sido abordado de várias maneiras, incluindo a implementação de programas de bem-estar promovendo a saúde nos ambientes de trabalho e vida pessoal. Ao nosso ver os benefícios são inúmeros, mas ressaltamos que saúde psicológica é o principal dentre eles”.

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(Com reportagem do Portal da Comunicação)

Os dois dias do 3º Fórum Felicidade Corporativa estão disponíveis no You Tube da Melhor RH, totalmente gratuito, acesse aqui e aqui.

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