A telemedicina para um atendimento humanizado

A tecnologia reduz a espera do paciente pelo tratamento ideal e torna a relação médico-paciente mais próxima, mesmo que distante

A pandemia do novo coronavírus trouxe não apenas reflexões sobre o nosso modo de vida e nossas formas de nos relacionarmos. A necessidade de distanciamento social abriu as portas para uma acelerada, e intensa, utilização da tecnologia. As portas das casas e das empresas, diga-se.

Para muitas pessoas, este foi o momento de ter um contato mais frequente com ferramentas tecnológicas, em especial as de interação e comunicação. Para muitas organizações, foi o pontapé para um processo de transformação digital ou para seu impulso.

Seja em relação ao indivíduo ou à empresa, é neste contexto que ganha mais força e forma uma alternativa estratégica para a gestão e cuidados com a saúde: a telemedicina.

“Ela assume um papel fundamental no contexto do isolamento social. É uma medida de segurança que dissemina informação adequada, e possibilita atendimento em tempo real — 24h por dia, no horário mais conveniente ao paciente”, afirma Marcela Del´Arco, coordenadora médica da SantéCorp.

Uma tecnologia que, conforme Marcela, permite um olhar integral do paciente. “Isso traz eficiência no atendimento e proporciona um cuidado mais próximo”.

Ao contrário do que se imagina, a telemedicina, é capaz de manter a qualidade do atendimento com qualidade de vida e segurança. Ao evitar longos períodos de espera para marcar uma consulta com um médico especialista, ou mesmo clínico geral, esse modelo de atendimento ágil já dá sinais do respeito ao paciente.

Isso sem contar com o fato de evitar fazer com que o paciente tenha de se deslocar para um hospital, por exemplo. Em época de pandemia, e não apenas nela, diga-se, ir a hospitais, em serviços de pronto atendimento, acaba se tornando um fator de risco para qualquer pessoa.

Precisão de diagnóstico

A telemedicina traz segurança ao paciente. Porém, é importante que o profissional alinhe expectativa no início do atendimento, explicando as limitações referentes ao exame físico.

“O médico tem conhecimento técnico adequado para identificar sinais de alerta perceptíveis ao vídeo, tais como coloração da pele e anormalidades da respiração, dentre outros. O que possibilita uma avalição imediata e precisa aos pacientes suspeitos da covid-19, por exemplo”, explica.

A telemedicina também permite avaliação de resultados de exames, auxiliando no diagnóstico e propondo o tratamento e/ou investigação adequadas. E dá acesso aos especialistas em locais que não os possuem.

“A emissão de laudos à distância é um ponto forte, que contribui para assertividade maior no diagnóstico e auxiliando o médico assistente no manejo clínico e na qualidade do atendimento prestado”, acrescenta a coordenadora médica do SantéCorp.

Para Marcela Del´Arco, da SantéCorp, a telemedicina possibilita olhar a pessoa de modo integral

Um caminho para o atendimento humanizado

Em meados de março deste ano, nos EUA, a empresa de TI Skyes Enterprises, realizou um levantamento junto a 2 mil pessoas adultas sobre o uso da telemedicina, muito em função da pandemia. E percebeu que quase 60% disseram estar propensas a usar mais essa modalidade de atendimento no futuro, muito em função da covid-19.

No Brasil, por decisão do Senado, a partir da aprovação do PL 696/2020, enquanto perdurar a pandemia da covid-19 e seus impactos em nosso país, essa modalidade de atendimento médico é permitido.

O assunto ganha destaque e levanta questões, por exemplo, se irá perdurar passado este período, ou se terá condições de humanizar o atendimento, mesmo que a distância.

Em um sistema de saúde fragmentado, no qual o indivíduo se perde no labirinto de especialidades, indo de um médico a outro, realizando exames sem qualquer conexão entre si, com a telemedicina essas questões tendem de diminuir.  Sua tecnologia demanda coleta e armazenamento de dados precisos para que o médico faça o melhor trabalho possível.

Esse trabalho representa o passo mais importante no processo de promoção de saúde — a atenção básica — que permitirá um contato rápido com o médico que irá traçar o melhor caminho de tratamento. Isso vai trazer rapidez na tomada de decisões e evitará que o desgaste com a busca de especialidades.

Trata-se de colocar o paciente no centro de todo o processo. E esse é um ponto fundamental para a humanização do atendimento.

“Por meio da telemedicina, a visão global do paciente, o acolhimento, permitem que passemos a acompanhar o indivíduo e não a patologia que ele carrega. Através de interconsulta com especialista, proporcionamos o tratamento completo e integrado. O aumento de diagnósticos corretos, com maior qualidade do atendimento e menor custo, é consequência”, diz a médica.

Redução de custos e outros benefícios para as empresas

O cuidado mais próximo aumenta a capacidade de manter os tratamentos de doenças crônicas em dia, aliviando todo o sistema de saúde em função de uma diminuição de problemas urgentes. Todos ganham com isso.

Fundamental para as empresas, já que o custo com saúde representa a segunda maior conta, depois da folha de pagamento.

A telemedicina traz grandes benefícios para a gestão da saúde corporativa — seja por possibilitar consultas sem limites, agilidade na marcação e atendimento e, em especial, pela oportunidade de oferecer um diagnóstico e tratamento rápidos.

No caso de gerenciamento de pacientes crônicos, por exemplo, a telemedicina apresenta-se como uma aliada estratégica do RH.

A doutora Marcela Del´Arco destaca a gestão eficaz dos recursos de saúde, oferecendo atendimento médico de qualidade e redução de absenteísmo. Além de auxiliar em campanhas de promoção e prevenção a saúde e acolhimento.

“A telemedicina uma porta de entrada que determina a sequência dos outros níveis de saúde, traz elevada resolutividade, tratamento adequado, identifica os riscos, necessidades e demandas do paciente”, afirma.

A médica acredita que todo gestor deveria passar pela experiência do usuário. “A vivência no modelo, sem dúvida, é o melhor marketing. Precisará apenas focar em uma comunicação assertiva”, resume.

A saúde mental dos funcionários também ganha

Um importante passo para as empresas na utilização da telemedicina foram os atendimentos voltados para a saúde mental. Com a ida forçada para o home office e, mais ainda, para o distanciamento ou isolamento social, muitos profissionais passaram a apresentar sinais de ansiedade e depressão. Normal e até esperado, em época de pandemia.

Com o uso da tecnologia, muitas empresas passaram a oferecer apoio psicológico por meio de seus programas de assistência aos empregados. Para muitas, foi o primeiro contato com o serviço de telessaúde, bem como para muitos colaboradores.

Transformação cultural

Se pensarmos na telemedicina ao longo das décadas, não é exatamente uma novidade. Os primeiros registros de transmissão de imagens radiológicas por telefone ocorreram na década de 1940, na Pensilvânia. A radiologia foi pioneira em utilizar este recurso permitindo parecer de exames a distância.

Na década de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a importância da área médica, em especial, para casos em que a distância é um fator crítico para oferta em serviços de saúde. Ampliou, assim, a possibilidade de pareceres médicos de especialistas e discussões técnicas e contribuiu para diagnósticos e tratamentos mais assertivos.

Uma pesquisa divulgada pela Associação Paulista de Medicina (APM), mostra que 65% dos médicos se comunicam com pacientes e seus familiares via redes de mensagem após o horário de atendimento clínico, dando dicas ou ainda passando orientações. Ou seja, na prática, sempre ocorreu e não era apenas reconhecida como tal.

“Na SantéCorp, iniciamos nossa experiência com TeleCovid, ofertado aos nossos clientes como um benefício a mais para minimizar o impacto gerado pela pandemia. Amadurecemos, evoluímos, lançamos ao mercado nossa plataforma de Telemedicina, que garante atendimento em ambiente digital estruturado, com ética e de modo integrado com as práticas médicas e Lei Geral De Proteção de Dados (LGPD)”, conta a médica. 

No caso da telemedicina, a relação médico-paciente se mantém e ganha mais importância e proximidade, mesmo que a distância. É o que nos torna humanos que vai ser ressaltado nessa relação em um novo canal: a capacidade de empatia, de ouvir atentamente o outro e de, em especial, cuidar. A telemedicina não apenas tem um atendimento humanizado; ela humaniza ainda mais esse atendimento.

“É preciso difundir mais a Telemedicina, pois o desconhecimento leva à resistência. E romper isso permite ampliar o acesso ao atendimento médico e aos cuidados em saúde”, conclui Marcela, da SantéCorp. E, no final das contas, levar recurso médico para todos é a única forma de tornar o termo “distância” algo cada vez mais remoto.

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