Projetos sociais, como voluntariado, têm ganhado cada vez mais espaço na vida das pessoas e dentro de grandes organizações.
Segundo levantamento do Instituto Datafolha com 2.024 brasileiros de 135 municípios, 11% da população brasileira é voluntária e um número quase três vezes maior (28%) já realizou algum tipo de atividade formal não remunerada para ajudar o outro em algum momento. Ou seja, cerca de três em cada dez pessoas já realizaram ações voluntárias ao longo da vida.
Ainda de acordo com a pesquisa, 58% das pessoas se engajaram no voluntariado para serem solidárias, enquanto 18% disseram que iniciaram na prática por influência de conhecidos ou instituições. Outros 17% dizem que entraram por satisfação pessoal. Quando perguntados sobre as recompensas da atividade, 51% responderam que têm uma sensação de bem-estar, enquanto 40% sentem-se úteis e 37% têm gratificação pessoal.
Essas respostas vão ao encontro do que diz João Cosenza, coach e fundador do Instituto Gestão Consciente (IGC): “O voluntariado cria um propósito nobre ao permitir às pessoas saberem que estão fazendo o bem e verem o benefício direto do seu trabalho para outras pessoas”.
A tendência é que a prática deixe de ser uma ação pontual e vire uma constante, até mesmo dentro das grandes empresas. Segundo Cosenza, por meio do trabalho voluntário, uma empresa ganha credibilidade e mostra sua responsabilidade social. Além disso, as companhias que têm programas de voluntariado criam uma cultura de compaixão com os funcionários e os fidelizam, pois reforçam os valores praticados.
Muitas empresas cedem horas de trabalho do seu pessoal para causas sociais e desenvolvem políticas sérias de voluntariado, que vão muito além de doar dinheiro a instituições, recurso que pode ser parcialmente abatido em impostos. Essa é a realidade da farmacêutica sul-africana Aspen Pharma Brasil que, além de organizar ações sociais durante o ano, criou um programa de voluntariado para engajar seus funcionários, o Eu sou voluntário.
O maior objetivo do programa é fortalecer o princípio de que ninguém nasce voluntário nem protagonista social, mas junto com a empresa e a comunidade pode percorrer um caminho em que irá aprender um conjunto de práticas e conhecimentos capazes de ajudar na construção de um futuro compartilhado por todos.
A iniciativa gerou grande adesão dos funcionários e um resultado de mais de 700 pessoas beneficiadas e mais de 1.700 itens doados em quase três anos do programa no Brasil. A empresa ganhou destaque inclusive junto à Aspen Pharma internacional devido ao envolvimento e ao comprometimento pelas práticas comunitárias desenvolvidas no programa, com Patrícia Franco, gerente de RH da Aspen Pharma Brasil, sendo premiada pela Aspen Global com o prêmio Community Involvement Award, na premiação Employee Recognition Awards.
“Desenvolvemos o programa e, por meio dos canais de comunicação da empresa, encorajamos os colaboradores a se envolverem voluntariamente no exercício da cidadania, com ações que contribuíssem para a redução do impacto das desigualdades sociais vividas em nosso país”, afirma Patrícia.
Projetos voluntários, no entanto, não são novidade para a Aspen Pharma. Desde 2010, a empresa celebra em suas filiais o Mandela Day, dia criado pela ONU para motivar indivíduos e organizações do mundo inteiro a dedicar o dia 18 de julho a algum serviço social que proporcione a melhora na qualidade de vida de populações carentes. A filial brasileira promove ações sociais pelo Mandela Day há três anos, já tendo beneficiado a Cidade de Deus e o orfanato Santa Rita de Cássia, ambos localizados no Rio de Janeiro.