Fórum Melhor RH

As transformações do RH na quarta revolução industrial

Uso de Inteligência Artificial para estruturar programas, automação de processos e criação de novos cargos estão entre as mudanças previstas para o setor

de Redação em 8 de janeiro de 2021
Crédito: Shutterstock

O RH está imerso na transformação digital. Nesse contexto, é preciso que os profissionais da área assumam uma postura analítica e estratégica e que influenciem decisivamente os rumos das suas organizações. People analytics, interpretação de dados e automação de processos são alguns dos termos que farão parte cada vez mais da realidade do setor.

Quatro levantamentos realizados pela Cognizant, empresa de tecnologia e serviços profissionais que transformam modelos de negócios, buscam entender como será o futuro do trabalho. Entre as várias conclusões, três se sobressaem.

A primeira delas diz respeito à humanização, que de acordo com as pesquisas viria ganhando cada vez mais força junto a temas como ética, segurança da informação, saúde mental e necessidade de pertencimento.

“A ética ganha cada vez mais relevância porque quem cria a inteligência da máquina é o ser humano, que possui vieses”, afirma Tatiana Porto, diretora de RH da companhia, que acredita que o aprendizado contínuo será fundamental não apenas do ponto de vista técnico, mas também do desenvolvimento de soft skills (resiliência, inteligência emocional, agilidade, coragem para arriscar).

Outro ponto de destaque dos relatórios é que o mundo digital teria a finalidade de facilitar a vida das pessoas e não a de acabar com os seus empregos. Sobre isso, a diretora de RH da Microsoft Brasil, Cristiane Carvalho, defende que a Inteligência Artificial (IA), que seria tratada como vilã e heroína ao mesmo tempo, está no centro da possibilidade de aumentar a capacidade humana.

Segundo ela, não é a carreira que irá desaparecer, mas aquela que pode ser substituída pela melhor inteligência e previsibilidade da máquina. “Entretanto, onde iremos crescer? Onde a capacidade humana, a empatia, os relacionamentos, o engajamento e a criatividade podem alavancar carreiras”.

Carvalho destaca o papel central que a recapacitação da mão de obra teria neste contexto de inovações tecnológicas. Para ela, a preparação da força de trabalho é fundamental para retomar o crescimento econômico e para fazer a transformação digital virar realidade. “Há uma lacuna enorme entre a qualificação e a oferta de emprego. Muitas oportunidades não contam com pessoas qualificadas para elas. Sem capacitação, a economia não vai girar”.

O terceiro apontamento fruto das pesquisas defende que tarefas simples, perigosas e repetitivas serão cada vez mais automatizadas. A partir disso, o ser humano passaria a se dedicar a trabalhos que exigirão cada vez mais o uso da criatividade, inovação, flexibilidade, capacidade de relacionamento e resolução de problemas, entre outras competências. “A tecnologia vem para facilitar a vida de modo que possamos usar o tempo para pensarmos tarefas mais criativas”, diz a executiva da Cognizant.  

Um dos estudos chamado “21 HR Jobs of the Future” listou profissões do futuro na área de RH voltadas para atender as necessidades de uma nova força de trabalho, que será definida pelo avanço da tecnologia e pela pandemia de Covid-19.

Como exemplos temos o WFH Facilitator (assistente de trabalho remoto), cujo papel seria garantir que os colaboradores em trabalho remoto tenham acesso aos melhores recursos disponíveis para fazer suas tarefas da melhor forma possível; o Director of Well-Being (diretor de bem-estar), cuja missão consistiria em criar, desenvolver e implementar programas de bem-estar alinhados com a cultura, visão e valores de cada empresa; e o  Human Network Analyst (analista de relações de trabalho), que faria uso da Inteligência Artificial para mapear e entender o relacionamento entre colaboradores visando pensar como eles poderiam trabalhar juntos.

Porto defende que cada vez mais os profissionais de RH precisarão acompanhar de perto as mudanças para fazer com que os resultados almejados pelas organizações sejam atingidos. “Devemos usar a tecnologia para estruturar programas, para mapear o clima organizacional, a rede de network entre os colaboradores e para cumprir com as funções exigidas pelas transformações do mundo”.

O uso da tecnologia para a tomada de decisões também é destacado pela diretora da Microsoft. “Assim como nós falamos que o uso e a gestão de dados estão no meio da transformação digital e organizacional, eles também devem pautar as mudanças dos Recursos Humanos. Nós precisamos nos habilitar a interpretar informações, a ter insights e a usar a tecnologia para fazer predição”.

Essa discussão aconteceu durante o Fórum Melhor RH Tech, realizado pela plataforma Melhor RH nos dias 14 e 15 de dezembro. O evento, totalmente digital e gratuito, reuniu em seus painéis e trendings gestores de RH e executivos de empresas para debater sobre os principais desafios e tendências do setor.

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