Por Magda Santana, sócia e consultora em Desenvolvimento Organizacional da Adigo Desenvolvimento
Os Millennials, ou Geração Y, estão cada vez mais na pauta da gestão de pessoas. Com 20 e poucos anos, esses jovens sabem que as normas do passado não funcionam – e as novas estão inventando sozinhos. Não são eles que precisam se adaptar, mas os gestores.
O problema é que gestores dizem que não sabem como lidar com uma geração que pensa muito diferente da sua. Será? A geração pode ser nova, mas o tema é antigo, pois sempre houve diferenças entre as “idades” e isso movia o mundo. A mudança sempre foi uma marca dos jovens de qualquer geração.
Sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 1960 e 1970, mas com a mesma força poderosa de mudança, eles querem encontrar sentido no trabalho, na vida, e em tudo que fazem. E eles fazem dez coisas ao mesmo tempo!
Os nascidos entre 1980 e 2000, foram concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional, estes jovens têm outras prioridades.
O título do artigo deveria ser outro: não o choque de gerações, mas o que as gerações podem aprender umas com as outras e o quanto positivo pode ser seu convívio. Todas as gerações têm aspectos positivos e negativos para a organização. Os Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1965) querem manter status e poder, detêm muito conhecimento e rede de relacionamentos, se distanciaram do operacional, dos processos, temem tecnologia.
A Geração X (entre 1965 e 1980) trabalha muitas horas por dia e adia férias, é imigrante digital, sofre de stress e é movido por medo não consciente, delega por tarefa e cobra por resultado, não sabe ser coach e se sente obrigado a ensinar e conviver com os funcionários mais jovens. Já a Geração Y tem forte autoestima, é movida a coisas que fazem sentido, enfrenta sem medo e com naturalidade, é digital, vive em rede e não respeita hierarquia, não tem visão do todo por falta de experiência, consulta a rede para tudo e não quer ficar muito tempo no operacional.
Tendo isso como pano de fundo, seguem dez dicas para os dois lados (Millennials e gestores) se relacionarem bem no trabalho:
1) Forneça feedbacks constantes. Millennials querem sentir-se bem onde estão e com o que fazem e feedbacks positivos os encorajam a continuar (os pais os ensinaram a ter autoestima e a serem reconhecidos, precisam de elogios)
2) Seja exemplo: falar uma coisa e fazer outra é o que mais pega para essa garotada. Eles exigem coerência
3) Mostre seus talentos. Eles respeitam competência, não hierarquia
4) São estimulados por projetos curtos e etapas definidas. Não têm paciência para projetos longos e burocracia
5) Precisam fazer várias coisas ao mesmo tempo para sentirem-se estimulados e produtivos
6) Ao contrário da Geração X, que era focada em realização individual, preferem trabalho em equipe, trabalho em rede
7) Preferem que se diga “o que” tem de ser feito, ao invés de “como” deve ser feito.
8) Usam aparelhos eletrônicos e softwares como extensão de seus braços, alcançando enorme produtividade
9) Ambiente de trabalho tem de ser leve e descontraído. Antigamente o terno era visto como símbolo de sucesso profissional. Hoje, é visto com menos glamour e com uma pitada de desprezo: aqueles que “não tiveram a opção”
10) A vida pessoal é muito importante e o trabalho deve se moldar a ela.
Uma pesquisa sobre as demandas da Geração Y no ambiente de trabalho feita pela Staton Chase Internacional em 2009, afirma que 60% dos jovens querem trabalhar em um ambiente divertido, aprendem muito trabalhando em equipe, procuram fazer acordos e negociar conflitos, gostam de ouvir as pessoas e estão preocupados com sua carreira. O que eles querem é o que muitos já desejaram, mas eles estão ativamente fazendo e demandando de todos nós, lideres ou não.