Claiton Fernandez é mestre em Administração, palestrante, consultor e educador / Crédito: Divulgação |
Quando penso em equipes de alta performance me lembro da época em que fui contratado como CEO por um grupo econômico líder em seu segmento de mercado, no qual uma de suas unidades apresentava uma queda de faturamento em razão da perda de clientes há mais de ano.
Um dos primeiros grandes desafios para essa unidade de negócio foi reverter o cenário. Ao diagnosticar que os gestores de área trabalhavam de forma isolada, o passo seguinte foi verificar que era necessário transformar o grupo de gestores numa equipe, fazendo com que trabalhassem com foco comum.
Com a inserção do coaching individual e coletivo, e a implementação de programas de desenvolvimento técnico e comportamentais abordando temas como estratégia, gestão de mudanças, planejamento e gestão do tempo, estabelecemos uma meta que deveria ser atingida nos próximos 12 meses: voltar a ter o mesmo número de clientes que a unidade tinha há um ano. Para alcançar este desafio, era necessário que se tornassem uma equipe de alta performance.
Quando analisamos mais detalhadamente as equipes de alta performance, encontramos algumas características fundamentais:
– Objetivo claro: todos os integrantes da equipe precisam saber qual é o objetivo a ser alcançado e estar engajados com o mesmo. Na ocasião, me recordo de um dia ter entrado na sala dos gestores e me deparado com um apontamento na lousa branca, escrito “31/12”, data definida para atingir a meta. Naquele momento soube que finalmente todos estavam comprometidos e caminhávamos para a formação de uma equipe de alta performance.
– Empowerment: permitir que as pessoas compartilhem seus conhecimentos, experiências e decisões com toda a equipe. Para isso, foram criados encontros mensais conduzidos sempre por um dos integrantes da equipe, que apresentava os resultados da sua área de negócio, agregando valor em todos através do aprendizado.
– Diversidade: uma equipe de alta performance é formada por tipos de pessoas que apresentam diferentes competências e habilidades, permitindo que se complementem com a utilização do potencial de cada um. Naquela época, em todas as áreas havia diversas tarefas a serem executadas pelos gestores, como o exercício da liderança e de uma efetiva gestão de pessoas, o relacionamento com clientes, o desenvolvimento e a organização de eventos de divulgação, entre outros. Dessa forma, mesmo com a presença de diferentes talentos, pudemos contar com todos na realização das tarefas.
– Relacionamento e feedback: as pessoas têm crenças e valores diferentes e, consequentemente, comportamentos e atitudes diferentes. Numa equipe de alta performance as pessoas devem aprender a respeitar a visão de mundo do outro e buscar criar relações de confiança. É essencial empregar o feedback como uma ferramenta que possa acabar com os ruídos da comunicação e ajudar o outro a se desenvolver cada vez mais. Com isso, passamos a exercitar o “falar para” em substituição ao “falar de”.
– Interdependência: entender que ninguém joga o jogo sozinho. No momento em que um lado está mais fraco, o outro fará mais força, para que juntos possam chegar ao objetivo comum. Foi o que aconteceu na unidade de negócio, cada área tinha a sua meta mensal a ser alcançada, o que no somatório fez com que todos atingíssemos a meta global.
Como se vê, o gestor líder é o responsável em permitir que essas características sejam desenvolvidas dentro de sua equipe, para que ela deixe de ser apenas um grupo de pessoas e passe a ser uma equipe de alta performance com um objetivo em comum.