Manoela, da Page PCD: atentos ao momento profissional / Crédito: Divulgação |
Os profissionais com deficiência não estão de olho no nome da empresa para trocar de emprego. É o que mostra pesquisa elaborada pela Page PCD, unidade de negócios da Page Personnel especializada em recrutamento e seleção de profissionais com deficiência. A consulta, realizada em abril deste ano com 300 candidatos PCDs, procurou saber deles o que fariam para aceitar uma nova proposta de trabalho.
Uma pequena parcela da base consultada (3%) informou que a marca da empresa é o fator mais importante para escolher um novo emprego.
Segundo Manoela Costa, gerente executiva da Page PCD, esses profissionais estão priorizando outros itens neste momento, como desenvolvimento de carreira e melhor remuneração. “Os PCDs estão mais atentos a ocasião profissional e isso passa pelo seu crescimento na empresa e também por um salário mais atraente. A marca da empresa é um item muito importante, mas ele busca outras conquistas neste momento”, explica.
O estudo apontou que a maioria dos respondentes (53%) busca crescimento profissional. Para 25%, ter melhor remuneração é um fator preponderante para trocar de emprego. A localização da empresa é desejo de 12% para mudar de trabalho. Há 7% que estão de olho em melhores benefícios em futuras oportunidades. A marca da empresa é o fator que menos influencia na hora de ir para uma nova empreitada: apenas 3% estão atentos a isto.
Fatores de atração 53% Crescimento profissional |
Ainda de acordo com a executiva, a empresa precisa proporcionar ao profissional condições reais de crescimento, em diversos aspectos. “A começar pelo elementar, como dar a esse profissional a possibilidade de conviver com igualdade, seja nas salas de reuniões, locomoção no ambiente corporativo, refeitórios, seja no plano de carreira bem desenhado, nas metas claras, todo o necessário para que possa desenvolver uma carreira sólida em uma mesma companhia. Isso é o que atrai muito mais hoje.”
Integração
Tão importante quanto cumprir a Lei Federal 8.213 (que determina que as empresas com mais de 100 funcionários destinem de 2% a 5% das vagas de emprego, dependendo do seu porte, a pessoas com deficiência), saber como integrar esses profissionais à equipe, com respeito à capacidade de cada um e colaboração mútua, é um ponto também importante ao lado dos itens expostos por Manoela.
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Para preparar seus empregados para esse ambiente, a Veloce Logística implantou o projeto Conviva com a diferença. Por meio dele, os funcionários participam de palestras promovidas pela consultoria Trainning People e pelo Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (PADEF), do governo do Estado de São Paulo.
Mais de 520 funcionários da empresa já passaram por esse treinamento e a integração com os profissionais com deficiência está caminhando muito bem, comemora Paulo Guedes, presidente da Veloce. “Nosso time está compreendendo que todos temos limitações e que o trabalho em equipe exige colaboração para que cada um faça o melhor”, diz. Outro motivo de comemoração refere-se à certificação que a companhia recebeu, recentemente, da Apae Guarulhos, na Grande São Paulo, pela inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Um exemplo da integração é o jovem Savio de Oliveira da Silva, de 18 anos, que apresenta deficiência intelectual. Desde outubro do ano passado, ele é ajudante no centro de cargas da empresa em Diadema, na Grande São Paulo. “Fui muito bem recebido. Meu líder me deu um bom treinamento para que eu desenvolvesse as atividades do setor. Sinto-me respeitado”, afirma.
Trabalho interno O profissional que atende o público precisa desenvolver modalidades para fazer um bom atendimento. É preciso considerar que o cliente não se diferencia um do outro, todos são iguais. O bom vendedor deve ser prestativo, atento, cuidadoso: oferecer qualidade do início ao fim. Porém, muitos profissionais não estão preparados para se deparar com clientes portadores de alguma deficiência. Esse tipo de cliente merece receber um bom atendimento, assim como um não deficiente. Muitas vezes, por falta de informação, os atendentes não sabem como se relacionar com portadores de deficiência, e isso pode prejudicar o andamento da venda e ainda deixar o cliente numa ‘saia-justa’. “Alguns atendentes, quando percebem que o cliente possui alguma deficiência, saem pelos cantos da loja, preferindo passar a ‘bola’ [cliente] para seu colega atender. Isso é incorreto, toda pessoa necessita de receber um ótimo atendimento”, ressalta Melo. Melo dá algumas dicas de como atender os portadores com deficiência: Deficiente visual não é surdo. Ou seja, não é preciso gritar no ouvido dele. Muitas pessoas fazem essa comparação. Use tom normal de voz. O portador de deficiência física possivelmente utiliza muletas, cadeira de rodas ou prótese: isso também ajuda na identificação. Da mesma maneira do visual, leve o produto até ele, talvez as gôndolas ou quantidade de clientes no interior da loja possam impedir a locomoção dele. Este cliente não é uma criança, então não deve ser tratado com frases no diminutivo. O melhor é tratar como uma pessoa sem nenhum problema. Deficientes auditivos, por algumas vezes, são oralizados; por isso, fale de maneira clara e com tom de voz normal, pronunciando bem as palavras, mas sem exageros, sem gritar. Fale diretamente com a pessoa, sua boca necessita estar bem visível para que a pessoa surda possa ler seus lábios. Mantenha sempre um contato visual, isto é, face a face. Se você, por exemplo, virar para o lado, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou. Dê atenção para o que ela deseja, seja simpático, caso não compreenda, peça que faça uma repetição dos movimentos. Alguns vendedores acham que são intérpretes de Libras. Se você desconhece, por favor, não invente gestos. |