Tecnologia

Criar para crescer

de em 21 de junho de 2010
Flávia, da BKO: a meta é treinar, em três meses, metade da empresa

Pensando na gestão da inovação, a BKO, construtora e incorporadora com foco em empreendimentos de médio e alto padrão, acaba de criar um departamento de inovação. O objetivo da empresa é estimular a cultura de inovação entre seus colaboradores, a fim de gerar ideias para otimizar a capacidade da organização em lançar novos produtos e serviços, aumentar receita, bem como melhorar processos que contribuam com a redução dos custos.

A criação do departamento segue a tendência de gestão em empresas modernas como vantagem competitiva. “A inovação é um dos fatores-chave para o desenvolvimento da empresa em um mercado cada vez mais concorrido. Por meio da gestão da inovação, pretendemos desenvolver a cultura de inovação, a criatividade por toda a organização e tornar a BKO reconhecida no mercado como uma companhia inovadora”, afirma Joe Yaqub Khzouz, CEO da construtora e incorporadora.

Flávia Albo, que assume a gerência do departamento, explica que todas as ideias geradas serão avaliadas e poderão se tornar projetos, e autores das melhores inovações serão reconhecidos e premiados. Em um primeiro momento, as pessoas receberão poucos pontos pelas ideias geradas. “Serão premiadas apenas as sugestões que se tornarem projetos. Não bastará dar a ideia. Será necessário também participar de sua avaliação e implantação”, diz a executiva. No início, os prêmios serão aparelhos eletroeletrônicos como notebooks, celulares, câmeras etc. “Conforme o processo for evoluindo, deveremos ter prêmios como salários adicionais e bônus.”

O principal canal para facilitar o envio das sugestões, diz Flávia, é a própria área de inovação. “Mas, ´fichas de ideias´ também estarão disponíveis na intranet e impressas nas obras para possibilitar que qualquer colaborador participe”, acrescenta. Ela conta que as pessoas têm tomado conhecimento do processo de inovação e de como estruturar as ideias a partir de workshops rápidos sobre o tema. A meta é, em três meses, treinar metade da empresa, desde estagiários até o CEO. Os treinamentos também serão realizados em todas as obras em andamento atualmente na empresa. Além disso, uma vez por mês, todos os colaboradores se encontrarão na reunião de resultados. “Nessa ocasião, serão apresentadas as ideias priorizadas em cada fase. Acredito que é mais uma motivação para quem ainda não participou.”

De acordo com ela, os colaboradores da BKO já fazem muito diferente, no entanto, as sugestões podem ser mais bem estruturadas. “Estamos trabalhando para que o maior número possível de pessoas contribua, a fim de gerar uma grande quantidade de ideias. Principalmente por meio de workshops, explicamos a ciência que há na inovação e orientamos os colaboradores a descreverem detalhadamente suas ideias”. Ainda segundo a executiva, o trabalho do departamento de inovação também serve para desmistificar a imagem de que o indivíduo criativo tem um talento especial. “A criatividade vem principalmente de coisas simples e depende de muito treino”, observa Flávia.

Saltar obstáculos

As principais dificuldades para criar uma cultura de inovação numa empresa, segundo Flávia Albo

1 A resistência natural das pessoas: “É inerente ao ser humano resistir ao novo.
Mas creio que, quando a liderança está engajada e as pessoas são reconhecidas e recompensadas pelas suas contribuições, a resistência tende a diminuir, pois os resultados começam a ficar
mais claros com o tempo”.

2 O fato de as pessoas terem a ideia de que criatividade e empreendedorismo são para poucos. “Muitos consideram que suas ideias não são boas o suficiente e, então, não participam. Ao mostrar as ideias priorizadas, incluindo as de mestres de obras e de estagiários, provaremos que não é necessário ser diretor para ter ideias boas. Pelo contrário, muitas vezes quem está envolvido com a ´linha de frente´ do negócio tem uma visão mais clara de como melhorar um processo.”

3 O último ponto é que as iniciativas de inovação tendem a conflitar com as metas de curto prazo. “Creio que o fato de ter uma área dedicada a isso e a liderança engajada ajuda a não perder o ritmo”, diz Flávia.

 

Itens necessários à inovação

Saber reconhecer e recompensar. Essas são duas ações que ajudam e muito numa cultura de inovação e, por que não dizer também, no engajamento dos profissionais. É o que diz a gerente de inovação Flávia Albo:

Existe algum envolvimento da área de RH nesse processo de formação de uma cultura de inovação?
Sim, ela está totalmente envolvida. Por se tratar de uma iniciativa que mexe com a empresa inteira, o RH está bem engajado. O programa de incentivo à inovação e os treinamentos sobre o tema foram criados em parceria com o RH.

Os líderes serão preparados para não atuar como filtros para as ideias?
Isso só o tempo vai dizer. Mas acredito que estamos no caminho certo, pois o principal sponsor da inovação é o CEO. Além disso, criamos um comitê de inovação com a participação do CEO e de mais quatro diretores, que deve se reunir uma vez por mês para avaliar e priorizar as ideias geradas.

Os critérios para avaliação das ideias foram criados pela Inovação e a liderança
está de acordo.

Um funcionário que contribui efetivamente com a empresa em termos de inovação deve estar bem engajado. Ao menos é o que se espera. Como aumentar esse engajamento – sob a perspectiva da inovação?
Sempre reconhecer e recompensar. Reconhecer por meio da exposição em canais internos e, eventualmente, até com uma promoção, pois é de muito valor para a empresa ter talentos interessados em seu crescimento sustentável. E, como falei anteriormente, a recompensa deve vir na forma financeira e de prêmios. O mais importante é permitir que o “dono da ideia” participe até sua implantação. Na BKO, isso é facilitado pelo tamanho e estrutura da empresa e pela cultura de fazer diferente, que já está em seu DNA.

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