O processo de transformação digital pelo qual passam grandes empresas também alterou o perfil do executivo de tecnologia. No lugar do profissional responsável por questões operacionais, os novos líderes digitais precisam entregar soluções tecnológicas capazes de melhorar os resultados dos negócios em si, o que inclui um tino comercial. A avaliação é de Felipe Duarte, responsável pelos mercados de TI & Digital da consultoria People Oriented. Para ele, no entanto, o mercado ainda enfrenta desafios para encontrar e contratar esses executivos.
“São perfis que utilizam seu conhecimento para o benefício do core business da empresa. Ao mesmo tempo, mantêm-se atualizados diante da rápida evolução tecnológica e conseguem encontrar maneiras de aplicar novidades e tendências no ambiente corporativo”, diz Duarte. Um dos sintomas desse movimento, afirma, é a mudança no escopo dos antigos CIOs (Chief Information Officer) e proliferação dos CTOs (Chief Technology Officer) e CDOs (Chief Digital Officer), com um perfil técnico voltado ao negócio.
Segundo o especialista da People Oriented, são quatro os desafios das empresas na hora de contratarem um líder digital. O primeiro deles é a capacidade técnica, que se traduz principalmente no entendimento de uma ampla gama de linguagens de programação. Aqui, há uma diferença importante: no caso de startups e empresas com perfil de gestão horizontal, o executivo coloca a mão na massa, ou seja, participa do desenvolvimento em si – uma tendência que segue os passos de gigantes do Vale do Silício, como Google e Facebook. Em ambientes mais tradicionais, o foco é na gestão. “Mesmo nesses casos, é essencial ter um conhecimento que não se limite a uma ou outra linguagem”, diz Duarte.
