Subir na hierarquia da empresa é um caminho impactado de diversas maneiras ao longo da carreira, levando em conta o momento individual de vida e trabalho de cada profissional, como mostra estudo realizado pela Consultoria Robert Half e o Insper intitulado “Perspectivas sobre os Desafios do Pipeline de Liderança”. De acordo com o levantamento, que ouviu 587 profissionais de companhias privadas em outubro de 2021, preocupação com competências afetam menos a motivação para crescer ao longo dos anos, enquanto o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho passa a ser o fator maior de impacto nessa trajetória.
O estudo também avaliou o papel de três competências pessoais – humanas, cognitivas e psychological hardiness (resistência psicológica) – na variação de intensidade da motivação para ascensão na carreira. A relação entre as três competências e as preocupações sobre promoção revelaram que, conforme o indivíduo acredita se destacar em uma delas, ele está significativamente menos propenso a reflexões que impeçam sua ascensão profissional.
Sobre os achados da pesquisa, “Conforme ascendem a posições de maior liderança na carreira, os profissionais se sentem mais confiantes em lidar com as demandas crescentes e cada vez mais complexas do trabalho. Por outro lado, o receio de sacrificar aspectos de sua vida pessoal acompanha o profissional ao longo de toda a sua trajetória de ascensão”, afirma Tatiana Iwai, professora e pesquisadora de comportamento organizacional e liderança no Insper, uma das responsáveis pelo estudo.
Sobre o papel de competências pessoais ao longo do crescimento na carreira, “aqueles que acreditam se destacar em competências humanas possuem menos preocupações de promoção relacionadas à competência, possivelmente porque associam sua capacidade de desempenhar bem em cargos de liderança com sua habilidade de influenciar e mobilizar pessoas. Já os aqueles que possuem maior psychological hardiness, tendem a demonstrar menos preocupações tanto sobre competência quanto sobre equilíbrio vida pessoal-trabalho”, resume Gustavo Tavares, professor e pesquisador do Insper, também responsável pela pesquisa.
“Apesar de psychological hardiness não afetar o quanto a pessoa gosta de liderar, este atributo impacta o quanto a pessoa se vê como um líder eficaz. Uma interpretação possível é de que as pessoas parecem reconhecer que ser um líder eficaz envolve conseguir lidar com grandes demandas emocionais e psicológicas”, completa Tavares.
Os resultados indicam, por fim, que pessoas com maiores preocupações sobre promoção sinalizam menos para seus chefes sua intenção e prontidão para serem promovidos, bem como estimam um tempo maior até a próxima promoção.
Para Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, a composição de um cenário favorável pode acelerar as coisas. “É importante que as empresas criem um ambiente que inspire esse desenvolvimento, contribuindo para a formação de colaboradores cada vez mais próximos do ideal”, afirma o executivo.
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