Thatiana Cappellano é vice-coordenadora da Habilitação em Relações Públicas da FAAP |
Sem um processo fortalecido, muitos dos esforços
da empresa serão em vão
Gostaria de fazer três perguntas a você, gestor, que lê este texto. Primeira, sobre propósito. A sua empresa tem um claro propósito, capaz de mobilizar os empregados e, assim, torná-los verdadeiramente engajados? Se não, recomendo que você pense sobre isso já que um time engajado significa uma rentabilidade cerca de 22% maior, de acordo com a pesquisa State of the American Workplace, do Gallup, de 2012.
Segunda, quanto a reconhecimento. Sua empresa tem uma sólida prática nesse assunto, correto? Não? Então, gostaria de dividir com você a informação de que organizações com programas de reconhecimento eficientes apresentam turnover voluntário 31% menor do que aquelas com iniciativas pouco efetivas para tal, segundo o estudo The State of Employee Recognition, da Deloitte, de 2012.
Por fim, uma terceira questão: a empresa que você dirige possui uma cultura organizacional verdadeiramente inclusiva (que permite aos empregados expressarem o que de fato são, também quanto à orientação sexual)? Se não, acho que vale a pena pensar sobre isso já que o custo de não se sentir confortável em assumir a orientação sexual pode ser de 7% a 15% do valor do salário pago ao empregado, como relatam dados do Center of Talent Inovation, de 2011.
Porém, acredito que as três questões acima não refletem a realidade da empresa que você dirige. Afinal, estou certa de que você e seus colegas do board sabem a real importância de ter uma gestão fortemente orientada para os empregados. Esse é um tema de certa forma corriqueiro e mais do que debatido em diversos fóruns. Agora, há um pequeno detalhe que talvez possa passar despercebido em meio a tantas outras pautas de relevância em sua organização: a comunicação que é direcionada aos empregados sobre tais assuntos. Bom, se essa é uma prática pouco efetiva, arrisco afirmar que, mesmo com todos os esforços e boas intenções de sua empresa em relação a temas como os três acima citados, os resultados podem não estar muito bons por aí…
E por quê? Ora, porque apenas 58% dos seus empregados sabem que sua empresa oferece esse sólido programa de reconhecimento que você demorou tanto tempo para formatar, de acordo com dados da pesquisa da Deloitte de 2012! E somente 47% dos seus líderes são eficientes o bastante ao partilhar com os empregados o propósito (e as metas!) da organização – ou seja, 53% da sua liderança não é efetiva em engajá-los. E, por fim, em pesquisa recente com um cliente, um dado assustador: somente 36% dos empregados desta indústria se sentem confortáveis em expressar o que são.
Ou seja, sem um forte processo de comunicação com empregados, muitos de seus esforços de gestão serão em vão. Sem uma comunicação interna estratégica, calcada em diálogo e transparência – por melhores que sejam as iniciativas, projetos e políticas da sua organização –, nada será claro, crível e observável o bastante ao ponto de mobilizar os empregados de forma superior em busca dos objetivos do negócio.