Vocês sabiam que todos nós somos empreendedores por natureza? Não porque temos
que abrir empresas, mas porque a disposição para criar está gravada em nosso DNA humano.
E a criação é a essência do empreendedorismo. Como disse Muhammad Yunus, ganhador do
Prêmio Nobel da Paz, nossos ancestrais das cavernas tinham que se virar para se alimentar,
inventando as próprias regras de sobrevivência. No entanto, ao longo do tempo, parece que
esquecemos que somos empreendedores e passamos a adotar uma postura não como
protagonistas das nossas carreiras, mas sim como “mera” mão de obra.
Nesse cenário, torna-se essencial redescobrirmos o instinto empreendedor que existe
em cada um de nós. Essa redescoberta nos permite se adaptar mais rapidamente às mudanças
que inevitavelmente surgem em nossas vidas. O convite que eu faço é para que adotemos uma nova mentalidade, uma disposição mental e um conjunto de habilidades típicas de uma start-up. Isso nos permitirá criar um poderoso sentimento de dono dentro de nós, ao mesmo tempo em que nos equipamos com as ferramentas necessárias para nos adaptarmos a um futuro que
já se apresenta diante de nós.
A sociedade floresce quando as pessoas abraçam a mentalidade dos profissionais
empreendedores, agindo como se fossem realmente a sua própria start-up. Precisamos olhar
para nossa carreira da mesma forma como olhamos para a nossa própria start-up.
Em outras palavras, o sucesso profissional no mundo de hoje exige que adotemos as
mesmas estratégias empreendedoras. Em vez de meramente seguir as diretrizes predefinidas,
devemos encontrar formas criativas de enfrentar desafios, identificar oportunidades e moldar o
nosso próprio destino profissional. Assumir a postura de um empreendedor dentro da estrutura
organizacional é o que chamamos de “sentimento de dono” (ou ownership, em inglês).
O sentimento de dono vai além do mero cumprimento de tarefas. Ele envolve a
mentalidade de se responsabilizar por cada ação e decisão, enxergando a si mesmo como um
investidor em seu próprio crescimento. Isso implica em cuidar, nutrir e investir em suas
próprias ideias, projetos e metas. Assim como os fundadores de start-ups, devemos abraçar
riscos calculados, buscar constantemente a inovação e perseverar diante de adversidades.
E para cultivar esse sentimento de dono, devemos aprender a enxergar nossas ações
diárias como investimentos em nosso próprio sucesso. Isso significa assumir a liderança, buscar
oportunidades de aprendizado contínuo, abraçar desafios e desenvolver habilidades múltiplas
que nos tornem ágeis e prontos para enfrentar as mudanças que estão sempre à espreita.
Portanto, convido vocês a abraçarem a mentalidade empreendedora, a se tornarem os
fundadores de suas próprias carreiras e a cultivarem um sentimento de dono. Ao adotar essa
abordagem, estaremos não apenas moldando nosso próprio sucesso, mas também contribuindo
para a prosperidade de nossas organizações e, consequentemente, da sociedade como um todo.