Manoela, da Page Talent: estagiários vestem a camisa |
De acordo com levantamento realizado pela Cia de Talentos, as oportunidades para recrutar universitários e recém-formados são ações mais atraentes no primeiro semestre do ano. Além da menor concorrência com outros programas (já que 60% dos processos seletivos da consultoria acontecem no segundo semestre), a média de desistências entre os selecionados é quase 10% menor na primeira metade do ano. Para Maira Habimorad, sócia da consultoria, com menos processos acontecendo simultaneamente, os programas de estágio e de trainee lançados no primeiro semestre alcançam maior visibilidade entre os jovens. “Além disso, os candidatos conseguem participar com maior intensidade e foco das etapas on-line e presenciais”, afirma.
Os consultores da Cia de Talentos notaram que, nos processos realizados no primeiro semestre, muitos candidatos se mostram menos tensos, o que garante maior participação e, por consequência, melhor desempenho. “De acordo com eles, as responsabilidades acadêmicas são menores no primeiro semestre, facilitando o envolvimento nos processos seletivos. As pressões com avaliações, trabalhos de conclusão de curso e monografias não são tão grandes no período”, explica Maira. No ano passado, a consultoria fechou 15% a mais de vagas extras em processos de trainee e 11% em processos de estagiários, realizados no primeiro semestre. “Vale destacar que a qualidade dos candidatos nos processos no primeiro semestre é similar à dos participantes no 2º semestre”, ressalta. “Ao realizar o processo seletivo no primeiro semestre, notamos um aumento no número de candidatos com real interesse no programa de trainees da RBS e mais identificados com o real negócio da empresa – não apenas buscando uma oportunidade de trainee, independentemente do projeto”, conta Elisandra Monteiro, responsável pelo Programa de Trainee da RBS.
Mais pessoas
Pelos dados da Cia de Talentos, os processos seletivos realizados no primeiro semestre têm aumentado. De 2009 para 2010, a demanda por programas dessa natureza, na primeira metade do ano, cresceu 52%. Por outro lado, o número de vagas de trainees e de estagiários aumentou 35%, se comparado com o primeiro semestre de 2010 em 2011. Para Cristina Roggia, gerente de seleção e treinamento das lojas Renner, realizar o processo seletivo no primeiro semestre ajuda muito, pois a divulgação é realizada junto ao início das aulas nas principais universidades do país, o que garante a atração de um grande número de pessoas. “Além disso, a turma inicia no segundo semestre e tem a possibilidade de vivenciar, dentro do programa de formação, o momento mais importante de vendas para a Renner, que é o período de Natal. Sendo assim, podemos proporcionar uma vivência direcionada, que contribui significativamente para o desenvolvimento dos futuros executivos”, diz.
Por outro lado, a P&G, que realiza processos seletivos de estágio nos dois semestres, destaca que na primeira metade do ano a concorrência de candidatos entre os programas é menor. “Muitas empresas fazem seus processos no segundo semestre e a disputa por candidatos fica muito alta. Com isso, vive-se uma ´guerra contra o tempo´ para a contratação dos estagiários”, afirma Diego Nascimento, supervisor de RH da P&G. Outra vantagem do período inicial do ano é a maior abertura das universidades para realizar eventos. “Essa ações são muito atrativas para os candidatos”, pontua Nascimento.
O que eles mais querem
E o que esperam os jovens? Conseguir uma oportunidade como trainee em uma grande empresa é uma das prioridades, segundo pesquisa feita pela Page Talent, unidade de negócios da Page Personnel, dedicada ao recrutamento de estagiários e trainees. O levantamento foi realizado com cerca de 850 jovens de 19 a 25 anos e mostra que 35% deles buscam tornar-se trainees de uma grande companhia. “Tradicionalmente, esses programas são conhecidos por passar aos novos talentos uma visão ampla da empresa e do mercado, além de prepará-los para assumir um cargo representativo na estrutura da companhia. Os jovens sabem disso e por essa razão esses programas são tão concorridos”, afirma Manoela Costa, gerente da Page Talent. A pesquisa mostra ainda que 23% dos estagiários buscam efetivação na empresa atual, uma vantagem às empresas que possuem a cultura de valorização profissional. “Um estagiário que é valorizado é sempre o primeiro a vestir a camisa. Ele vai defendê-la onde estiver e lutar pelo seu espaço na folha de pagamento”, conclui. Além destes, 16% dos respondentes desejam ser efetivados em outras empresas. Para outros 15% a prioridade é fazer intercâmbios fora do país e 11% gostariam de abrir seu próprio negócio. “A pesquisa procurou entender qual é a preferência dos jovens profissionais no momento de escolher as prioridades de sua carreira”, finaliza a executiva.