Daniela Ribeiro é gerente sênior da Robert Half |
É natural que a posição de líder seja alvo de cobiça dos executivos brasileiros. Afinal, nossa cultura corporativa tem uma característica marcante: o status e o cargo ocupado estão entre as maiores aspirações dos profissionais. Ser um líder, porém, exige esforço e entendimento da atual conjuntura – é preciso compreender que as organizações não possuem mais espaço para a liderança autoritária.
O autoconhecimento e o exercício de conseguir se imaginar na posição do outro são essenciais para alcançar posições de comando. O gestor moderno é flexível e se molda ao perfil da equipe e não o contrário. A pergunta é: você se conhece o suficiente e está realmente preparado para exercer a função de líder?
Gerir uma equipe torna-se mais fácil quando o gestor sabe exatamente quais são os seus pontos fortes e fracos. Esse autoconhecimento permite a ele perceber que suas ideias e pontos de vista nem sempre serão iguais aos dos outros. Cada pessoa tem uma maneira de trabalhar que muitas vezes não será da forma que o gestor considera ideal.
A falta de conhecimento sobre os seus próprios pontos fortes e fracos, e os de seus colaboradores, faz com que o líder deseje que todas as tarefas realizadas pela equipe sejam perfeitas, o que não é possível. As pessoas possuem funções que são capazes de executar melhor do que outras. Ao aceitar essa condição, o profissional potencializa os seus pontos fortes com a execução de ações em que ele possui maior desempenho.
Entender que as pessoas e suas necessidades são diversas facilita a assertividade nas decisões. Quanto mais consciente de suas habilidades e defeitos for o líder, maior será sua capacidade de identificar as características de seus liderados. Como um técnico de futebol que convoca os jogadores e os escala para as posições em que cada um possui maior desempenho, no intuito de obter o melhor resultado coletivo. A humildade de saber delegar tarefas para alguém que é capaz de executá-las de forma melhor do que você é essencial.
A busca pelo autoconhecimento pode ser longa e exige humildade, maturidade, paciência, respeito, comprometimento e disciplina. Para atingi-lo, em primeiro lugar os profissionais precisam estar abertos para depois utilizar ferramentas que levantem questionamentos capazes de mostrar quem realmente são e quais os objetivos para suas carreiras.
#L# Outro ponto crucial para as boas lideranças é o ambiente colaborativo. Líderes com perfis diferentes se complementam e olham com empatia um para o outro, nunca como concorrentes. O bom gestor extrai o que há de melhor em cada um de sua equipe e também se apoia em seus pares dentro da companhia para atingir suas metas. Líderes colaborativos e bem-sucedidos se unem e trazem resultados positivos para a empresa como um todo, e não apenas para suas equipes.