Fala, RH!

O home based mudou

Para Beatriz Nóbrega, superintendente de gente e gestão e CX no digio, é necessário considerar as outras variáveis que fazem parte deste novo cenário de home office

Neste momento em que a recomendação médica é permanecer socialmente isolado, o home based se tornou a salvação de muitas empresas e de seus profissionais para não parar de produzir, se desenvolver e crescer. Todavia, implementar uma cultura de trabalho remoto diante de um cenário de pandemia não é simples como parece e requer um trabalho intenso não apenas do RH, mas também das equipes de TI, comunicação e empenho de todos os colaboradores, além de empatia, compreensão e esforço mútuo. Quem afirma é Beatriz Nóbrega, superintendente de gente e gestão e CX no digio, plataforma digital de serviços financeiros, que também fala um pouco de sua atual rotina.

Na sua opinião, o trabalho a distância já se colocava como uma prática bem aceita no país? Há uma tendência de ela ganhar mais força?

Diversas pesquisas têm mostrado crescimento da prática no Brasil e no mundo. Segundo o The annual IWG global workspace survey, divulgado em março de 2019, 65% das empresas respondeu que o trabalho flexível ajudou a redução de gastos, lidar melhor com os riscos e melhorar o portfolio. O Brasil, que também participou do estudo, apontou que 72% dos entrevistados já entendem o home based como o novo padrão, bem como concluiu que o país está acima da média global de 62% de empresas que oferecem regime de trabalho flexível, pontuando 67%. Isso diz muito sobre como as empresas em nosso país têm se modernizado para acompanhar as tendências e proporcionar flexibilidade para seus empregados.

E como isso funciona no digio?

Aqui, já fazíamos o home based uma vez por semana. Quando a necessidade de isolamento social em detrimento da covid-19 se mostrou ser fundamental, o pensamento mais fácil era o de que aparentemente bastava multiplicar a experiência de sucesso nos outros dias da semana. Contudo, é necessário considerar as outras variáveis que fazem parte deste novo cenário: cada família deve permanecer socialmente isolada e, assim, ser capaz de dar conta por si mesma de cuidar dos pequenos, da alimentação, da casa, do trabalho, dos estudos e do lazer ao mesmo tempo e no mesmo espaço. Eu, que já estava habituada a trabalhar de casa, pratiquei trabalho remoto como sempre fazia e em menos de 48 horas já estava esgotada.

Busque tranquilidade e equilíbrio nesta fase: que exige de nós vivermos separados – e ao mesmo tempo mais juntos do que nunca – algo inédito e transformador

Como tem sido seu dia a dia neste novo cenário?

No “meu dia de home based”, eu começava logo cedo, sem arrumar cama ou lavar a louça, parava para almoçar com meu filho a comida que já estava pronta e seguia tranquilamente, pois tinha uma funcionária cuidando da casa e da comida para mim. E agora? Após afastá-la para garantir também o bem-estar dela, tivemos de nos reinventar – sim, tivemos, já que todos da família participam das atividades do lar cozinhando, lavando, arrumando, limpando, trabalhando e estudando – para que tudo permanecesse em ordem e funcionando.

E está sendo fácil?

Nem de longe. O isolamento social e o trabalho remoto exigem disciplina e paciência, já que, para além das atividades diárias do trabalho, é necessário conciliar os afazeres de casa, o cuidado com os familiares e atividades que ajudem as pessoas a continuarem exercitando corpo e mente. Por isso, eu coloco em prática algumas dicas para a rotina, testadas e aprovadas mundialmente:

  • Aproveite a ausência de deslocamento e, antes de começar a trabalhar, deixe a casa minimamente limpa e organizada e já planeje o que irá almoçar;
  • Comece a trabalhar no horário normal de trabalho, com um copo cheio de água por perto (lembre-se que a hidratação é um grande aliado da sua saúde) e a cada duas horas dê uma pausa para se alongar, caminhar e dar um alô presencial para seus companheiros de “confinamento” ou um alô virtual para a galera do trabalho;
  • Pare para preparar seu almoço e comer em ambiente calmo e adequado;
  • Volte a trabalhar após limpar “a bagunça do almoço” e assim não ter que encarar “esta encrenca” após o trabalho;
  • Encerre sua jornada de trabalho de preferência no horário esperado, pois é hora de relaxar! Capriche no jantar (de preferência sobrando para o almoço), coma batendo um bom papo e parta para atividades de lazer conjunta.

E em relação a manter o corpo e a mente sãos, o que você aconselha ou está fazendo?

Temos de nos lembrar que existe uma vida inteira dentro de casa que vai além do expediente. Por isso, é preciso encaixar na rotina atividades físicas que proporcionem prazer e alegria – já que agora os movimentos estão bem mais contidos e as caminhadas, por exemplo, agora estão restritas a poucos cômodos. Outra sugestão é começar a meditar. Isso ajuda a acalmar a mente e a equilibrar emoções. Tente o que mais faz sentido para você. Ainda, esta é uma boa hora para praticar o bom e velho bate-papo: além das pessoas que dividem a casa com você, use a tecnologia a seu favor e ligue para amigos, familiares… Isso permite que mudemos os “personagens” deste enredo e ampliemos repertório, além de trazer diversidade e boas risadas. Por fim, busque tranquilidade e equilíbrio nesta fase: que exige de nós vivermos separados – e ao mesmo tempo mais juntos do que nunca – algo inédito e transformador.

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