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O número de refugiados ultrapassou 65 mil no País. Como isso afeta os programas de inclusão?

É papel da empresa absorver a mão-de-obra desse público, bem como promover sua integração e combater o preconceito e a xenofobia

de Redação em 15 de dezembro de 2023
Em sentido horário, do topo: Danielle, da FoxTime, Laís, da Accor, e

De acordo com dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), que acompanha e analisa os fluxos e processos migratórios no Brasil, o país abriga atualmente 65.840 refugiados e solicitantes de refúgio. A maioria dessas pessoas são venezuelanas, representando um aumento de quase 10% em comparação ao ano de 2021, quando havia 60.011 pessoas nessa condição.

O estudo do observatório também destaca as dificuldades enfrentadas pelos refugiados no Brasil, como acesso limitado a serviços essenciais, como saúde, educação e trabalho, além de enfrentarem discriminação e xenofobia.

Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) informou que em 2022 o Brasil reconheceu 5.795 pessoas como refugiadas. A maioria era de venezuelanos (77,9%) e cubanos (7,9%), sendo 56% homens e 44% mulheres. A partir desses dados, estudos ressaltam a importância de políticas públicas para garantir a integração dos refugiados na sociedade brasileira, bem como o acesso a direitos e oportunidades. Os dados do MJSP lançaram luz sobre a necessidade de apoio humanitário e solidariedade para com os refugiados, especialmente no pós- pandemia de COVID-19 consigam se reinserir na sociedade. 

Durante o 3º Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão, promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação no início de dezembro, o tema foi discutido no painel “Apoiando o recomeçoo impacto de programas voltados para refugiados”. Foi debatido o papel social das empresas na inclusão dos refugiados, bem como os incentivos governamentais, os desafios de integração e a importância da comunicação. Além disso, houve destaque para a necessidade de combater a desinformação e promover treinamentos específicos para garantir uma integração efetiva dos refugiados. Laís Fernanda de Souza, coordenadora de Diversidade, Equidade e Inclusão da Accor, e Danielle Pieroni, diretora na Foxtime RH, participaram do debate.

Refugiados precisam de apoio governamental e empresarial 

A situação dos refugiados no Brasil é motivo de preocupação, e as políticas públicas precisam ser reforçadas para garantir que eles possam ser integrados à sociedade de forma mais ampla. Por um lado, grupos enxergam com receio e extremismo o recomeço dessas pessoas, mas nos últimos anos tem surgido nas empresas ondas de acolhimento.

Laís Fernanda aponta que a integração dos refugiados no mercado de trabalho é um dos desafios mais significativos e fundamental que as empresas estejam dispostas a oferecer oportunidades dignas e justas para essas pessoas. A diversidade traz benefícios à sociedade como um todo, trazendo novas perspectivas, habilidades e conhecimentos que enriquecem a cultura e a economia.

Ela acredita que as empresas precisam consultar consultorias especializadas para entender a pauta. “O primeiro movimento é tentar buscar esclarecimento e saber quem são os órgãos que podem nos dar o caminho para fazer acontecer”.

Danielle afirma que esse movimento ajuda a desmistificar preconceitos e estereótipos em relação aos refugiados, que muitas vezes são vistos apenas como vítimas ou como uma ameaça à segurança, sendo necessário que lideranças atuem diretamente nos processos. “É preciso conversar com as lideranças e fazer um trabalho de sensibilização, porque a probabilidade, isso não for feito e gerar outros problemas”.

A integração dos refugiados aos times é essencial para o fortalecimento da diversidade e inclusão nas empresas, trazendo novas perspectivas, vivências e habilidades para o ambiente de trabalho. Para a profissional, é preciso criar companhias de conscientização, treinamentos de viés, treinamentos para diversidade. “Como RH, temos que ter papel ativo para coibir qualquer tipo de preconceito que possa acontecer no ambiente de trabalho”.

Além disso, é fundamental que as empresas adotem políticas inclusivas que promovam a igualdade de oportunidades, garantindo que os refugiados tenham acesso ao mercado de trabalho e possam contribuir de forma significativa para a sociedade e para as organizações.

As speakers concordam que é necessário desenvolver programas de capacitação e treinamento específicos para os refugiados, a fim de aprimorar suas competências e facilitar sua inserção no mercado de trabalho. Isso ajudará a evitar a subutilização de talentos e promover a valorização da diversidade no ambiente corporativo.

É crucial ainda que as empresas atuem em parceria com organizações governamentais e não governamentais, bem como com a sociedade civil, para promover a integração efetiva dos refugiados e desenvolver uma cultura de acolhimento e respeito à diversidade em todos os setores da sociedade. A união de esforços em prol dessa causa é fundamental para superar os desafios e construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.

(*Com reportagem do Portal da Comunicação)

  • O 3° Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão pode ser visto no Youtube, no Facebook e no Linkedin (parcialmente, devido a limitações desta rede social).

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