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O pertencimento e a comunicação não violenta transformam comunidades

Essas questões foram discutidas no 4º Fórum Melhor RH de Felicidade Corporativa

de Redação em 20 de setembro de 2024
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Quando as pessoas tem senso de pertencimento a um lugar, uma comunidade ou uma empresa, as coisas se transformam positivamente. As relações sociais melhorara e o trabalho fica mais produtivo. Complementando isso, a Comunicação Não-Violenta, um recurso plenamente utilizado em muitos países, ajuda a melhorar a empatia e diminuir agressividades físicas, verbais e morais.

Todos esses assuntos foram temas no 4º Fórum Melhor Rh de Felicidade Corporativa – Eu em equilíbrio, organizado pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH, no final de junho.

O painel “A importância em pertencer – Como o senso de comunidade impactam o bem-estar e engajamento”, teve como participantes Patricia Bobbato, diretora de Pessoas, Comunicação Interna e Sustentabilidade no Grupo Tigre; e Renato Rovina, head de Recursos Humanos no BNP Paribas. Patricia acredita na relevância do tema, e o desafio é fazer as pessoas se sentirem bem nas fábricas – 21 locais diferentes, no seu caso. O verbo cuidar é bem utilizado pela Tigre. E cita duas pesquisas: “A cada 1 dólar investido em bem-estar, mental retorna em 4  dólares em produtividade, segundo OMS. E, segundo a Workplace Well Reporting (2019), antes da pandemia,  79% das pessoas  sentiam stress no ambiente da trabalho nos últimos doze meses, e 47% achava normal senti stress e ansiedade no trabalho. Hoje em dia, isso piorou”.  Para amenizar essa realidade, ela contou que “fizemos várias rodas de conversas, com vários grupos, para que pessoas conversar um pouco mais. O diálogo fez com que as pessoas diminuíssem sua ansiedade. Além do programa Equilíbrio, com forte apoio da empresa, com tele atendimento, com grande busca de pessoas”.

Renato Rovina

Rovina concordou que, de fato, a pandemia mostrou, que o que separava vida pessoal e profissional acabou. E as pessoas ficaram mais ansiosas e aumentou os  casos de saúde mental, devido as pressões do dia a dia. A Paribas, com 800 funcionários, um banco de atacado. procura olhar individuo de forma holística, tem programa que ajuda na saúde física (plano e saúde, academias), saúde da mente (apoios em vários temas como psicológico com 0800), saúde financeira e saúde social-afetiva – como se relacionam com outras pessoas. “Fomos ainda certificados durante três anos pelo Top Employers. E esse senso de comunidade é muito forte, com o senso de propósito, das pessoas quererem estar na empresa. Destaco o pertencimento, as pessoas não quererem se sentir sozinhas, com apoio de assistência ao empregado, com apoio psicológico, jurídico, financeiro, e aconselhamento em vários temas. E temos dois grandes pilares: diversidade e inclusão, com grupos de afinidade e discussão de gênero, raça, deficiência, GLP, o que ajuda na saúde mental e senso de propósito. E o segundo é a filantropia. Projetos de voluntariado. Tivemos recentemente campanha de ajuda ao Rio Grande do Sul e levar comida para quem precisa”.

Patricia Bobbato

O ser humano é um ser sociável, precisa de relacionamentos, insiste Patrícia. “Acabamos de criar um programa chamado equilíbrio, onde trabalhamos forte a questão da terapia, com apoio da empresa via teleatendimento, com grande procura.  Temos programa ‘conectando diferenças’, pois temos muitas diferenças culturais por estarmos em nove países. Trabalhamos forte com a questão de gênero, numa empresa majoritariamente masculina, e estamos mudando isso. Queremos ser uma empresa mais igualitária. Temos um Instituto que trabalha forte com crianças e adolescentes, com muito voluntariado. O que faz diferença é a liderança. Olhando para a saúde emocional do líder, entendendo como ele está, fazendo escutas ativas, mentorias”.

“O mercado financeiro também é bastante masculino”, acrescenta o gestor do BNP, e destacando que isso tem mudado. E precisamos de líder que foque também nas pessoas e não apenas na execução. Sem isso, é difícil para as empresas criarem ambientes atrativos. Remuneração é importante, mas a sensação do propósito, querer ir ao trabalho é importante. Tem amigos no trabalho torna as pessoas mais produtivas do que aquelas que se sentem mais sozinhas.

Comunicação sem violência

O  outro painel foi “Diálogo Seguro – CNV como ferramenta pelo bem-estar (e produtividade)”, com Cristina Kurcis Gonzales, sócia fundadora da Lorca Humanus; e Maurício Chiesa Carvalho, gerente de RH e Responsabilidade Social na Tamarana Tecnologia Ambiental. Falaram sobre comunicação não violenta (CNV).

Cristina Gonzales

Para Cristina, que atua com esse tema há muitos anos, esse assunto já circula em grandes empresas. O termo foi criado pelo psicólogo norteamericano Marshall Rosenberg por volta dos anos 1960, que viveu em Detroit e queria entender por que algumas pessoas eram compassivas e outras não. Na época, a cultura da segregação racial ainda era bastante difundida nos Estados Unidos, mas algumas escolas se propuseram a mudar essa realidade. Discípulo de Karl Rogers, e autor do livro “Comunicação não violenta”, desenvolveu parte da empatia, escuta, conexão. Seus princípios são simples: observação, mudar o foco do julgamento de quem é certo ou culpado e perceber sentimentos e necessidades das pessoas. E aprender a fazer pedidos. Pedidos produtivos. “E levando isso para dentro das empresas, as pessoas também levam para fora, para suas famílias, tendo um melhor relacionamento com diversos grupos sociais”, comentou. E não é um assunto para ser tratado num workshop e as pessoas saem dali predispostas a uma comunicação não violenta, destaca. “Ao contrário, é um caminho longo de práticas. Quando introduzimos o assunto na empresa é preciso criar grupos de práticas e de ferramentas para utilizar no dia a dia. O primeiro passo é se conscientizarmos das coisas que fazemos naturalmente e não são produtivas. Porque desde que nascemos somos treinados a ser reativos, a julgar as coisas, e isso coloca algumas barreiras entre nós e as pessoas”.

Mauricio Chiesa

Mauricio complementou lembrando que o tema permeia a pauta ESG e agora tem uma ISO recente que avalia os risos psicossociais, que surgiu em 2021. Junto com a ISO 45.001 que promove gestão de saúde e segurança no trabalho. Vai na pauta ESG e felicidade. E tem a ver dentro das organizações de poder falar sem ter medo de ser perseguido. E mais: nenhuma empresa faz as pessoas felizes. “Entretanto, quando tem boas práticas, cultura organizacional favorável, clima adequado, propósitos, alinhados ao fit cultural da pessoa, esta tem uma tendência de avaliar as situações de forma mais positiva.

Assista aqui ao primeiro dia do Fórum.

Assista aqui ao segundo dia.

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