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Os impactos da política na gestão de RH

de Vanderlei Abreu em 15 de agosto de 2017

Beatriz Flores, diretora de RH da CGG, fabricante francesa de equipamentos para a indústria petrolífera e outros setores, destacou o déficit de formação de profissionais no setor de geotecnologia, importante para a indústria de petróleo e gás.

A diretora destacou a primeira grande mudança nas relações de trabalho com o início da industrialização do país e a criação da CLT em 1943. No cenário político, Beatriz destacou o processo de redemocratização do país na década de 1980 e as crises nos anos 1990, na gestão Collor e mais recentemente na gestão Dilma Rousseff.

Embora o Brasil tivesse vivido um momento de queda do desemprego até 2014, que levou a novas estratégias de atração e retenção de talentos, a partir de 2015 o desemprego cresceu (e muito), com uma disponibilidade maior de profissionais qualificados.

Ela explicou que a CGG é uma empresa que trabalha bastante com profissionais estrangeiros e a atual crise econômica e política acaba contribuindo para afastar esses profissionais do país, impactando o recrutamento de organizações como a que ela atua.

Beatriz comentou as medidas do presidente Michel Temer que impactaram o RH, como a entrada em vigor do e-Social, a lei da terceirização, a reforma trabalhista e previdenciária, ainda em discussão. Ela apontou dois impactos importantes do e-Social na gestão de RH:

1) planejamento das ações de gestão de pessoas;
2) percepção do risco, tendo em vista a possibilidade de notificações automáticas pelo sistema.

Ela ainda ressaltou que o RH vai precisar desenhar suas ações baseadas na estratégia da organização.

Beatriz comentou que o gestor de RH precisa entender ainda mais o negócio para implementar as mudanças propostas pela reforma trabalhista. “Os profissionais de remuneração vão ter de se debruçar sobre esta nova legislação para definir novos modelos de recompensas, especialmente bonificações”, apontou.

Ela ainda destacou que a comunicação terá papel importante no processo de capacitação e esclarecimento dos funcionários sobre a manutenção de seus direitos.

Sobre a reforma da Previdência, Beatriz comentou que o RH terá de redesenhar os planos de benefícios com base nas novas regras, haverá um ênfase na previdência complementar e trará uma mudança cultural importante nas organizações.

Para ela, a missão mais nobre do RH nessas mudanças é garantir que não haja assimetria entre trabalhadores e empregadores, procurando manter um equilíbrio na relação.

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