Talento é fator essencial para o sucesso na atual economia mundial, mas com o aumento de investimentos das organizações em capital humano, muitas delas se perguntam se esses investimentos compensam. Segundo a pesquisa Talent Barometer, da Mercer, 60% das organizações em nível mundial relatam que têm feito investimentos em talentos nos últimos anos. Entretanto, um percentual ainda menor dos participantes do levantamento (24%, precisamente) relata que os seus planos são altamente eficazes em atender às necessidades imediatas e em longo prazo de capital humano.
Além disso, 77% das organizações ouvidas pela consultoria possuem um plano de força de trabalho estratégico implantado. Mas quando a pesquisa perguntou às empresas participantes se o plano faz parte de sua estratégia de prazo mais longo, apenas 12% delas responderam que possuíam planos que se estendiam por cinco anos ou mais.
“O planejamento da força de trabalho efetivo é parte essencial de posicionamento de talentos como um ativo estratégico e para manter uma vantagem de negócio competitivo”, reforça Julio Portalatin, presidente e CEO da Mercer. “Com a análise de informações e dados disponíveis atualmente, as empresas conseguem medir e gerenciar seus talentos como jamais foi possível em outros tempos. A pergunta é se a atenção e os esforços ainda maiores são capazes de produzir os resultados esperados. O excelente desempenho exige uma combinação de soluções inovadoras e um método baseado em fatos para a gestão de talentos.”
Portalatin e outros líderes da consultoria apresentaram as conclusões da pesquisa e discutiram os desafios de talentos durante a recente Reunião Mundial 2013 do Fórum Econômico Mundial, em Davos-Klosters, Suíça.
O estudo da Mercer, que avalia a eficácia das práticas de força de trabalho em impulsionar o sucesso de curto e longo prazo dos planos de talentos das organizações por região e indústria, inclui respostas fornecidas por executivos de RH e gestão de talentos de mais de 1.260 organizações mundialmente. As empresas participantes da pesquisa são de diferentes portes com menos de 1.000 e mais de 10 mil empregados (incluindo organizações governamentais e organizações sem fins lucrativos) e representam inúmeras indústrias. A pesquisa identifica uma série de práticas inovadoras consideradas características associadas com planos de força de trabalho eficazes.
Acelerando a eficácia
O levantamento também explora os principais aceleradores de eficácia de talentos – formação educacional, saúde e bem-estar, além de experiência profissional – e o impacto que esses elementos têm nas práticas bem-sucedidas da força de trabalho.
Significativamente, mais da metade (57%) das organizações que participaram da pesquisa não está convencida de que as instituições de ensino formarão os talentos necessários por suas atuais empresas. O sentimento entre os participantes da pesquisa não melhora mesmo quando eles fazem uma projeção da situação atual para cinco anos.
“A falta de talentos qualificados é uma preocupação real das empresas e algo que exige um método de vários públicos de interesse para que tenha uma solução. Identificamos que as empresas altamente otimistas com o futuro estão envolvidas em desenvolvê-lo”, afirma Pat Milligan, presidente regional da Mercer e membro do Conselho da Agenda Global do Fórum Econômico Mundial sobre Educação e Competências. Em consequência do gap educacional, a pesquisa demonstra que as organizações estão implantando programas de estagiários, aprendizes e ensinando habilidades de alta demanda em instituições de ensino secundário e terciário.
Já em relação à saúde e ao bem-estar, a pesquisa indica que menos da metade das organizações em nível mundial aplica ativamente os elementos básicos de um programa de gestão da saúde como, por exemplo, assegurar um ambiente de trabalho saudável e estabelecer políticas e procedimentos relacionados à saúde (conforme indicado por 48% e 44% das organizações, respectivamente).
Menos de um terço (31%) utiliza formalmente um plano estratégico multianual documentado para as áreas de saúde e bem-estar. “A pesquisa sugere um vínculo forte entre o foco das empresas em saúde e bem-estar e o envolvimento e a produtividade dos empregados. Isso significa que as companhias estão deixando passar uma das melhores ferramentas disponíveis para fortalecer ainda mais os seus planos de força de trabalho estratégicos”, avalia Dave Rahill, presidente da área de saúde e benefícios da Mercer.
A pesquisa também confirma que o incentivo a experiências e oportunidades de carreira diversificadas para o crescimento que permite aos talentos se sobressaírem é parte essencial do planejamento da força de trabalho. De acordo com o levantamento, as organizações de todo o mundo levam a sério a questão da experiência profissional, sendo que a maioria delas (80%) realiza avaliações de talentos regularmente (semestrais ou anuais). No entanto, pouquíssimas empresas empregam ativamente outras ações capazes de aumentar a disponibilidade e elevar o grau de qualidade de talentos, como avaliar o fornecimento e a demanda de talentos críticos, por exemplo, adotando um plano de sucessão estratégico e desenvolvendo programas destinados a empregados de alto potencial.