“Precisamos melhorar as condições para todos”, enfatiza Richard Barrett

de Karin Hetschko em 27 de outubro de 2017

Em visita ao Brasil para divulgar pesquisa sobre os valores dos
brasileiros, Richard Barrett fala sobre equidade

Richard Barrett em palestra (Foto: Karin Hetschko)

Um dos principais pilares do processo de recrutamento e seleção de pessoas é a combinação de valores corporativos aos valores pessoais do candidato. Na visão de Richard Barrett, autor do livro “Organização dirigida por Valores” e fundador do Barrett Values Centre, tanto corporações como nações devem ter valores coesos para aumentar o grau de entropia – nível de organização de um sistema.

“É preciso que o colaborador (cidadão) se sinta seguro e reconhecido pela sua comunidade, antes de desenvolver um alto grau de entropia”, destaca Barrett. Nessa lógica, quanto maior a desordem do sistema, maior a entropia. E o índice do Brasil assusta: 61%.

Essa foi uma das descobertas da Pesquisa Nacional de Valores 2017, promovida pela consultoria Crescimentum, a partir da metodologia do instituto inglês Barrett Values Centre. O estudo, que também calculou a taxa de entropia cultural do Brasil, foi apresentado pelo estudioso Richard Barrett, no último dia 24/10 durante o CL Summit.

Esse alto índice apresentado pode ser, em parte, explicado pela desigualdade de classes enfrentadas no Brasil. “Precisamos melhorar as condições para todos e criar equidade”, enfatiza o autor. Para ele, esse discurso deve ser observado tanto por líderes das nações como das corporações.

“Imagine uma empresa que cria separação de classes dos empregadores. Em que alguns entram pela porta principal e outros pela porta dos fundos. Isso não cria coesão nem cultura interna, cria separação, ciúmes”, analisa Barrett.

Na visão dele, essa desigualdade entre as classes levou ao fenômeno do Brexit, no Reino Unido. “Esse movimento aconteceu porque não cuidamos do povo mais vulnerável. A condição de vida deles ficou cada vez pior e eles expressaram isso no voto”.

O mesmo ocorreu nos EUA com a votação de Donald Trump. “Para as pessoas de baixa renda nos EUA, ele está fazendo um bom trabalho. Eles o enxergam como um empresário bem-sucedido”, destaca Barrett. O estudioso ressalta que ele é visto como um herói para essa população mais carente. “Ele tem um discurso de: ‘se eu consigo construir empresas, posso também construir uma nação’”.

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Karin Hetschko

Foi subeditora de "MELHOR - Gestão de Pessoas" e hoje é colaboradora. Sua última empreitada antes de escrever sobre gestão de pessoas foi na área de comunicação corporativa, o que lhe rende até hoje boas pautas e impressões sobre este universo.