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Quem emprega, cuida

Fornecer suporte por meio da interação humana e da tecnologia ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade dos colaboradores, criando uma cultura de trabalho mais positiva

de Carlos Toledo em 24 de junho de 2021

No amplo espectro de ações que se enquadram na categoria de valorização dos funcionários, mantê-los bem e saudáveis em todas as esferas deve ser uma prioridade.

Esta é mais que uma opinião pessoal; é um fato atestado por diversos especialistas mundo afora, como discutiu o documento Futuro do trabalho e, mais recentemente, “Moldando um futuro de trabalho melhor: Percepções do mercado global e local”, ambos fruto de uma parceria entre a Zurich e a Universidade de Oxford.

Como revelaram as pesquisas, funcionários em empresas de todo o mundo esperam que seus empregadores participem mais de seu bem-estar geral. Estes têm um grande “dever de cuidar”, especialmente após a Covid-19, que reestruturou o mundo do trabalho, como observaram os entrevistados para o relatório. E, por conta dos impactos da pandemia, quando precisam de apoio, as pessoas passaram a recorrer às suas empresas.

A busca por apoio

E elas estão certas. Os funcionários são o bem mais valioso das companhias e têm o direito de esperar que sejam cuidados. Considerar as pessoas apenas como uma força de trabalho é algo do passado. O equilíbrio de vida, que considera aspectos físicos, mentais e financeiros, deve ser apoiado como um todo, e isto deve ser feito como prioridade na corporação – algo que é bom para as duas partes envolvidas: dessa forma, num ambiente de menos estresse, ambas prosperam. 

Convém destacar que, em muitos casos, o ato de cuidar dos funcionários acaba por também contemplar seus núcleos familiares, como a pandemia que ainda está em curso demandou das corporações. Foi assim na empresa que represento, que sentiu que tal ato deveria ir além dos colaboradores, assistindo também, em alguns casos, suas famílias.

Efeito positivo

A boa notícia é que, cada vez mais, as organizações estão assumindo a responsabilidade pelo equilíbrio de vida de seus funcionários. E não é para menos: esse apoio tem um impacto enorme nos negócios e na capacidade de impulsioná-lo. Os funcionários querem saber se essa paridade é valorizada e escolherão os empregadores por esse motivo. E permanecerão também por isso. Se você quer atrair e reter talentos, mostre que se preocupa com eles como pessoas. Soluções que valorizam a boa vitalidade, com dietas e exercícios, podem ter um efeito bastante positivo.

Um programa de bem-estar completo para os funcionários leva tempo para se desenvolver, mas à medida que o local de trabalho continuar a evoluir, veremos abordagens inovadoras. Nesse sentido, fornecer suporte por meio da interação humana e da tecnologia ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade dos colaboradores, criando uma cultura de trabalho mais positiva para todos.

Luta contra o esgotamento

A omissão, por outro lado, pode custar caro. A necessidade de apoiar o equilíbrio de vida dos funcionários é fácil de se reconhecer quando consideramos que, sozinhas, as más condições de saúde mental respondem por 217 milhões de dias de trabalho perdidos anualmente, conforme apontou um relatório de 2020 da Lyra Health e da National Alliance of Healthcare Purchaser Coalitions.

Nesse mesmo estudo, feito um ano antes, os empregadores disseram que 40% de seus funcionários lutavam contra o esgotamento, um problema mais difícil de detectar à medida que o trabalho remoto se tornou bastante comum durante a pandemia.

A depressão, que já havia sido considerada pela Organização Mundial da Saúde como doença do século, juntamente com a ansiedade, tem um impacto econômico significativo: custa até US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade. Convém lembrar que as medidas de isolamento e os acordos de trabalho remoto aumentaram essas pressões, pois além de afetarem as relações familiares, também impactaram a nossa estabilidade física e mental. 

Soluções criativas

À medida que os funcionários enfrentaram novos desafios impostos pela crise global, eles se tornaram mais frágeis e vulneráveis, assim como suas famílias, independentemente de onde vivam, do trabalho que realizam ou da geração em que nasceram. Mas convém ressaltar que não afeta a todos da mesma forma.

Por isso, procurar soluções criativas, holísticas e personalizadas em meio a esta crise sanitária contínua é uma prioridade das empresas para assegurar a produtividade e evitar prejuízos. Mais do que isso: deve ser um compromisso humano com seus colaboradores, e consequentemente, com a sociedade, fazendo a sua parte para a construção do contentamento coletivo.

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Carlos Toledo

Carlos Toledo é diretor de RH da Zurich no Brasil