Mais de dois terços dos funcionários globais trabalham remotamente toda semana, e mais de 50% fazem isso ao menos metade da semana. No caso do Brasil, a média se mantém (45%), sendo o mesmo para EUA (53%), Inglaterra (53%) e México (63%). Isso torna necessária uma grande reavaliação do setor imobiliário corporativo, de acordo com um novo estudo de abrangência global.
Os dados acima fazem parte do IWG Flexible Working Survey, estudo realizado pelo instituto MindMetre research, encomendado pelo grupo, e são baseados nas percepções de mais de 18 mil entrevistados executivos (homens e mulheres) em 96 países. De acordo com a IWG, o surgimento desses colaboradores remotos é impulsionado por
mudanças tecnológicas, pela globalização e pelas mudanças nas expectativas dos funcionários.
O levantamento mostra, ainda, que toda semana 70% dos funcionários globais trabalham ao menos um dia fora do escritório. Cerca de 11% dos entrevistados afirmaram que trabalham fora do escritório principal de suas empresas cinco vezes por semana. EUA (15%) e México (16%) são líderes no quesito, enquanto Inglaterra (10%) e Brasil (9%) mostram crescimento significativo. Tiago Alves, CEO do IWG no Brasil, afirma que os ambientes flexíveis possibilitaram que as pessoas tenham maior liberdade de escolha. “Os entrevistados de São Paulo, da Cidade do México, de Londres e de Nova York não precisam mais passar muito tempo em um escritório específico”, diz.
Ainda segundo ele, estamos entrando na era dos colaboradores remotos, uma mudança de cultura não apenas para funcionários individuais ou autônomos, mas também para as empresas. “Trata-se de uma grande mudança global no panorama do espaço de trabalho, e agora as empresas estão observando atentamente o que isso significa para seus portfólios imobiliários corporativos”, conta Alves.
A pesquisa revelou também que o trabalho flexível não apenas reduz o tempo de deslocamento, mas aumenta a produtividade, a retenção de pessoal, a satisfação no trabalho e até mesmo a criatividade. Somam-se a isso, ainda, vantagens financeiras e estratégicas para as empresas (veja mais em na retenção e recrutamento). E empresas de todos os tamanhos e segmentos estão passando a levar esse modelo em conta. De acordo com o levantamento,
empresas como Etihad Airways, Diesel, GSK, Mastercard, Microsoft, Oracle e Uber já utilizam este
formato.
“O trabalho flexível, apoiado por uma rede profissional de espaços de trabalho sob demanda, está sendo discutido por CEOs, CFOs, CIOs líderes de todas as áreas das empresas, incluindo gerenciamento de riscos, desenvolvimento de negócios, recursos humanos, marketing e estratégia”, finaliza Alves.
Na Retenção e recrutamento
A mudança para espaços flexíveis reflete as demandas e expectativas de mudança na força de trabalho. dos entrevistados no brasil, 86% concordam que essa modalidade ajuda a reter os melhores talentos, e 67% já oferecem essa possibilidade para ajudar no recrutamento. globalmente, 80% e 64%, pensam, respectivamente, da mesma maneira. Quando abordados sobre a satisfação no trabalho no ambiente flexível, 77% dos brasileiros concordam que o modelo pode oferecer maior qualidade de vida aos funcionários. o país, inclusive, apresenta o maior porcentual, à frente dos EUA (53%), Inglaterra (53%) e México (48%).
Os benefícios que as empresas têm obtido são claros: 94% dos brasileiros afirmam que os espaços de trabalho flexíveis permitem que os funcionários sejam mais produtivos também em viagens. a opinião dos brasileiros é compartilhada pelos mexicanos (94%). os EUA (87%) e a Inglaterra (88%) também se destacam no quesito. a média global é igualmente significativa, com 91% de concordância.
Para Ian Hallett, diretor administrativo e chefe global de marcas e empreendimentos do grupo IWG, “novas tecnologias significam que muitos de nós podemos, agora, trabalhar a qualquer hora, em qualquer lugar”. “O desafio para as empresas é como otimizar esse novo cenário. Elas estão percebendo os benefícios do trabalho flexível e a sua capacidade de aumentar a produtividade, a satisfação no trabalho e o desempenho nos negócios”, diz.
Mais de 18.000 profissionais de diferentes setores em 96 países foram entrevistados na pesquisa. A amostra é retirada de um banco de dados de contatos globais do IWG, que conta com mais de 2,1 milhões de executivos, gerentes e empresários em todo o mundo. Os entrevistados foram consultados online em janeiro de 2018, e os
contatos foram obtidos de uma lista de clientes, clientes em potencial e líderes empresariais de mais de 100 países. A pesquisa foi gerenciada de forma independente pela MindMetre Research.
*Conteúdo publicado na edição de agosto/2018, da Revista Melhor RH