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Saúde mental no trabalho é “cringe”?

É o momento de transformarmos o cuidado com o outro em cultura empresarial, em valor aplicado dentro do negócio

de Leandro Figueira Neto em 15 de julho de 2021

Expressão vinda da língua inglesa, “cringe” se tornou um termo adaptado para se referir a algo vergonhoso ou constrangedor. A palavra está na moda e surgiu a partir de um embate entre as gerações millennial e Z que tem dominado a internet nas últimas semanas.

Você, com certeza, já parou para pensar se algum hábito da sua rotina se encaixa nos critérios de “cringe”, não é mesmo? Mas a questão aqui é: contar com apoio psicológico para enfrentar desafios no ambiente de trabalho é “cringe”? Será mesmo que a nova geração está de “mimimi” quando fala sobre saúde mental?

Promover um ambiente corporativo saudável passa muito longe de ser constrangedor (ou cringe) para a empresa ou para seus colaboradores: é uma questão de necessidade e valores.

Ser saudável

Ter em sua essência respeito, solidariedade, interculturalidade, espiritualidade e abertura ao diálogo plural é entender a importância das pessoas para desenvolver um negócio. Por isso, independentemente da geração ou idade, buscar empresas com princípios e dispostas a cuidar de quem faz parte do seu time deixa de ser “cringe”, como alguns pensam, e se torna “ser saudável”.

Foi-se o tempo em que saúde mental era “mimimi” ou falta de umas palmadas. Já passou da hora da sociedade compreender a importância do suporte emocional, principalmente no trabalho, que é o pilar que sustenta e orienta a vida da maior parte das pessoas.

Esse é o momento de aproveitarmos a onda do ESG (sigla para environmental, social and governance, ou ambiental, social e governança, em português) nas empresas e falarmos sobre medidas que auxiliem os colaboradores e gerem empatia dentro das corporações.

Cultura empresarial

Cringe” mesmo é deixarmos um colega sofrer com ansiedade, depressão, crises de pânico ou qualquer um dos outros males que afetam, principalmente, a geração atual. Uma empresa não abrir os olhos para ajudar colaboradores e não estabelecer diretrizes que prezam pelo acolhimento também é muito “cringe”. É o momento de transformarmos o cuidado com o outro em cultura empresarial, em valor aplicado dentro do negócio.

Um grupo que aceita, dialoga, pensa junto, acolhe e respeita cresce mais do que em números de faturamento. Isso é crescer como humanidade. Quando uma empresa olha para cada um dos que fazem parte da engrenagem, ela trata do todo com mais cuidado e empatia.

Além disso, nos tempos em que vivemos, empresas devem olhar para seu público interno de forma acolhedora e também incentivar o olhar de todos ao público externo. Precisamos pensar no coletivo, mudar a forma de nos relacionarmos  com clientes, parceiros, concorrentes. Sabe aquela história de “seja gentil, quase ninguém está bem”? É hora de colocarmos em prática, e não nos stories do Instagram.

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Leandro Figueira Neto

Diretor de Recursos Humanos do Grupo Marista

Diretor de Recursos Humanos do Grupo Marista