Elaine, da Right: as empresas precisam repensar suas estratégias |
Aos poucos, o mundo, sobretudo o financeiro, vai dando sinais de que a crise iniciada há um ano está sendo vencida – em alguns países, de forma mais acelerada, como no Brasil, em outros nem tanto. Ante o desafio de reerguerem-se para um novo cenário no mercado, muitas empresas ainda terão de lidar com problemas antigos, como a busca e retenção de talentos.
Um levantamento anual realizado mundialmente pela Manpower, grupo do qual faz parte a Right Management, consultoria em gestão de carreira, aponta que a escassez desses profissionais permanece sendo uma das grandes preocupações das empresas. Segundo o estudo, 30% dos empregadores em todo o mundo lutam para encontrar candidatos qualificados para vagas de trabalho. Batizado de Pesquisa de escassez de talentos de 2009, o estudo concluiu que as cinco principais posições que os empregadores têm maior dificuldade para preencher em âmbito global são as mesmas identificadas na pesquisa de 2008: mão de obra especializada; representantes de vendas; técnicos (trabalhadores técnicos nas áreas de produção/operações, engenharia e manutenção); engenheiros; e pessoal administrativo/executivos. A pesquisa envolveu quase 39 mil empregadores de 33 países para avaliar a capacidade dos empregadores de encontrar o talento de que necessitam. “Nos momentos de crise, as empresas precisam repensar suas estratégias e atitudes, realizando mais com menos recursos. Nesse contexto, o papel dos talentos torna-se ainda mais importante e as empresas procuram aqueles que trazem para o empregador os melhores resultados”, afirma a country manager da Right para América Latina, Elaine Saad.
Valor da marca
A atual crise econômica mascara tendências importantes como, por exemplo, mudanças demográficas e escassez de talento subjacente, que afetam a forma como as empresas e indivíduos encaram o trabalho em todo o mundo. Por essa razão, as estratégias de administração de talentos não são mais um modelo único aplicável a qualquer circunstância, como afirma Jeffrey Joerres, presidente do conselho e diretor-presidente da Manpower. “Constatamos que a estratégia da força de trabalho de hoje está submissa a visões herdadas e filosofia de liderança. Os empregadores precisam rever seu processo de administração de talentos para se concentrar nas qualidades de liderança, já que a posse de um conjunto de habilidades técnicas e funcionais específicas para um cargo é o preço da admissão; no entanto, para ser bem-sucedido em uma determinada função, são os indivíduos que também demonstram uma atitude flexível e colaborativa, para trabalhar em outros países e culturas, que conseguem o emprego”, conclui.
Joerres destaca também a importância da marca do empregador de uma organização para atrair esses profissionais. Ela torna-se cada vez mais crítica na medida em que as empresas continuam a ajustar e alinhar sua força de trabalho para se preparar para o próximo ciclo. “À medida que a falta de talentos se acentua, o treinamento e o desenvolvimento serão fundamentais para os empregadores manterem e melhorarem os talentos de que dispõem. Essa baixa demonstra como uma estratégia ágil para a força de trabalho é necessária para atrair e reter o talento de que uma empresa precisa para atingir sua estratégia de negócios.” Segundo o documento Global talent crunch – why employer branding matters now? (em português algo como Falta de talentos global – por que a marca do empregador é importante agora?), uma marca forte de empregador irá ajudar as organizações a atrair e reter os melhores talentos, possibilitando, assim, que superem esses tempos desafiadores e realizem seus planos de crescimento.
Mapa da batalha |
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A falta de talentos, pelo mundo |
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O levantamento da Manpower mostra que os empregadores com maior dificuldade de encontrar as pessoas certas para preencher posições localizam-se na Romênia (62%), Taiwan (62%), Peru (56%), Japão (55%), Austrália (49%), Costa Rica (48%) e Polônia (48%). A escassez de talentos parece menos problemática na Irlanda (5%), Espanha (8%), Reino Unido (11%), China (15%) e República Checa (17%). A seguir, confira as dificuldades de cada região: Américas Região Ásia-Pacífico Europa, Oriente Médio e África Os empregadores que têm mais dificuldade de encontrar as pessoas certas para preencher cargos são os da Romênia (62%), Polônia (48%), Grécia (37%) e Suíça (36%). A escassez de talento parece ser menos problemática na Irlanda (5%), Espanha (8%) e Reino Unido (11%). Os empregadores dessa região indicaram que a mão de obra especializada é a posição mais difícil de preencher pelo terceiro ano consecutivo, seguida de representantes de vendas, que ocupou o sexto lugar no levantamento de 2008. |