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Trabalhar na área de produtos requer habilidades específicas

Head do setor traz insights sobre segmento em alta em grandes empresas e startups. Profissionais com diferentes backgrounds podem atuar

Fiz faculdade de relações internacionais e comecei trabalhando na área comercial. Quem diria que iria parar na área de produtos?! Tive sorte porque logo no começo dessa jornada estava em uma empresa que me permitiu trabalhar perto dos assuntos e da área de tecnologia como um todo, as conversas e o conhecimento que o time de tecnologia trocava comigo, brilhavam os meus olhos. Somado a isso, sempre tive como premissa trazer soluções escaláveis que fossem alinhadas com os principais stakeholders, para as demandas que vinham principalmente de clientes.


Qualquer tipo de demanda e também de qualquer área era motivo para me desafiar, sair da minha zona de conforto e trazer resultados. E isso fez toda a diferença durante a construção da minha carreira.


Escrevi quatro dicas e insights para quem quer embarcar no universo de produtos de empresas e startups.


01. Estudos e habilidades:

A área em si de produtos não exige, por exemplo, uma faculdade ou uma formação específica, mas é preciso conhecimento básico do setor. Cursos online, conteúdos gratuitos na web, artigos, livros, tudo isso tem que ser a porta de entrada para adquirir uma base na área.
 

Além disso, hoje mais do que nunca as empresas têm sede por profissionais com soft skills apurados, ou seja, aqueles com habilidades comportamentais que lidam bem com outros colegas de trabalho e consigo mesma, nas mais diferentes situações do dia a dia. Ter uma comunicação clara, saber se posicionar, manter a calma em momentos de tensão, e saber identificar e gerenciar os públicos-alvos de cada demanda já é considerado um grande diferencial. Saber liderar de forma colaborativa e ter visão sobre as estratégias de negócio e compreender quais são de fato as responsabilidades e como se estrutura a equipe de produtos faz parte desse processo.

02. Networking e oportunidade:

Fique perto de pessoas que já trabalham na área. Não tenha receio de perguntar e também não tenha medo de não entender. Nessa hora é preciso ser uma pessoa curiosa e antenada com tudo o que acontece no mercado. Trocar experiências é um passo valioso nessa transição. Use as redes sociais, o LinkedIn, as comunidades, as lives e se aproxime desses profissionais do meio.
 

É provável que nesse início de transição, seu currículo não seja tão atraente assim, por isso a dica de ouro é praticar a criação de cases fictícios e que podem ser usados no seu portfólio. Outro ponto é se a empresa que você trabalha já tiver um time de produtos, verificar a possibilidade de acontecer a sua transição ou quem sabe aos poucos te inserir nas demandas. Esse cenário é um dos mais comuns e uma ótima oportunidade de se instalar e iniciar a sua carreira na área. Não esqueça que tem que estar disposto a entender todas as nuances desse profissional e que esse setor caminha lado a lado com a engenharia, começar a entender como os códigos funcionam é um grande diferencial, falaremos mais sobre isso na dica 04.

03. Demandas e a criação de produto digital

É cada vez mais necessário ter um time focado na gestão de produtos e isso inclui desenvolvedores a volta de todo o processo de criação de um produto digital. É necessário uma equipe alinhada na gestão de produtos e sempre atenta na dor do usuário. É preciso enxergar além do que se vê e apontar as melhores alternativas.
 

Se você tem a lógica de pegar uma demanda, necessariamente o seu foco tem que estar 100% voltado para transformar essa demanda em uma solução e você tem que ser capaz de medir essa solução em bem sucedida ou não. Isso é o que se pode chamar de ritual. Pegar a demanda, sugerir, criar e desenvolver a solução e verificar se o resultado foi satisfatório ou não. É uma metodologia que com o passar do tempo você acaba fazendo de forma inconsciente e se torna um hábito. Tudo é treino. Quanto mais você treina, melhor você fica.

04. Sistema e tecnologia

Tecnologia e produtos caminham de mãos dadas e por isso é preciso saber como funciona um sistema. Você tem que conseguir conectar os processos e as lógicas desses sistemas. Para ser mais objetiva, quando você aperta um botão em um aplicativo, tem vários comandos que acontecem ali. E aí te pergunto, quais são esses comandos?
 

E é isso que você tem que saber responder. Esse tipo de exercício é bacana de se fazer e isso é o que chamamos de engenharia reversa. É quando você está vendo por um ângulo mais macro, que é um botão na tela de um aplicativo e está tentando criar um fluxo por trás para garantir o que a máquina está pensando e como foi pensado essa lógica da arquitetura técnica que foi construída.
 

Uma vez que você faz isso várias vezes, você acaba criando inconscientemente aquele vício de que toda vez que alguém te fala alguma coisa, ou te apresenta uma demanda, a sua cabeça já começa a programar em uma lógica de encontrar a fórmula binária ou não de resolver aquele problema.
 

A área de produtos tem espaço para profissionais de diferentes backgrounds para entender cada vez mais as necessidades diferentes de seus clientes. Além de uma equipe antenada com tudo o que acontece no setor de tecnologia, é preciso pensar fora da caixa e se dedicar com afinco e responsabilidade em cada demanda, vai fazer a diferença. É uma área que exige inovação, riscos e diversidade.

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Juliana Simões

Head of Customer Experience na Kamino (hub com soluções para as principais dores financeiras de founders e CFOs de startups), trabalha focada na área de produtos com expertise em tecnologia e passou, os últimos 4 anos, construindo e desenvolvendo times de produtos em startups referência no país