BlogaRH

 2024: O ano do ESG no Brasil em 5 pontos

Uma “R”evolução Sustentável em Números e Tendências

de Maurício Chiesa Carvalho em 17 de julho de 2024
user11849519/ Freepik.com

O ano de 2024 tem marcado um ponto de inflexão crucial para o Brasil no que diz respeito às práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Neste artigo, exploraremos o crescente impacto do ESG no cenário brasileiro, destacando dados estatísticos e tendências que indicam uma transformação significativa nas abordagens empresariais e políticas.

Aqui separei em 5 principais pontos que, a meu ver, são pilares centrais para o entendimento de que 2024 será realmente o ano do ESG no Brasil. Muito além da aplicação concreta, correta e verdadeira dos conceitos e a Pauta ESG, mas também para #NaoBanalização. São eles:

1. Clareza e Crescimento Exponencial das Práticas ESG

2. Investimentos Sustentáveis em Ascensão

3. Regulamentações Governamentais e Incentivos

4. Tecnologia impulsionando a Transparência

5. Engajamento da Sociedade Civil e Consumidores Conscientes

A convergência destes cinco pilares que sustentam o uso do ESG no Brasil – clareza e crescimento exponencial das práticas, investimentos sustentáveis em ascensão, regulamentações governamentais e incentivos, tecnologia impulsionando a transparência, e o engajamento da sociedade civil e consumidores conscientes – solidifica a posição do ESG como uma pauta sem volta no cenário empresarial brasileiro. A seguir discorro sobre cara um deste 5 pilares.

 1. Clareza e Crescimento Exponencial das Práticas ESG

O ESG deixou de ser apenas uma tendência para se tornar uma necessidade estratégica. Empresas estão percebendo que o sucesso sustentável vai além dos lucros imediatos, envolvendo responsabilidade social e ambiental. Dados revelam um aumento expressivo no número de empresas brasileiras incorporando práticas ESG em suas operações. Em 2023, mais de 70% das empresas listadas na B3 já haviam adotado políticas ESG, e a expectativa é que esse número ultrapasse os 90% até o final de 2024.

No contexto empresarial brasileiro, o crescimento exponencial das práticas ESG não é apenas uma tendência, mas uma realidade que está moldando positivamente o desempenho financeiro e a reputação das empresas. Diversas organizações estão adotando estratégias sustentáveis, não apenas por uma questão de responsabilidade social, mas também reconhecendo os benefícios econômicos associados a essas práticas.

De acordo com dados da B3, a bolsa de valores brasileira, a adoção de práticas ESG entre as empresas listadas tem experimentado um crescimento notável. Em 2021, aproximadamente 30% das empresas listadas já haviam incorporado algum aspecto de ESG em suas operações. Esse número saltou para mais de 70% até o final de 2023. Projeções indicam que em 2024, mais de 90% das empresas listadas na B3 terão políticas e práticas ESG formalmente estabelecidas.

Estudos recentes, como o realizado pela McKinsey & Company, demonstram uma correlação positiva entre práticas ESG robustas e desempenho financeiro. Empresas que adotam medidas sólidas de governança, promovem a diversidade e inclusão, e implementam estratégias ambientalmente sustentáveis, frequentemente superam seus concorrentes em termos de rentabilidade a longo prazo. Em média, as empresas com práticas ESG sólidas superaram o índice de referência da B3 em 15% nos últimos dois anos.

A integração de práticas ESG não só beneficia o desempenho financeiro, mas também atua como uma ferramenta eficaz na redução de riscos operacionais e custos. Empresas que implementam políticas ambientais sólidas, por exemplo, reduzem o consumo de recursos, minimizam multas por não conformidade regulamentar e fortalecem a resiliência da cadeia de suprimentos. Isso se traduz em economias tangíveis e maior eficiência operacional.

O interesse crescente de investidores em empresas sustentáveis também está impulsionando o crescimento das práticas ESG no Brasil. Empresas com sólidos princípios ESG muitas vezes são favorecidas pelos investidores, o que se reflete em uma redução dos custos de capital. A emissão de títulos verdes e sustentáveis, por exemplo, tornou-se uma estratégia comum para captar recursos a taxas de juros mais baixas.

Além dos benefícios financeiros diretos, as práticas ESG fortalecem a reputação da marca e atraem talentos qualificados. Empresas comprometidas com responsabilidade social e ambiental têm uma vantagem competitiva na aquisição e retenção de talentos, especialmente entre as gerações mais jovens, que demonstram uma preferência clara por organizações alinhadas com seus valores.

O crescimento exponencial das práticas ESG no Brasil não é apenas uma resposta às demandas sociais, mas uma estratégia sólida para impulsionar o sucesso econômico a longo prazo. Empresas que adotam uma abordagem holística e integrada ao ESG não apenas mitigam riscos, reduzem custos e atraem investidores, mas também contribuem significativamente para um futuro empresarial mais sustentável e responsável. Em 2024, esse movimento está se consolidando como uma estratégia essencial para a vantagem competitiva e o crescimento sustentável.

2. Investimentos Sustentáveis em Ascensão

Os investidores estão cada vez mais atentos às oportunidades sustentáveis. No Brasil, os fundos de investimento ESG registraram um crescimento notável em 2023, com um aumento de mais de 50% nos ativos sob gestão. Em 2024, espera-se que os investimentos sustentáveis atinjam uma participação de mercado de 20%, indicando uma mudança substancial no perfil dos investidores que priorizam empresas comprometidas com práticas socialmente responsáveis e ambientalmente sustentáveis. Ou seja, estão Transformando Práticas ESG em Oportunidades Financeiras.

Os investimentos sustentáveis emergiram como uma força motriz significativa no cenário financeiro global e, particularmente, no Brasil. A ascensão desses investimentos não só reflete uma mudança de paradigma em direção à responsabilidade social e ambiental, mas também se traduz em oportunidades financeiras substanciais para as empresas.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) revelam um crescimento exponencial nos investimentos sustentáveis no Brasil. Em 2022, os ativos sob gestão em fundos ESG atingiram R$ 15 bilhões. Esse número aumentou para R$ 30 bilhões em 2023 e a projeção para 2024 indica um salto para R$ 50 bilhões. Este crescimento robusto sinaliza não apenas a aceitação, mas a demanda crescente por investimentos alinhados com princípios ESG.

 Empresas que incorporam práticas ESG consistentemente demonstram desempenho financeiro superior. Um estudo da B3, analisando o desempenho de empresas listadas com e sem foco ESG, revelou que, em média, as empresas ESG superaram seus pares em mais de 10% em retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) nos últimos três anos. Esse desempenho superior atrai investidores que buscam não apenas retorno financeiro, mas também impacto positivo.

Empresas com práticas sustentáveis têm vantagens significativas no acesso a financiamento. A emissão de títulos verdes e sustentáveis tornou-se uma prática comum, proporcionando às empresas taxas de juros mais baixas e reduzindo os custos de capital. Além disso, a oferta crescente de empréstimos vinculados a metas ESG recompensa empresas que atingem objetivos sustentáveis, incentivando práticas responsáveis.

O interesse crescente de investidores socialmente conscientes impulsiona o crescimento dos investimentos sustentáveis. Grandes fundos de pensão e investidores institucionais estão realocando seus portfólios em direção a ativos ESG. A visibilidade desses investidores em empresas ESG não apenas atrai mais capital, mas também fortalece a reputação e a confiança do mercado.

 Empresas sustentáveis são mais resilientes a riscos. A implementação de práticas ESG reduz a exposição a riscos ambientais, sociais e de governança, evitando crises potenciais. Isso não só protege a reputação da empresa, mas também contribui para a estabilidade financeira a longo prazo.

Uma empresa atuante no setor de energia renovável, incorporou estratégias ESG em sua operação. Em 2023, seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento resultaram em um aumento de 20% na eficiência energética, reduzindo os custos operacionais em 15%. Essas práticas foram fundamentais para atrair investidores ESG, resultando em uma captação de R$ 500 milhões em títulos verdes com uma taxa de juros 20% menor do que as médias do setor.

Os investimentos sustentáveis estão em ascensão no Brasil, não apenas como um movimento ético, mas como uma estratégia financeira sólida. O desempenho financeiro superior, o acesso a financiamento favorável, a atração de investidores conscientes e a redução de riscos demonstram que as empresas que abraçam o ESG não apenas contribuem para um futuro sustentável, mas também colhem os benefícios econômicos de uma abordagem responsável e inovadora. Estamos testemunhando uma transformação onde os investimentos sustentáveis não são apenas uma tendência, mas uma realidade financeira que impulsiona o crescimento e a resiliência empresarial.

3. Regulamentações Governamentais e Incentivos

O governo brasileiro está desempenhando um papel ativo na promoção do ESG. Novas regulamentações estão sendo introduzidas para incentivar as empresas a adotarem práticas sustentáveis. Subsídios e benefícios fiscais estão sendo oferecidos para aquelas que demonstram um compromisso genuíno com as metas ESG. Essas medidas estão contribuindo para criar um ambiente favorável, estimulando as organizações a incorporarem as melhores práticas ESG em suas operações diárias. Podemos dizer que 2024 será o ano do O Marco Regulatório para o ESG no Brasil.

À medida que o Brasil avança em direção a um futuro mais sustentável, as regulamentações governamentais e os incentivos estão desempenhando um papel crucial na consolidação do ESG como uma pauta prioritária em 2024. Diversas iniciativas e medidas regulatórias estão moldando o ambiente empresarial, promovendo a responsabilidade social e ambiental. Vamos examinar algumas das regulamentações e incentivos mais relevantes que apontam para 2024 como o ano do ESG no Brasil.

O governo brasileiro está trabalhando na elaboração de uma Nova Lei de Empresas Sustentáveis, que estabelecerá diretrizes claras e rigorosas para a integração de práticas ESG nas operações empresariais. Essa legislação será abrangente, abordando aspectos como divulgação de informações, governança corporativa, gestão ambiental e inclusão social. A expectativa é que essa lei seja promulgada até meados de 2024, marcando um marco fundamental na integração das práticas ESG no cenário empresarial brasileiro.

O governo está implementando uma série de incentivos fiscais para empresas que adotam práticas sustentáveis. Empresas que investem em tecnologias verdes, eficiência energética e redução de emissões de carbono podem se beneficiar de descontos fiscais significativos. Além disso, a criação de fundos de investimento focados em ESG está sendo incentivada, proporcionando vantagens fiscais para investidores e impulsionando o financiamento para projetos sustentáveis.

O Brasil tem fortalecido seu compromisso com metas ambientais ambiciosas, alinhadas aos objetivos globais de combate às mudanças climáticas. O Plano Nacional de Adaptação e Mitigação à Mudança do Clima estabelece metas claras para a redução das emissões de gases de efeito estufa e o aumento da participação de energias renováveis na matriz energética. O cumprimento dessas metas será essencial para empresas que buscam alinhar suas práticas com as expectativas governamentais e globais. Trabalha também na criação de certificações ESG reconhecidas oficialmente. Empresas que obtiverem essas certificações poderão usufruir de benefícios adicionais, como prioridade em licitações públicas, acesso facilitado a financiamentos governamentais e reconhecimento público. Essa medida visa incentivar a adoção de práticas ESG como um diferencial competitivo.

Além disto, o governo está promovendo o diálogo constante com empresas, investidores, organizações da sociedade civil e outros stakeholders para desenvolver regulamentações que sejam equilibradas e eficazes. A abordagem participativa visa garantir que as regulamentações sejam adaptadas às realidades do mercado e promovam a colaboração entre setores.

Em 2022, criou-se o Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), estabelecido por meio da Resolução CFC n.º 1.670, de 9 de junho de 2022. O documento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) onde o Comitê “tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre padrões de divulgação sobre sustentabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pelas entidades reguladoras brasileiras, levando sempre em conta a adoção dos padrões internacionais editados pelo International Sustainability Standard Board (ISSB)”, informa do documento.

Ainda de acordo com o documento, o CBPS será composto de dois representantes da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Brasil), da B3 Brasil Bolsa Balcão, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), do Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon), da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), assim como de entidades representativas de investidores do mercado de capitais.

A função principal do CBPS será normatizar, por meio de Pronunciamentos Técnicos, à divulgação das práticas de sustentabilidade empresarial, algo que ficou recentemente conhecido como ESG (Environmental, Social and Governance) ou ASG (Ambiental, Social e Governança) na tradução para o português. No Brasil, a IFRS S1 e S2 serão traduzidas pelo CBPS (Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade), levadas a uma consulta pública e encaminhadas para reguladores como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), podendo impactar as empresas brasileiras de capital aberto, subsidiárias ou que tenham operações em países que sigam as normas do ISSB.

Outra evidência: A Controladoria-Geral da União revelou, no dia 30 de novembro, as empresas vencedoras da edição 2022-2023 do prêmio Pré-ética. A iniciativa consiste em reconhecer as instituições empenhadas em boas práticas de administração e combate à corrupção. Nesta edição, foram premiadas 84 empresas de várias cidades do país e diversos setores empresariais. A cerimônia ocorreu durante o evento do Dia da Integridade Empresarial, que também contou com o lançamento, pelo ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius de Carvalho, do Pacto Brasil Pela Integridade Empresarial e do Programa Nacional de Promoção da Integridade Privada.

Em 2023, houve um aumento de mais de 26%, em relação à última edição, de empresas premiadas. Também houve a ampliação do número de participantes e das empresas avaliadas: 367 empresas acessaram o Sistema de Avaliação e Monitoramento de Programas de Integridade – SAMPI, e 299 finalizaram o preenchimento dos formulários de perfil e de conformidade. Dessas, 254 empresas foram admitidas para a fase de avaliação, o que representou um aumento de 30% no número de empresas avaliadas.

Durante o evento a CGU lançou o Painel Pré-ética no qual é possível acompanhar todas as estatísticas relacionadas as avaliações realizadas nessa edição 2022-2023. O Pré-ética foi instituído pela Controladoria-Geral da União (CGU) como mecanismo e modelo de reconhecimento de empresas engajadas no enfrentamento à corrupção. A iniciativa consiste em fomentar a adoção voluntária de medidas de integridade pelas empresas, por meio do reconhecimento público daquelas que, independentemente do porte e do ramo de atuação, mostram-se comprometidas em implementar medidas voltadas para a prevenção, detecção e remediação de atos de corrupção e fraude. O prêmio foi reconhecido por organismos internacionais como agências da Organização das Nações Unidas e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O conjunto dessas regulamentações e incentivos representa um compromisso significativo do governo brasileiro em posicionar o país como líder em práticas ESG. A expectativa é que, até o final de 2024, essas medidas estejam totalmente implementadas, criando um ambiente regulatório favorável e fornecendo as bases necessárias para que as empresas adotem e fortaleçam suas práticas sustentáveis. O ano de 2024, portanto, será marcado pelo estabelecimento sólido do ESG como uma prioridade nacional, estimulando o crescimento sustentável e a responsabilidade corporativa no Brasil.

 4. Tecnologia impulsionando a Transparência

A tecnologia está desempenhando um papel vital na promoção da transparência. Soluções inovadoras, como blockchain, estão sendo adotadas para rastrear e verificar cadeias de suprimentos, garantindo que as empresas estejam alinhadas com padrões éticos e sustentáveis. Isso não apenas atende às expectativas dos consumidores, mas também fortalece a confiança dos investidores e a integridade do mercado. Em outras palavras, é a Tecnologia Impulsionando a Transparência,  Fortalecendo ESG, Governança e Compliance no Brasil.

A interseção entre tecnologia, transparência e práticas ESG está se tornando um pilar fundamental para a melhoria da governança e o fortalecimento do compliance nas empresas brasileiras. Vamos explorar como a tecnologia tem desempenhado um papel vital nesse contexto, impulsionando a transparência e, por conseguinte, fortalecendo a pauta ESG.

O uso de tecnologia blockchain tem sido uma ferramenta transformadora para garantir a transparência na cadeia de suprimentos. Empresas que adotam essa tecnologia podem rastrear e verificar toda a jornada de seus produtos, desde a matéria-prima até o produto acabado. Essa transparência é crucial para a conformidade com as normas ESG, garantindo a origem sustentável dos materiais e a aderência aos padrões éticos. De acordo com um relatório da Deloitte, empresas que implementaram sistemas baseados em blockchain para rastreabilidade experimentaram uma redução média de 30% em custos de auditoria e conformidade.

Plataformas digitais especializadas estão surgindo para facilitar a criação e a divulgação de relatórios ESG. Essas plataformas não apenas simplificam o processo de coleta de dados, mas também oferecem uma visão abrangente das métricas ESG, permitindo uma divulgação mais clara e acessível para investidores, reguladores e partes interessadas Uma pesquisa da Gartner indicou que o uso de plataformas digitais para relatórios ESG pode reduzir em até 25% o tempo dedicado a essas atividades, melhorando a eficiência operacional das empresas.

Sistemas de inteligência artificial (IA) estão sendo empregados para analisar grandes conjuntos de dados e identificar riscos potenciais relacionados a questões ambientais, sociais e de governança. Essa abordagem proativa fortalece a governança corporativa, permitindo que as empresas antecipem e mitiguem riscos antes que se tornem crises. Um estudo da PwC revelou que empresas que utilizam IA na detecção de riscos ESG tiveram, em média, uma redução de 20% nos incidentes relacionados a práticas não conformes.

Plataformas digitais de crowdsourcing permitem que consumidores, funcionários e outros stakeholders forneçam feedback em tempo real sobre as práticas ESG de uma empresa. Isso não apenas aumenta a transparência, mas também promove a responsabilidade corporativa, já que as empresas são motivadas a responder de maneira ágil às preocupações levantadas pela comunidade.

Empresas que adotaram plataformas de crowdsourcing para avaliações ESG observaram, em média, um aumento de 15% na confiança do consumidor, conforme relatado por um estudo da Harvard Business Review.

A implementação dessas tecnologias não apenas melhora a transparência, mas também fortalece a governança e o compliance, elementos essenciais da pauta ESG. Empresas que adotam essas soluções não apenas cumprem regulamentações de forma mais eficaz, mas também ganham a confiança dos investidores e dos consumidores, destacando-se como líderes na jornada rumo à sustentabilidade. Em 2024, essa convergência entre tecnologia, transparência e ESG será mais evidente, consolidando a importância da tecnologia na promoção de práticas empresariais éticas e responsáveis.

5. Engajamento da Sociedade Civil e Consumidores Conscientes

A sociedade brasileira está cada vez mais consciente da importância do ESG. Os consumidores estão fazendo escolhas informadas, preferindo produtos e serviços de empresas comprometidas com práticas sustentáveis. As redes sociais desempenham um papel significativo, permitindo que a sociedade civil pressione por mudanças e recompense empresas que demonstram responsabilidade social.

Na era atual, onde o Engajamento da Sociedade Civil e Consumidores Conscientes é cada vez mais central na formação das práticas empresariais, o cenário empresarial brasileiro está testemunhando uma evolução marcante impulsionada pela pauta ESG. Ao considerarmos essa dinâmica sob a perspectiva de um “darwinismo empresarial”, é possível traçar paralelos interessantes com a seleção natural, onde empresas que abraçam o ESG prosperam e se adaptam, enquanto aquelas que resistem enfrentam um destino desafiador.

Os consumidores conscientes exercem um papel fundamental na transformação do cenário empresarial. À medida que a conscientização sobre práticas sustentáveis e responsáveis cresce, os consumidores se tornam agentes de mudança, fazendo escolhas informadas que refletem suas preocupações éticas e ambientais. Empresas que respondem a essas demandas e incorporam práticas ESG não apenas conquistam a lealdade dos consumidores, mas também os transformam em embaixadores que promovem a marca.

As redes sociais funcionam como um ambiente onde a reputação das empresas é constantemente avaliada. Empresas engajadas em práticas ESG positivas são elogiadas e reconhecidas, enquanto aquelas que negligenciam questões ambientais, sociais e de governança enfrentam críticas e pressões. Esse ambiente virtual se assemelha a um processo de seleção natural, onde a visibilidade e a aceitação social impulsionam a sobrevivência e o crescimento das empresas ESG.

No contexto darwiniano, as empresas que adotam a pauta ESG são comparáveis às espécies mais adaptáveis e resilientes. Elas prosperam em um ambiente competitivo, atraindo investidores, consumidores e talentos qualificados. Por outro lado, as empresas que resistem à integração de práticas sustentáveis e éticas podem ser relegadas a um “submundo empresarial”, onde enfrentam dificuldades para atrair recursos, talentos e, eventualmente, para manter suas operações.

Empresas na pauta ESG, ao adotarem uma abordagem de negócios mais ética e sustentável, estão construindo as bases para a perenidade e a sustentabilidade a longo prazo. Essa abordagem não apenas atende às expectativas atuais, mas posiciona as empresas como líderes preparadas para enfrentar os desafios futuros, incluindo regulamentações mais rigorosas, mudanças climáticas e uma sociedade cada vez mais consciente.

Empresas que permanecem alheias à pauta ESG podem encontrar um destino sombrio, assemelhando-se a espécies incapazes de se adaptar às mudanças no ambiente. A falta de resiliência às demandas da sociedade civil e dos consumidores conscientes pode resultar em uma perda de relevância e, em última instância, na falência do modelo de negócios não sustentável. Em outras palavras, seria uma espécie de Falência do Modelo de Negócios Não Sustentável. O envolvimento ativo da sociedade civil e o crescente poder dos consumidores conscientes são indicadores claros de que as empresas não podem ignorar as expectativas éticas e ambientais. O ESG, mais do que uma obrigação legal, tornou-se um fator decisivo nas decisões de compra e lealdade do consumidor, forçando as empresas a considerarem práticas sustentáveis como parte integrante de sua estratégia de negócios.

Sim! 2024 é o ano do ESG no Brasil e Uma Pauta Sem Volta!

O ano de 2024 representa um marco fundamental para o Brasil no caminho para a sustentabilidade. O aumento das práticas ESG, o crescimento dos investimentos sustentáveis, as regulamentações governamentais e o papel da tecnologia indicam uma transformação significativa nos setores empresariais e políticos. A sociedade civil e os consumidores desempenham um papel crucial, moldando um futuro mais sustentável e ético. À medida que as empresas brasileiras continuam a abraçar o ESG, 2024 se tornará o ano em que o compromisso com a responsabilidade social e ambiental se solidifica como uma prática essencial para o sucesso a longo prazo.

A rápida adoção de práticas ESG por uma ampla gama de empresas no Brasil é um indicativo claro da consciência crescente sobre a importância dessas métricas. O crescimento exponencial observado nos últimos anos não é apenas uma moda passageira, mas reflete uma mudança estrutural nas estratégias empresariais, evidenciando a aceitação generalizada do ESG como um pilar essencial para o sucesso futuro.

O aumento significativo nos investimentos sustentáveis no Brasil não é apenas um fenômeno momentâneo, mas um reflexo do reconhecimento por parte dos investidores de que a sustentabilidade não é apenas moralmente correta, mas também economicamente vantajosa. À medida que mais investidores buscam retornos sustentáveis, as empresas que incorporam práticas ESG tornam-se destinos preferenciais, indicando uma mudança estrutural nos padrões de investimento.

O suporte do governo por meio de regulamentações e incentivos fiscais evidencia o compromisso em consolidar o ESG como uma parte integral do ambiente empresarial brasileiro. A busca por uma economia mais sustentável não apenas atende às exigências globais, mas também posiciona o Brasil como um player proativo e consciente no cenário internacional.

A aplicação de tecnologias como blockchain e outras soluções inovadoras para promover a transparência nas operações empresariais não é apenas uma resposta às demandas dos consumidores e investidores, mas uma estratégia fundamental para assegurar a integridade e autenticidade das práticas ESG. A tecnologia não apenas facilita a conformidade, mas também impulsiona a eficiência, tornando o ESG uma pauta de negócios sustentável.

Em 2024, o Engajamento da Sociedade Civil e Consumidores Conscientes impulsionará a transformação empresarial no Brasil, criando um cenário onde a adesão à pauta ESG é não apenas uma escolha ética, mas também uma estratégia inteligente para a sobrevivência e prosperidade. Empresas que reconhecem a importância desses princípios não apenas evoluem com sucesso, mas também contribuem para a construção de uma comunidade empresarial mais responsável e sustentável. Nesse cenário de “darwinismo empresarial”, a pauta ESG não é apenas uma opção, mas a chave para a evolução e perenidade no mundo dos negócios. Quem não “evoluir”, padecerá.

Em conjunto, esses cinco elementos não apenas justificam, mas celebram a transformação irreversível que o ESG está impondo ao cenário empresarial brasileiro. O ESG não é mais uma opção; é uma necessidade incontornável para empresas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um mundo onde a responsabilidade social e a sustentabilidade são os alicerces do sucesso econômico a longo prazo. O ESG no Brasil é, portanto, uma pauta sem volta, moldando o futuro dos negócios de maneira sustentável e responsável. Selecionando o joio do trigo. Colocando um holofote nas práticas reais ou meramente superficiais. Pergunto: O que sua empresa/negócio refletirá?

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail


Maurício Chiesa Carvalho

Gerente de RH e Responsabilidade Social na Tamarana Tecnologia Ambiental.