Sergio Falsarella Jr. é sócio-fundador da SER, empresa brasileira especializada em soluções e serviços para a gestão do capital humano / Crédito: Divulgação |
O Brasil entrou no mês de agosto em recessão técnica, deixando os analistas ainda mais pessimistas em relação ao futuro de nossa economia. Diante de uma perspectiva de crescimento duvidosa, e das incertezas que eleições presidenciais sempre ocasionam, muitos tomadores de decisões nas empresas já se perguntam se é o caso de reduzir ou mesmo cortar os investimentos em gestão estratégica de pessoas em 2015.
Por pior que seja o cenário no ano que vem, a resposta para essa pergunta é absolutamente não. Aliás, ao contrário do que muita gente imagina, os momentos de instabilidade são os mais indicados para se investir em políticas de avaliação, treinamento e gestão de desempenho dentro das corporações.
Mais do que nunca – caso uma desaceleração no mercado se concretize – a empresa precisará contar com uma equipe de alto desempenho e alta produtividade ao seu lado. Será preciso otimizar, aproveitar as oportunidades existentes, ter uma equipe do tamanho certo e ao custo certo. E ter um time assim passa, necessariamente, por saber com exatidão quem são os profissionais com papel estratégico e alto desempenho, quais são seus potenciais e deficiências que precisam ser desenvolvidos, e quais os talentos promissores em cada área.
Por mais que o mercado de trabalho também possa ter uma desaceleração, é preciso reter esses talentos dentro de casa, mantendo-os motivados para que a empresa possa superar os desafios da crise e estar preparada para o futuro. Por outro lado, é também importante saber quem são aqueles que podem ser descartados caso seja necessário cortar custos. Errar neste momento e demitir um profissional que entrega bons resultados por falta de informação e uso de critérios subjetivos equivocados pode ser extremamente prejudicial para qualquer empresa.
Outro motivo para investir em gestão estratégica de pessoas mesmo de instabilidade diz respeito à própria relação de oferta e procura. Se no auge do crescimento econômico os custos de mão de obra e de serviços relativos à área de recursos humanos subiram drasticamente, na recessão a tendência é que seja possível reter e atrair bons profissionais gastando menos. Para aqueles que querem aproveitar a oportunidade, é possível também contratar fornecedores por um preço mais adequado para a implementação de uma boa política de gestão de pessoas.
Independentemente da decisão que sua empresa tomará a respeito desse assunto, a verdade é que o investimento em gestão de desempenho tem que ser pensado no longo prazo e as empresas mais preparadas, que contam com times altamente produtivos, são aquelas que passam sem maiores sobressaltos por momentos de recessão.