Gestão

Começar de novo

de Eugenio Mussak em 12 de janeiro de 2015
Eugenio Mussak / Crédito: Divulgação
Eugenio Mussak é professor da FIA, consultor e autor / Crédito: Divulgação

Que a impermanência é uma das principais marcas de nosso tempo todos sabemos. Tudo muda muito rápido, e quem aceita essa realidade e consegue exercitar sua capacidade de adaptação já sai com vantagens. De certa forma, quando acordamos na manhã de cada dia, começamos de novo nossa vida.

Na maioria das vezes, começamos de novo, mas é pouca coisa. Nesse caso, praticamente damos continuidade ao que já fazíamos, mantendo a rotina e construindo estabilidade, fazendo acertos aqui e acolá. Mas, às vezes, temos de lidar com grandes mudanças nesse começar de novo. Acordamos de manhã e estamos em um novo lugar, ou iniciamos em um novo emprego, ou viramos a cabeça e vemos uma nova pessoa no travesseiro ao lado.

Na verdade, sempre começamos de novo, o que varia é a intensidade do que é novo, em cada situação. E quando nos despedimos do ano velho para começar o ano novo, em que categoria nos encontramos, afinal? Na em que começamos de novo algo inteiramente novo ou na em que apenas damos um “tapa no visual”, fazemos alguns retoques e continuamos em frente?

A bem da verdade, janeiro é uma continuação lógica e natural de dezembro, com o detalhe de haver, no meio, uma data carregada de simbolismo, a que costumamos chamar de “Ano-Novo”, e que festejamos com brindes, vivas, abraços e, o que é mais importante, resoluções. E são principalmente tais resoluções que nos dão a sensação de que o primeiro dia de janeiro é tão diferente assim do último de dezembro. Afinal, agora temos uma espécie de obrigação com a mudança, a impermanência parece nos mostrar a cara, e sentimos que estamos começando de novo algo muito novo.

Essa reflexão me faz lembrar uma virada de ano lá pelo meio da década de 1990, em que uma resolução me fez começar de novo algo bastante novo. Eu já era professor havia muito tempo, mas de repente me dei conta de que uma nova tendência se fazia presente. Estou falando da educação corporativa, da intenção das empresas de investirem em suas pessoas, desenvolvendo-as continuadamente. Eu precisava conhecer aquilo. O que significava mais uma vez voltar a estudar, entender o funcionamento das grandes empresas, suas necessidades e desejos, suas qualidades e defeitos.

Entendi então que empresas são parcelas da sociedade, com que interagem permanentemente, por meio de serviços, produtos, fornecedores, clientes, funcionários, propagandas. Uma empresa é um ser vivo que não pode parar de evoluir, pois parar significa morrer, e a saída é o aprendizado contínuo, o desafio permanente à estabilidade. Eu estava começando de novo mais uma vez, desta vez com bem mais de quarenta anos. Mas a idade não importava. O que interessava era a descoberta, a aventura, o risco calculado, as possibilidades infinitas que a vida mais uma vez colocava diante de meus pés. E a cada ano novo meu trabalho começa de novo, ajudando pessoas e empresas e começarem de novo, só que melhor. Feliz Ano-Novo!

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