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É fato que muitas empresas já enxergam a necessidade despertar o melhor de seus colaboradores, por meio de práticas conscientes e sustentáveis. E por que não adicionar a esse processo a espiritualidade e a religiosidade?
Ambos os conceitos ainda despertam curiosidade e estranheza para as empresas, e muitas ainda têm dificuldades de entender as diferenças entre os dois. Claiton Fernandez palestrante, consultor e educador explica que “enquanto a religiosidade refere-se à nossa aproximação com o Deus dentro de nossa formação e crença, a espiritualidade é nossa conduta no caminho do bem e da prosperidade, além de ser um estado de consciência capaz de se relacionar com ‘algo ou alguém superior’, auxiliando-os independentemente da crença.”
Para ele, é necessário algumas mudanças para a inserção da prática da espiritualidade organizacional. “As empresas deveriam promover uma transformação cultural, alinhando e revisitando a missão, a visão e os valores da organização. Em paralelo, é necessário buscar uma profunda transformação dos valores do bem comum, entre eles a sustentabilidade e a responsabilidade social, onde verdadeiramente reside à espiritualidade”, sugere Fernandez.
Nesse sentido, espiritualidade está diretamente ligada com a missão e valores da organização quando prega a inserção desses conceitos em prol de ações focadas no respeito e no bem-estar próprio e dos outros, possibilitando assim uma consciência coletiva nos colaboradores. A empresa que busca aplicar seus principais propósitos a cultura organizacional, indo além das discussões de cunho técnico e profissional, consegue promover o bem estar no ambiente de trabalho e realização pessoal.
Um exemplo de empresa que aplica os conceitos de espiritualidade é a Evolução Humana Consultoria. Tudo começou quando um grupo de consultores juntou-se para realizar missões pessoais no sentido de criar um campo de elevação de consciência coletiva. A partir daí eles se basearam na metodologia de Values Driven de Richard Barrett para identificar o nível de espiritualidade nas organizações (Know How da empresa), tendo como exemplo a própria Evolução Humana Consultoria. “A empresa presa pela elevação dos valores vivenciados no cotidiano de todos os seus colaboradores e consultores. Trata a questão dos valores com muita seriedade e não abre mão da vivência de seus valores, sempre decidindo questões estratégicas privilegiando-os”, explica Vânia Faria, diretora Executiva da Evolução Humana Consultoria.
Já sobre a religiosidade a diretora explica que, mesmo com crenças religiosas diferentes, os consultores e colaboradores possuem uma linguagem comportamental única. “Todos vivenciam e respeitam os valores organizacionais centrais da empresa. Eles são aqueles descritos no marco filosófico (missão, visão e valores da consultoria), e os profissionais acrescentam suas vivências diárias no processo para complementar sua atuação na empresa”.
Contudo, para Fernandez “ainda são raras as empresas que valorizam e tratam o assunto com objetividade. Há ainda muita concentração no interesse próprio, como a sobrevivência e o foco no lucro e na estabilidade financeira da empresa, esquecendo-se dos valores superiores, como a sustentabilidade e a responsabilidade social.” Para ele “o desafio é encontrar o verdadeiro significado e propósito, desenvolvendo uma bússola interna que guie a empresa a encontrar o melhor caminho para atingir seus resultados.”