Marcos Nasimento é partner na Manstrategy Consulting / Crédito: Divulgação |
Duas matérias sobre longevidade veiculadas recentemente me chamaram a atenção! Uma endereçada às mulheres e outra aos homens. A reportagem para elas era algo como “…50, o novo 30 para as mulheres…”. O texto era recheado de exemplos de mulheres na casa dos 50 anos, com uma beleza física admirável e, aparentemente, bastante saudáveis. Na sequência, a matéria para o público masculino dizia “…60, o novo 40 para os homens…”. E a reportagem também traduzia sua chamada com exemplos de homens em boa forma física e igualmente saudáveis.
Mais vitalidade, mais longevidade, mais saúde física e mental fazem com que tenhamos uma convivência, em todas as dimensões, de pessoas atuando de forma eficiente e eficaz, que vão dos 15 aos 60 ou 70, sem nenhuma cerimônia. Isso é belíssimo e muito produtivo! Mas a constatação de que somos mais produtivos e mais longevos traz também uma questão: a falta de preparação para lidar com este novo cenário.
A inversão da pirâmide etária impacta em alinhamento de perspectivas, em desenvolvimento de soluções, em despesas e investimentos para questões que impactam o cenário político, econômico e financeiro de instituições privadas e públicas. E, convenhamos, nossa base histórica nos permite afirmar que não devemos esperar esforços da iniciativa privada — seja por decisões políticas ou por potencial impacto na economia do país — que venham nos ajudar a trabalhar com esta questão. O que resta, então, às organizações é colocar em prática a liderança adaptativa.
Mais uma vez teremos de nos adaptar e trabalhar da melhor forma possível com uma série de demandas e necessidades que vão da ascensão de carreira à estabilidade; do up or out (suba ou saia) ou o contribute and stay (contribua e permaneça); do baixo custo da “mão de obra” (carreira e oportunidades de desenvolvimento ainda são atrativos) até o alto custo de uma “mão de obra” ainda produtiva, mas que não quer sair e que poderia ser substituída por uma estrutura de menor impacto financeiro. Esse é o imbróglio que uma questão positiva — ter mais pessoas saudáveis vivendo mais e melhor — tem trazido para as discussões e decisões corporativas.
Não há fórmula, mas há caminhos possíveis. E o mais efetivo deles pode ser justamente a união dos extremos: os que estão chegando ao mercado de trabalho e os que já estão há algum tempo. Colocar os próprios interessados para discutir o tema e encontrar possibilidades é talvez a forma mais salutar e efetiva de endereçar o assunto. No mínimo, dará legitimidade e propiciará engajamento na implementação da solução. Aqui, estou me referindo ao espaço de manobra que você tem dentro de sua própria empresa. É justamente aí que está a possibilidade de solução: dentro de casa. É como dar uma resposta positiva a um antigo provérbio francês que diz Ah si jeunesse savait! Ah si vieillesse pouvait!. Ou seja, “ah se a juventude soubesse…e se a velhice pudesse…”. Aí está a maior possibilidade de encontrar soluções criativas, factíveis e economicamente viáveis: unir os que sabem aos que podem! O conjunto dos resultados, objetivos e metas estratégicas (R.O.M) de sua empresa vai seguramente brilhar!