O processo de recrutamento da desenvolvedora de software ThoughtWorks é bastante diferente do tradicional. “Muitos processos consistem apenas de um par de entrevistas e, talvez, a chance de conhecer o seu novo patrão. Nós não nos contentamos com esse formato. Queremos descobrir qual ambiente de trabalho serve para o candidato, o que ele valoriza e como faz o seu trabalho. Por isso, não basta sentar e fazer perguntas. Precisamos que ele nos mostre o que pode fazer”, afirma Marta Leal, recrutadora da companhia.
Como em qualquer outra empresa, o candidato pode ser convidado a participar de uma seleção a partir do envio de currículo. “Eles podem ainda chegar até nós pelos nossos eventos. Realizamos eventos de recrutamento, às vezes com palestras técnicas, no Brasil e na América Latina. Um exemplo de sucesso desses eventos é o Café Ágel (veja quadro). Também são realizados os chamados Boot Camps, nos quais os candidatos têm a oportunidade de passar um fim de semana com técnicos da empresa, fora do escritório. “Nesses eventos, se gostamos do que vimos, entramos em contato para marcar uma entrevista inicial por telefone”, diz Marta.
São os recrutadores que realizam essa primeira entrevista, na qual buscam entender se a atitude, os valores, as experiências e as motivações do candidato estão alinhadas com as da ThoughtWorks. E é a partir daí que começa a fase do processo que Marta considera o principal diferencial da empresa. O candidato é convidado a passar um tempo no escritório da companhia.
“Nesse período, ele irá conhecer diversas pessoas da nossa equipe e irá participar de entrevistas técnicas, como a de desenvolvimento em par, em que trabalha com dois outros thoughtworkers. Todas as entrevistas são feitas por dois profissionais da empresa. Ao final do processo, reunimos os envolvidos para uma mesma reunião. É nessa oportunidade que discutimos em conjunto os feedbacks e chegamos à decisão sobre a contratação”, explica Marta.
Com tantas etapas, pode-se pensar que o recrutamento chega a cansar o candidato. Mas parece que não. “Todo o processo é muito divertido, dinâmico e faz com que a gente se sinta à vontade com os entrevistadores”, garante Camilla Crispim, desenvolvedora de software da ThoughtWorks.
Mesmo com todo esse cuidado, como lembra Marta, ao lidar com pessoas, a garantia nunca chega a 100%. “Porém, acreditamos que um processo composto por diversas e diferentes etapas nos traz uma imensa fonte de subsídios para qualquer tomada de decisão. Isso torna, consequentemente, nossas contratações mais assertivas”, conclui.
Boas práticas
> Eventos como o Café Ágel, no qual os futuros candidatos podem conhecer melhor o trabalho da ThoughtWorks, a partir de palestras de profissionais da empresa.
> Eventos como o Boot Camps, no qual os futuros candidatos passam um fim de semana com profissionais técnicos da ThoughtWorks, fora do escritório, em um clima de diversão.
> Entrevistas presenciais que envolvem atividades em parceria com diversos profissionais da empresa, que ocorrem durante um período no qual ela pode conhecer melhor o candidato e vice-versa, antes da contratação.