Gestão

Ainda existe esperança?

de André Freire em 24 de fevereiro de 2016
Estratégias de negócios na crise econômica

ABRE ASPAS | Edição 339

Mais do que nunca as pessoas farão a diferença em 2016

Estratégias de negócios na crise econômica
André Freire é presidente da Odgers Berndtson / Crédito: Divulgação

O ano começa com um gosto amargo na boca de empresários e executivos brasileiros. Ainda combalidos por uma das piores crises conjunturais da história, o prognóstico é, no mínimo, nebuloso. Executivos não estão ganhando seus bônus anuais e empresários não conseguem investir nos seus negócios. Para muitos setores, com honrosas exceções, o volume de faturamento voltou para níveis de cinco ou até dez anos atrás e as margens estão cada vez mais apertadas. O interessante que noto nas minhas interações com esses gestores é o sentimento de fracasso e derrota, muitas vezes, levando-os a uma catatonia corporativa, como se nada pudessem fazer para que suas empresas passem pela tormenta e alcancem o porto mais próximo, vivas. Ledo engano! Mais do que nunca, as pessoas farão a diferença em 2016.

O primeiro e mais importante comportamento recomendado para este ano é atitude! Se começarmos a batalha nos sentindo derrotados, grande será a chance de isso realmente acontecer. Gestores deveriam ser responsáveis por manter a chama da esperança acesa, sempre passando uma mensagem do “copo meio cheio” para seus times. Dá sim para passar uma mensagem positiva sem ser considerado fora da realidade. Como em tudo na vida, temos fatores que estão fora do nosso controle, mas ao mesmo tempo temos outros que são totalmente influenciáveis pela nossa atitude de buscar melhoria e guiar a equipe nesse sentido. Lembre-se, você carrega a lanterna e, por mais escuro que o cenário pareça lá na frente, tem um monte de gente enxergando bem menos atrás de você. Muitos estão seguindo seus passos por acreditarem na sua liderança e visão. Seja positivista e engaje a equipe para que eles possam usar todo o seu potencial.

Tendo uma atitude positivista e de mudança, o segundo passo é o foco. Não vai dar para fazer tudo em 2016, pois não teremos orçamento, pessoas e recursos gerais para que todos os planos se tornem realidade. Quais são realmente as estratégias que vão gerar valor no curto prazo para o negócio? Quais vão impactar de maneira positiva o seu relacionamento com os clientes neste ano? Para finalizar, quais são os planos de melhor custo-benefício que, se implantados hoje, possam ao menos manter sua empresa respirando? Sei que estamos falando somente de curto prazo e que não podemos deixar de enxergar o longo prazo para o crescimento sustentável de nossos negócios, mas estamos na UTI. Não se trata de uma simples gripe, assim, as medidas têm de ser tomadas como se fosse uma questão de sobrevivência, e nesses casos, cada dia é uma vitória. Foque as atividades sobre as quais você consegue ter controle e que gerem valor no curto prazo, esqueça todo o resto! Por fim, este é o ano de apostar nas pessoas, e isso inclui você mesmo. Busca de autoconhecimento, dedicação ao networking, especializações e aquele curso de inglês que sempre foi postergado pelo fato de você estar se dedicando à sua empresa. Este é o momento de se preparar para os tempos melhores que estão nos esperando lá na frente. Saia fortalecido desta crise investindo em você. Estou certo de que vai render bem mais do que a Bovespa em 2016. Sucesso!

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