Estar atento ao clima organizacional ajuda a manter o bem-estar em dia
Assim como nós, as empresas podem ficar doentes. Em muitos casos, os sintomas são percebidos rapidamente e o tratamento pode ser realizado a tempo. Em outros, porém, sem um acompanhamento, a organização entra em um quadro crônico que, na pior das hipóteses, pode avançar para problemas mais sérios. E ninguém quer que a empresa feche, ou morra.
Na luta pela sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo, muitas companhias acabam adotando posturas e cobranças que agravam o clima organizacional. Tornam-se, assim, tóxicas, doentes e, pior, podem gerar alguns problemas de saúde entre os funcionários – ou agravar outros.
A ansiedade criada a partir da busca desenfreada por resultados cada vez mais mirabolantes num cenário econômico desalentador pode ser altamente prejudicial para quem é cardíaco. Os problemas cardíacos são, geralmente, relacionados a uma predisposição genética, mas são agravados por hábitos de vida e pelo estresse (itens que estão sob controle da empresa).
Mas como identificar um ambiente de trabalho assim? Esses locais são aqueles em que a comunicação não é espontânea, onde os índices de absenteísmo são elevados, juntamente com outro grave indicador: o presenteísmo, situação em que o funcionário está na companhia, mas sua produtividade é quase nula. Chegase, assim, a um círculo vicioso, em que equipes cada vez mais enxutas se desdobram para dar conta do trabalho não realizado por quem está afastado ou que está apenas de “corpo presente”.
Cabe ao gestor de pessoas, no processo de gerenciamento de saúde da organização, entender não apenas sobre as doenças crônicas de quem é de sua equipe. Como cabe também ao RH ter um olhar mais amplo sobre a gestão que é praticada na empresa e o papel da liderança para não permitir que uma cultura tóxica cresça e sufoque os colaboradores.
Verificar os índices de absenteísmo por área e cruzá-los com os dados de consumo de medicamentos pode dar pistas importantes sobre mudanças a serem feitas. Ir além é entender também sobre a somatização de alguns males: nem sempre as dores lombares (veja mais abaixo) decorrem de problemas ergonométricos; o estresse também pode ser um vilão. Ter uma empresa sadia pressupõe outro olhar sobre saúde.