Roberto Dumas Damas, professor de Economia Internacional e Economia Chinesa no Insper e FIA, falou sobre o cenário de curto prazo do Brasil, que teve queda de 11% do PIB em 11 trimestres. O desemprego deve continuar alto nos próximos meses. A dívida pública deve fechar em 76% do PIB em 2017.
Por outro lado, o chamado Risco Brasil deve fechar em 3,6% por conta dos anúncios das reformas já anunciadas e a perspectiva de uma reforma fiscal.
Para Dumas, o ponto crucial do RH é focar na evolução do Brasil até 2030. Ele considera que 2017 e 2018 terão crescimento pífio da economia.
Por outro lado, Dumas ressaltou que a relação entre salário mínimo e produtividade é altamente desigual, pois em 10 anos, enquanto o mínimo aumentou 239%, a produtividade subiu 110%. “O ideal para o país é um crescimento sustentável”.
Para ele, paira na cabeça do RH que tipo de profissional a empresa deseja. No longo prazo, Dumas afirma que o país necessita ter maior produtividade e ela só vem com conhecimento, capacitação e infraestrutura.
O Brasil apresenta os piores índices de desempenho em vários setores de infraestrutura e produtividade, tornando impossível qualquer perspectiva de crescimento maior que 2%.
Já pelo lado da educação, o Brasil só tem maior índice de escolaridade que a África Subsaariana. “Segundo o PISA, o Brasil vai levar no mínimo 50 anos para se equiparar a Coreia do Sul”.
E por incrível que pareça, o Brasil é o país com maior índice de investimento em educação com 5,8% do PIB, más investe errado, pois concentra maior parte do dinheiro na educação superior em vez da educação básica. “A única forma de crescer nesse cenário é pela produtividade, pois os investimentos em educação e infraestrutura são inviáveis”.
O papel do RH
As empresas esperam pessoas com perfil de “dono”, que se dediquem a criar algo sob condições de pressão extrema, que evitem pensar que as organizações vão crescer organicamente e que tenham ideias integradas e inovadoras sempre.
Para finalizar, Dumas disse que para garantir a perenidade das empresas diante de um crescimento pífio, o RH deve ajudar a mudar o mindset das lideranças.