Até pouco tempo atrás, as empresas não imaginavam como a tecnologia poderia revolucionar e contribuir de forma eficiente e estratégica. A inteligência artificial vem ganhando espaço nas corporações à medida em que os gestores compreendem a vantagem e o valor que os dados geram para os negócios.
Pesquisa feita pela IBM com seis mil executivos revelou que 66% dos CEOs acreditam que a tecnologia vai gerar valor significativo no RH. Cerca de 40% dos participantes esperam que, em até três anos, as empresas adotem soluções para resolver problemas específicos de cada setor.
Na área de RH, por exemplo, o recrutador não precisa mais gastar horas para avaliar muitos currículos. Já existem plataformas que mapeiam os perfis ideais para determinada posição, como a Kenoby, por exemplo.
Além de conectar gestores de RH e candidatos com os mesmos propósitos, o software consegue localizar profissionais com maior probabilidade de acerto para a empresa e vice e versa. Com o uso de cálculos, robótica, matemática e estatística é feito um mapeamento das características de sucesso de profissionais que se destacaram em alguma área da empresa e, com o cruzamento correto dos dados, cria-se um “arquétipo” ideal de profissional.
“São feitos testes psicométricos que avaliam a parte comportamental, cognitiva e bagagem cultural dos candidatos. Logo, as chances de acertar na contratação é maior. Humanamente, esse tipo de análise seria impossível de fazer, pois demandaria muito tempo dos recrutadores”, explica Marcel Lotufo, sócio-fundador da empresa.
Sem a inteligência artificial, a estimativa de acerto nas contratações é em média de 15%. Com ela, a chance sobe para 45%. O programa analisa atributos como pensamento criativo, grau de influência e apatia, resiliência, humor, ambição e flexibilidade, entre outros, além de apresentar um ranking dos profissionais que mais se aproximam do perfil da vaga.
Lotufo explica que a máquina não faz tudo sozinha e que é necessário fazer as entrevistas presenciais. “O gestor tem um adiantamento do processo e um aumento da eficiência, escabilidade, diminuindo os vieses e preconceitos para decidir uma contratação, como a universidade que o candidato se formou, gênero, raça e por aí vai. A ferramenta é uma forma de incluir e democratizar o recrutamento”, finaliza.