Por Edna Vasselo Goldoni
Falar de equidade de gênero é falar da construção do futuro. Temos inúmeras pesquisas comprovando o melhor
desempenho das empresas relacionadas à liderança das mulheres, apontadas em relatórios de gestão e em políticas de ONGs, institutos e Fórum Econômico Mundial (FEM). A necessidade de estabelecer essa igualdade é cada vez mais frequente, reflexo da disparidade que ainda não foi superada. Segundo o FEM, a remuneração de homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo será a mesma em… 2095! O aumento do poder econômico feminino é, isoladamente, o fator que tem maior potencial de mudar o mundo.
Hoje, elas são responsáveis por 75% a 80% das decisões de compra. A mulher com o dinheiro na não poderá tomar decisões diferentes dos homens. Os números revelam os benefícios da maior participação da mulher na economia. Um relatório do McKinsey Global Institute fez uma projeção: se os índices das mulheres na economia fossem os mesmos dos homens, o PIB mundial aumentaria US$ 28 trilhões (26%) já em 2025.
Esse relatório aponta dez indicadores com base em resultados de equidade de gênero global e afirma que esses fatores podem permitir a expansão econômica sustentável e igualdade de gênero na sociedade: participação na força de trabalho; avanço dos níveis educacionais; poder de compra; gap da remuneração; trabalho não remunerado; mulheres empreendedoras; diversidade de gênero corporativa; licença familiar remunerada; mulheres na política; e mulheres e tecnologia. Esse grupo de fatores leva o nome de Womenomics, e se ele não seguir a passos largos, nossa economia global estará diante de desafios sem precedentes.
“A equidade de gênero promove equilíbrio, ajusta a balança das relações e extrai o melhor dos dois lados”, disse-me Cynthia Serotti, diretora de RH das lojas Marisa. Ela conta que, hoje, vivemos uma falta de harmonia, que gera perda
de oportunidades e, portanto, de produtividade. “Podemos atingir mais rapidamente a igualdade de gênero com políticas e compromissos sérios adotados pelas empresas. A mudança será conduzida pela direção das organizações, que tem a responsabilidade por liderar seus colaboradores nessa direção”, disse-me ela.
Como líder, considero a diversidade fundamental. Trata-se de uma luta de todos os homens e de todas as mulheres. E para podermos avançar, temos de convocar os homens para se unirem ainda mais nessa luta. Precisamos desmistificar o preconceito do feminismo, que é a luta pelos direitos das mulheres. É preciso haver mais ativismo em favor das oportunidades delas.
Todos se beneficiam com a diversidade. As empresas inovam, criam oportunidades, reúnem pessoas mais engajadas, inovam e contribuem para o crescimento econômico. Convoco todos a construírem o futuro agora!